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Não reconhecemos estes resultados, Simango

Lutero Simango, candidato que saiu derrotado nas eleições presidenciais de 9 de Outubro, diz que o acórdão do Conselho Constitucional não reflete a verdade das urnas. Simango diz ainda que é preciso dialogar com todas as partes da sociedade, bem como fazer reformas profundas no Estado, para se ultrapassar a actual tensão pós-eleitoral.

Lutero Simango também reagiu ao acórdão do Conselho Constitucional que dá vitória à Frelimo e ao seu candidato e o desloca da posição de terceira para a quarta maior força política do país.

Falou nos seguintes termos: “não concordamos pelo acórdão que ontem foi pronunciado, pelas mesmas razões que dissemos a quando do anúncio dos resultados feito pela CNE.

As razões são sobejamente conhecidas. São as discrepâncias, enchimento nas urnas, falsificação de detalhes, manipulação de resultados e má gestão de todo o processo eleitoral em cadeia, desde o orçamento eleitoral até o tratamento dos resultados expressos nas urnas. Não reconhecemos os resultados. Não se pode aceitar a fraude eleitoral. E é por essa razão que o MDM sempre defendeu a anulação das eleições. E essa teria sido a decisão mais acertada”.

Mas a decisão foi outra e agora Simango diz que é preciso fazer reformas profundas no Estado.

“O Estado passa necessariamente pela despartidarização do Estado moçambicano. Revisão profunda da Constituição da República de Moçambique. E há que redefinir com muita clareza e objetividade a gestão e exploração dos nossos recursos naturais. E também temos que revisitar as políticas públicas na educação, na saúde e também na criação de oportunidades de emprego aos nossos concidadãos. Moçambique precisa de ter uma economia vibrante e a economia vibrante só será possível havendo um combate real, sério, contra a corrupção generalizada que já capturou o nosso Estado”, declarou.

Mas também entende que é preciso dialogar.

“Moçambique está em crise. Por isso o diálogo político tem que ser muito urgente para que haja esse compromisso político para criar uma plataforma, para criar nova esperança para a nossa população. E devo confessar aqui perante vós, o candidato que foi anunciado vencedor ontem e o seu partido não são solução dos problemas dos Moçambicanos”.

Na mesma ocasião, o presidente do MDM lamentou a morte de pessoas e destruição de bens públicos e privados pela passagem do ciclone Chido na zona norte.

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