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Não há lâmpadas para iluminar o hóquei em patins na Cidade de Maputo

Não há hóquei em patins na Cidade de Maputo. Os clubes não competem há um mês, devido à falta de iluminação no pavilhão do Estrela Vermelha. A crise da modalidade acontece num ano em que a selecção nacional vai participar no Campeonato Africano, em Outubro, em Luanda, Angola.

O hóquei em patins na capital do país continua a pagar o preço dos mesmos problemas. Desde 2 de Julho que os clubes trabalham sem saber quando e como competir, de modo a testarem os seus jogadores e, por via disso, garantirem a rodagem necessária. 

Como sempre, a falta de pavilhões em condições para acolherem provas daquela que é tida como modalidade de elite e que em 2011, em San Juan, Argentina, fez Moçambique estar no topo ao alcançar a inédita quarta posição, volta  a assombrar o hóquei. 

O presidente da Associação de Patinagem da Cidade de Maputoç Lucas Cossa, reconhece que a modalidade não respira boa saúde, ainda que explique que o ano até começou bem para o hóquei na capital moçambicana, com a realização de duas competições. 

O novo timoneiro da modalidade na capital do país assegura que há passos a serem dados para garantir que os clubes voltem a competir. Para tal, assegura Cossa, a Associação de Patinagem da Cidade de Maputo está a negociar com o Desportivo de Maputo, de modo a ceder o seu pavilhão. 

Enquanto isso não acontece, Lucas Cossa diz estar ciente das implicações que a paralisação da modalidade na capital do país tem sobre os clubes, parceiros e a selecção nacional, que em Outubro vai participar no Campeonato Africano da modalidade, cuja fase final será em Luanda, Angola.

“Mais do que isso, a paralisação afecta a nossa calendarização, pois tudo ficará atrasado e seremos, por isso, obrigados a redimensionar os nossos planos para esta temporada”, reconhece Lucas Cossa.

KIKO E AS MUDANÇAS PROFUNDAS NO HÓQUEI

O actual treinador do Estrela Vermelha e ex-internacional moçambicano, Kiko, olha para o problema em várias dimensões e alerta para um melhor cometimento de quem dirige a modalidade, quer na associação quer na Federação Moçambicana de Patinagem.

“Já várias vezes tentámos fazer alguns arranjos no pavilhão em conjunto com a liderança anterior da associação. Quando entrou o novo elenco, o Estrela Vermelha predispôs-se a ajudar e fê-lo como sempre, mas ainda falta a parte da iluminação”, explica.

Sobre a participação da selecção nacional no Campeonato Africano de Hóquei,  Kiko antevê um possível descalabro, olhando para o actual contexto da modalidade na capital do país marcado, na sua opinião, por uma total letargia.

“Com toda a moçambicanidade que tenho, de tal sorte que já chorei e ainda choro pela camisola da selecção nacional, não vejo nenhuma hipótese para Moçambique, pois não está a trabalhar até hoje”, adverte o antigo internacional moçambicano. 

Alerta ainda, por exemplo, que não será fácil a selecção nacional ombrear em pé de igualdade com Angola, país que tem estado a investir na modalidade, através de um campeonato robusto e com jogadores a militarem nas melhores ligas do estrangeiro.

“Em alta competição não se brinca, e nós continuamos a brincar desde a federação até à associação. Neste momento, os clubes são os que não têm culpa, até porque investem naquilo que podem para alavancar a modalidade. O desporto, em si, não produz e tem de se arranjar meios alternativos para tal”, alerta.

E, para evitar improvisos na modalidade, o antigo internacional moçambicano sugere mudanças profundas no hóquei em patins, não só na Cidade de Maputo, como também a nível do país.

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