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“Não há emprego para todos, mas há trabalho”, diz Nyusi

Foto: O País

O Presidente da República diz que não há emprego para todos, mas há trabalho. Filipe Nyusi incentiva, por isso, os recém-formados a optarem pelo empreendedorismo. O Chefe do Estado falava hoje, na Cidade de Maputo, na cerimónia de graduação da Universidade Eduardo Mondlane.

São, ao todo, mais de 900 estudantes da segunda cerimónia de graduação da Universidade Eduardo Mondlane no ano de 2022.

Nesta segunda-feira, graduaram 150 e, durante a semana, poderão graduar os demais nos níveis de licenciatura, mestrado e doutoramento. A cerimónia desta segunda-feira contou com a presença do Presidente da República.

Falando aos que já têm os seus diplomas em mãos, Filipe Nyusi desafiou os graduados a reinventarem-se porque, no mercado, não há emprego para todos, mas há trabalho.

“Não havendo emprego para todos, encorajo a embarcar para incentivos de auto-emprego, trabalho autónomo para aqueles a que se lhes aplica. Há vezes que vão converter a vossa formação, mas a básica superior que tiveram vos autoriza a pensar diferente, fora de caixa e grande”, detalhou o Presidente da República, Filipe Nyusi, recorrendo a um exemplo: “Conheço uma senhora que fez direito, mas não deu certo e, agora, está a fazer serviços de catering com qualidade e não quer mais voltar para o direito”.

O Chefe do Estado disse, ainda, que “não é desejo do Governo ter pessoas formadas, que ostentam diploma de licenciatura, mestrado ou doutorado, mas que, na prática, não são capazes de desencadear uma iniciativa concreta para se libertar do desemprego e da pobreza”.

Uma vez que tal é incompreensível, Nyusi avança algumas ideias. “É doutor, sim. Está a andar na estrada ou na rua e sem fazer nada, afinal doutor não pensa em fazer qualquer coisa. Valoriza o título, fazendo qualquer coisa. Chegará fase em que doutores vão preferir conduzir e, se chegarem a conduzir, fá-lo-ão melhor e com conhecimento”, indicou.

Ainda que não haja emprego para todos, Filipe Nyusi conta com os quadros graduados pela UEM para a resolução dos problemas do país.

“A Universidade Eduardo Mondlane coloca hoje, formalmente, à disposição, novos protagonistas da transformação com a importante tarefa de proporcionar respostas concretas e à altura das necessidades de que o país se ressente”, desafiou o Chefe do Estado, detalhando as áreas nas quais deverão actuar, nomeadamente, economia, justiça social, agricultura, ciência e entre outras necessidades, “além do desenvolvimento das suas próprias famílias e comunidade em seu redor”.

Já o reitor da UEM diz que os graduados estão preparados para contribuir para o desenvolvimento socio-económico do país. “O mar calmo nunca fez um bom marinheiro. Por isso, as tempestades que viveram ao longo da vossa formação serviram para que hoje pudéssemos dizer que saem daqui bons marinheiros para a vida profissional”, disse o reitor da UEM, Manuel Guilherme Júnior, com um tom de convicção.

Mesmo que o mar esteja agitado, os formandos dizem que desistir nunca fez parte das suas alternativas. Estão cientes dos desafios que lhes aguardam no mercado, mas prontos para enfrentá-los.

Aos graduados foi-lhes pedido que pautem sempre pela humildade, ética, honestidade e, acima de tudo, patriotismo na sua vida profissional.

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