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Não gosto do meu tio

Era uma vez, sonhei que era um professor do ensino primário. Na minha turma tinha uma menina, acho que devia ter entre 9 a 11 anos de idade, acho que ela não me disse a idade dela no meu sonho.

Um dia pedi que os meus alunos escrevessem uma redacção a contar um pouco sobre a casa deles, como vivem e o que fazem. Essa menina que não me lembro do nome dela, escreveu um texto de uma página de caderno, mas no meio da redacção algo me deixou intrigado.

Ela disse que vivia com o tio da mãe e que não gostava dele.

Bem, corrigi o texto e no final da aula chamei a menina para conversar com ela e saber porquê não gostava do tio da mãe e respondeu apenas que não gostava porque durante a noite, ele tinha o hábito de levantar a saia dela.

Aquilo me deixou aterrorizado e tratei de ligar para a mãe da menina e pedi que e viesse a escola para ter uma conversa franca com ela sobre o que a criança me contou. Mas, instantes depois o meu despertador tocou e eu despertei.

Despertei sem conseguir conversar com a mãe da criança. Despertei sem saber ao certo o que estava a acontecer com a criança. Despertei sem conseguir ao menos ajudar a criança. Despertei sem saber o que mais o tio fazia além de levantar a saia da sobrinha de noite. Foi apenas um sonho, mas isso me dói a alma.

Fico me perguntando quantos tios levantam a saia das suas sobrinhas e quantos vão além disso? Quantas crianças são molestadas por pessoas próximas a elas, muitas até por parentes directos?

Quantas crianças são usadas como escravas sexuais de pessoas sem escrúpulos que usam a capa de família para as violar?

Qual é a nossa responsabilidade como pais na protecção das nossas crianças. Será que conversamos abertamente com elas para deixa-las avontade em falar connosco caso algo de errado aconteça?

Temos visto todos os dias histórias de crianças que são violentada sexualmente ppr pessoas com quem partilham o mesmo teto. Então. Por favor, não permita que a sua filha seja mais uma vítima de violência sexual, sobretudo se é praticada por alguém da sua família. Converse com a sua filha, vigie-a e corte pela raiz qualquer sinal de violência que possa ver, quer com a sua filha ou com a filha de outra pessoa.

Denuncie todas as formas de violência contra as crianças

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