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Nampula: Igreja Católica ameaça excomungar padre cabeça-de-lista do MDM

Foto: O País

A Igreja Católica, em Nampula, ameaça aplicar a sanção de perda do direito de direcção paroquial ao padre Fernão Magalhães Raúl, clérigo que decidiu concorrer ao cargo de governador provincial pelo Movimento Democrático de Moçambique.

Até há bem pouco tempo, o padre Fernão Magalhães Raúl dirigia a paróquia de Cazuzu, na província de Nampula, mas decidiu trocar o ambiente religioso pela política activa, apresentando-se como cabeça-de-lista do Movimento Democrático de Moçambique para o cargo de governador da província de Nampula.

Num comunicado datado de 28 de Agosto de 2024, assinado pelo arcebispo da Diocese de Nampula, Dom Inácio Saure, lê-se o seguinte:
“O Reverendíssimo Padre Fernão Magalhães Raúl tomou a decisão de candidatar-se ao cargo de governador da província de Nampula (e efectivou a sua decisão) sem conhecimento do seu arcebispo, seu superior hierárquico (…) “Essa decisão do clérigo é contrária à legislação eclesiástica, que impede os clérigos de participarem cargos que importem a participação no exercício do poder civil, como estabelece o Código de Direito Canónico (…).”

O comunicado avança que, depois de ter tomado conhecimento, através das redes sociais, da candidatura do padre Fernão Magalhães Raúl, o arcebispo de Nampula chamou o padre para que se explicasse, e foi aconselhado a retirar a sua candidatura, por ser contrária à lei da Igreja Católica. No entanto, o candidato pediu, verbalmente, ao arcebispo uma dispensa temporária do ministério sacerdotal por dois anos, o que não foi aceite, tendo sido instruído a fazê-lo por escrito, e fê-lo, mas a resposta também foi negativa.

E, porque a decisão de avançar para o cargo político já tinha sido dada, o padre Fernão Magalhães Raúl deu e continua a dar a cara pelo MDM e, na abertura da campanha, foi questionado pelo “O País” sobre esta sua decisão, ao que respondeu que “é uma questão de liberdade de escolha”.

Perante esta situação, a Igreja Católica adverte: “Se o Reverendíssimo Padre Fernão Magalhães Raúl persistir na sua decisão, a igreja poderá impor-lhe a pena canónica de suspensão a divinis, isto é, de proibição do exercício de actos de direitos e de poder adquiridos das ordens sagradas e, se não o fizer, poderá ser-lhe aplicada uma pena mais grave, sem excluir a possibilidade de perda do estado clerical.”

A perda do estado clerical é o mesmo que perder o poder de exercício da tarefa de direcção ministerial, mas não é excomungado. Ou seja, não deixa de ser católico.

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