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Declarante desmente tese de “martelanço” do réu António Carlos Do Rosário

Foto: O país

Esta segunda-feira o Tribunal montado na B.O dedicou o dia para ouvir o declarante Mahomed Zouaoui Fekih, através de uma videoconferência, porque actualmente o declarante reside na Argélia

Arquitecto e proprietário da empresa Walid Construções, Fekih confirmou que construiu uma casa e dois hotéis para o réu António Carlos Do Rosário e recebeu valores entre 2012 e 2014 pelo pagamento das obras executadas.

O declarante, confirma que recebeu vários pagamentos autorizados pelo réu, alguns vindo directamente da PRIVINVEST. E não são montantes quaisquer. Em momentos separados, entre 2009 a 2014, Fekih recebeu 1.7 milhões de dólares, depois 3 milhões de dólares e, mais tarde, 15 milhões de meticais.

Entre os valores recebidos constam 15.060 milhões de meticais, que segundo explicou eram para fazer face aos custos que teve durante a execução da obra localizada no bairro Belo Horizonte, na Província de Maputo.

“Não fiz nenhum negócio ilegal. Se tivesse feito, podia assumir”, assegurou.

O declarante disse ainda ao Tribunal, que não ganhou nada com os trabalhos prestados, aliás, teve um prejuízo de 300 mil dólares e que juntou documentos que comprovam o que diz.

No interrogatório conduzido pela Procuradora, o declarante confirmou os e-mails trocados com o representante do réu António Carlos Do Rosário, com informações referentes aos trabalhos em curso nas obras. Após a confirmação da troca de e-mails, Ana Sheila Marrengula quis saber o que o declarante tem a dizer sobre o facto do réu António Carlos Do Rosário ter dito, aquando da sua audição em Outubro, que os documentos anexados ao processo foram forjados (martelados) e ele desmentiu a tese do réu.

“Os conteúdos dos documentos são verificáveis. Não percebo porque ele diz que podem ter sido forjados. É algo que me repugna. Não fui ensinado a forjar nada e nem tenho nenhum interesse em falsificar documentos. Se ele é crente como diz, devia repor a verdade”, esclareceu Fekih.

Marrengula quis saber, igualmente, o que o declarante pode dizer sobre o facto de Do Rosário ter dito que não contratou os seus serviços da sua empresa para a execução das obras.

“Como eu posso chegar num espaço da propriedade de alguém e erguer uma obra sem o seu consentimento? Ele deve limpar a imagem da minha empresa. As declarações dele são falsas. E espero que ele possa pedir desculpa e deixar todos bem na fotografia”, disse.

Questionado sobre quando entregou às chaves do hotel de Tete, o declarante disse que deixou num envelope no início de 2015, e que não se lembra com precisão da data.

Mohamed Fekih e António Carlos do Rosário conhecem-se há 15 anos. Os negócios entre os dois envolveram outros intervenientes citados no processo – Imran Issa, Bilal Seedat e Caice Merana Duarte.

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