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Há desmandos nas casas nocturnas da cidade de Maputo  

Os estabelecimentos abrem até altas horas e os clientes ignoram na totalidade as medidas de prevenção e combate ao novo Coronavírus. A Inspeção Nacional das Actividades Económicas (INAE) surpreendeu, na noite da última sexta-feira, quatro estabelecimentos que operavam em situação de desmando.

Passavam das 23 horas da última sexta-feira. Agentes da INAE entram numa das mais frequentadas casas nocturnas, na cidade de Maputo. Logo à entrada a música alta chamava atenção. E no interior do estabelecimento, o ambiente era de pessoas aglomeradas, algumas comendo, outras a consumirem bebidas alcoólicas, outras ainda conversam.

Sem o mínimo de observância das medidas de prevenção da COVID-19, os clientes divertiam-se. Ao notar a presença da equipa da INAE e do “O País “, alguns clientes tentaram fugir. Outros com as palmas nos rostos em tentativa de preservar a sua identidade.

Chagados ao local, os agentes da INAE conversaram com o gerente tendo, logo de seguida, solicitado a documentação do estabelecimento. Ficou concluído que, afinal, o estabelecimento tem licença para funcionar toda a noite. Entretanto, pelo facto de não se ter observado o distanciamento social, os agentes abriram uma ficha para posteriormente medir o tipo de punição a aplicar aos proprietários.

O passo a seguir foi assegurar que todos os clientes pagassem as suas contas e de seguida abandonassem o local para o encerramento da estância.

Num outro ponto, chamou atenção a presença de muitos carros, numa zona não residencial. Logo depois da chegada dos agentes da INAE, acompanhados pela Polícia da República de Moçambique (PRM), os clientes começaram a abandonar o local.

O jornal “O País” não teve acesso ao interior, mas do exterior era impossível ver a aglomeração. A retirada de todos os clientes durou quase uma hora. Além destes dois lugares, a brigada da INAE esteve em mais dois estabelecimentos, que também tinham aglomerados e sem o mínimo de respeito pelas medidas de distanciamento interpessoal.

Em todos esses pontos, a INAE abriu fichas para dar seguimento às devidas sanções.

O director das operações na INAE, Verónio Duvane, explicou que “dependendo das situações, se [a instituição] for reincidente, será multada, mas se for a primeira vez receberá uma chamada de atenção”.

Uma chamada de atenção que não devia ser apenas para os agentes porque, afinal, a INAE entende que não é apenas deles a culpa. “Sentimos que não só os agentes, como também os clientes, estão relaxados. Está a haver muita procura e oferta” dos serviços dos estabelecimentos fiscalizados e outros similares.

Aliás, a procura e oferta desses serviços em si não é problema, mas há regras por seguir, nomeadamente: os estabelecimentos sem porta aberta, ou seja, sem licença para funcionar toda a noite, devem encerrar até às 21 horas e as discotecas sequer devem estar abertas, quanto menos ser frequentadas.

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