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“Nunca procurei saber o que a casa de câmbios ganhava com a utilização da minha conta”, Khessaujee Pulchand

Foto: O País

Quando chegou a vez da Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM) fazer o seu interrogatório, Khessaujee Pulchand respondeu que nunca procurou saber o que a Casa de Câmbios ganhava com a utilização da sua conta. Khessaujee Pulchand disse que lhe cabia a função de confirmar os levantamentos dos cheques, quando o banco telefonava para apurar a verdade. No entanto, os canhotos e os livros dos cheques ficavam com a gerência da sua antiga empresa e ele não tinha nenhum controlo sobre as operações.

Khessaujee Pulchand reconheceu que sempre se apercebeu de que a conta era sua, mas não lhe pertencia. Ou seja, ele era o titular, no entanto de nada sabia sobre os valores ou eventuais clientes que estavam envolvidos nas transações comerciais feitas através da mesma conta bancária.

Na Africâmbios, Khessaujee Pulchand trabalhou durante 19 anos, dos quais a conta bancária domiciliada no Millennium BIM, que o coloca diante do tribunal, foi utilizada durante 10 anos. A essa altura, o Juiz Efigénio Baptista perguntou se teria manifestado, em algum momento, desconforto pelo facto de a sua conta bancária estar a ser utilizada pela empresa para outros fins. Disse que não e reforçou dizendo que não teve qualquer benefício ao permitir que a sua conta fosse usada pela Africâmbios. “Eu trabalhava e apenas recebia o meu salário”.

Na tarde desta terça-feira, já no interrogatório feito pela sua Defesa, a advogada Alice Mabote, Khessaujee Pulchand afirmou que o réu Fabião Mabunda nunca foi o seu cliente, mas da Casa de Câmbios. Por isso mesmo, sempre que Mabunda fosse a Africâmbios para comprar moeda, era atendido pela gerência.

No seu interrogatório, Alice Mabote quis saber se o seu constituinte teria transferido dinheiro à ré Ângela Leão. “Mabunda transferiu dinheiro para conta titulada por mim, mas nunca transferi dinheiro para Ângela Leão”.

Khessaujee Pulchand deixou a Africâmbios em 2018 e foi preso em 2019. Segundo Pulchand, a Africâmbios ofereceu-se para arranjar um advogado.

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