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Morrumbala registou 96 casos de desmaio na escola só este ano

Embora casos de desmaios na escola continuem preocupantes na Escola Secundária Geral 4 de Outubro, em Morrumbala, a Direcção da escola diz que os casos tendem a abrandar. Nos últimos dois dias, não houve registo de nenhum caso, depois de semanas conturbadas. De acordo com o director pedagógico do primeiro ciclo, curso diurno, Sidónio Ferrão, algumas alunas com histórico de desmaios estão em acompanhamento familiar.

Casos de desmaios na Escola Secundária Geral 4 de Outubro, em Morrumbala, na província da Zambézia, ocorrem desde o início deste ano com alguma preocupação. Até aqui, são contabilizados pelo menos 96 casos envolvendo apenas raparigas. A situação preocupa não só a Direcção da escola, como as comunidades ao nível do distrito, tendo já sido criada uma comissão técnico-científica para esclarecer as principais causas da situação.

No entanto, nos últimos dias a Direcção da escola diz que o cenário tende a abrandar. Sidónio Ferrão, director pedagógico do primeiro ciclo, fez saber que “o problema dos desmaios tem vindo a ocorrer há bastante tempo, e envolve algumas alunas. As mesmas alunas quando estão em casa, em acompanhamento familiar. O problema na escola tende a abrandar. A título de exemplo, esta terça-feira, as alunas que sempre se notabilizam com este problema estão em acompanhamento familiar e o ambiente que se viveu na escola foi de tranquilidade. Segunda-feira também não tivemos casos e estamos expectantes que a situação prevaleça neste ritmo”.

Contudo, o que a nossa reportagem acompanhou no terreno é o surgimento de um novo fenómeno. Ou seja, quando as meninas desmaiam, elas apresentam comportamentos típicos de manifestações espirituais, tal como explicou Marta José, aluna do ensino médio.

“Estamos muito mal, pois as moças têm vindo a cair de forma assustadora. Agora são manifestações em que elas caem e começam a comportar-se como pessoas com problemas mentais. Outras até chegam a correr pelo recinto escolar”, disse a estudante pedindo o fim da situação através de intervenção de todos.

Reis Tungadza, funcionário público afecto ao Hospital Distrital de Morrumbala, formado em saúde pública, diz tratar-se de histeria colectiva um fenómeno contagioso nas meninas. Chama atenção sobre a necessidade de se controlar, para evitar o seu alastramento, porque traz consequências negativas, com destaque para a esterilidade no futuro.

“As consequências da histeria colectiva são graves e são, às vezes, a longo prazo, podendo levar à irregularidade do ciclo menstrual da menina, infertilidade em casos futuros.”

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