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Empate e derrota a provarem momento actual dos Mambas

Terminou inglória a participação de Moçambique no torneio internacional de Nouakchott, que decorre na Mauritânia, depois de somar derrota diante dos anfitriões, por 2-1, este sábado. A derrota junta-se ao empate da quinta-feira diante do Níger, a um golo. Dois resultados a provarem o actual momento de forma dos Mambas, longe da selecção capaz de ombrear por um lugar no Campeonato Africano das Nações que terá lugar em 2023 na Costa do Marfim

Quando a Federação Moçambicana de Futebol escolheu Níger e Mauritânia para a sua preparação com vista aos jogos de Junho de qualificação ao Campeonato Africano das Nações de 2023 na Costa do Marfim, muitas foram as vozes que pensaram que fossem os melhores adversários para os Mambas.

Até porque Mauritânia tinha estado na última edição do CAN dos Camarões, em que inserido no grupo F terminou sem nenhum ponto, enquanto o Níger, a par dos mauritanos, está acima de Moçambique no Ranking da FIFA. Ou seja, Níger na 114ª, Mauritânia na 116ª e Moçambique na 117ª posição, respectivamente.

O facto é que tanto o Níger como a Mauritânia foram para este torneio para mostrar e demonstrar que estão muito melhor organizados a esta altura e prontos para enfrentar a fase de grupos de apuramento ao CAN-2023.

Já Moçambique foi a Mauritânia já mostrando as fragilidades de sempre em termos organizacionais, a começar pelos problemas documentais de Zainadine Jr. e Reginaldo Faite, o primeiro por não ter “prestado atenção” no seu passaporte, que tem apenas três meses dentro do prazo, quando devia ter, no mínimo, seis, para entrar em solo mauritano, e o segundo por não ter cartão de vacinação contra a COVID-19.

A estes problemas documentais juntou-se outro, talvez menos grave para alguns, nomeadamente a ausência do seleccionador nacional no arranque dos trabalhos e no primeiro jogo de preparação diante do Níger, deixando as responsabilidades todas para os seus adjuntos.

Com todas estas nuances, muitas são as vozes que, agora, confirmam que não se podia esperar por resultados diferentes dos alcançados neste Torneio Internacional de Nouakchott: derrota e empate, ou seja, tivemos dois jogos e não conseguimos vencer nenhum deles.

Depois de Nouakchott vem a fase de qualificação ao Campeonato Africano das Nações, em Junho próximo, onde os Mambas terão, de acordo com o calendário da Confederação Africana de Futebol, quatro jogos em cerca de 15 dias, diante de adversários que até aqui são desconhecidos, já que o sorteio só se realiza nos próximos dias.

 

Deixar fugir o empate ao minuto… 92

Os Mambas disputaram o Torneio Internacional de Nouakchott para que o seleccionador nacional avaliasse os jogadores com os quais pode contar para a fase de qualificação, em Junho e, certamente, terá tirado as melhores ilações do que melhorar.

A começar pelo sector defensivo que denotou muitas lacunas, com falta de coordenação entre os centrais e as alas, bem como a falta de um “matador” que possa marcar golos, a aproveitar as constantes subidas no terreno de jogadores mais confiantes, casos de Reinildo Mandava e Clésio, que fazem cruzamentos venenosos para área.

Mas mais importante é o facto dos Mambas terem sofrido golos mais consentidos do que conseguidos pelos adversários, a obrigarem ainda a que o combinado nacional tivesse que correr sempre atrás do prejuízo.

Se no primeiro jogo diante do Níger os Mambas tiveram que correr para chegar ao empate depois de sofrer um golo aos 63 minutos, num livre em Ernan ficou mal batido, tendo sido Gildo a empatar aos 83 minutos, o mesmo cenário repetiu-se diante da Mauritânia.

A selecção esteve, desde os minutos iniciais, sob o controlo do jogo, mas a eficácia surgiu por parte dos mauritanos, com um golo aos 18 minutos, através do avançado Mouhamed Soueid. Daí para frente foi ver os Mambas a correrem atrás do resultado e só mesmo na ponta final a conseguirem o almejado empate, aos minuto 90, altura em que Melque, que tinha entrado a substituir o capitão Domingues, no início da segunda parte, marcou.

Suspirava de alívio o banco técnico moçambicano, que pensava que o resultado já não sofreria alteração e que os Mambas somariam o segundo empate na prova. Eis que a selecção da Mauritânia chegou à vitória, aos 90+2 minutos, pelo defesa Lamine Ba.

Uma vez mais, o minuto 90+2 voltou a ser o carrasco da selecção moçambicana, a recordar os fantasmas da “era Abel Xavier”.

Este foi o segundo jogo de preparação de Moçambique para as eliminatórias de acesso ao CAN 2023, no espaço de três dias, depois de, na quarta-feira, ter empatado a um golo, diante do Níger.

 

Quando Conde promete, Conde cumpre!

Depois do primeiro jogo diante do Níger, em que o seleccionador nacional, Chiquinho Conde, assistiu estando em Portugal, para onde fora a uma formação de treinadores, para o embate diante da Mauritânia foram prometidas alterações para dinamizar o conjunto nacional.

E Chiquinho Conde até cumpriu e, durante largos minutos do jogo a sua estratégia surtiu efeito. Tirou Ernan da baliza e colocou Ivan, tirou Infren e meteu Clésio, fez entrar Shaquile para o lugar de Amadou, Domingues foi para o lugar de Telinho e Gildo, que marcou o golo de empate no primeiro jogo, entrou de início no lugar que fora de Dayo. Os restantes permaneceram nos seus lugares, nomeadamente Mexer, Martinho e Reinildo, no sector defensivo, Kambala e Geny na zona intermediária e Luís Miquissone na frente do ataque, mais descaído para a ala esquerda.

Uma promessa cumprida em que o seleccionador tirou as devidas ilações, numa equipa em que não estiveram Zainadine Jr., Reginaldo Faite e Witi Quembo, naquelas que foram as primeiras escolhas de Chiquinho Conde.

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