O Ministério dos Transportes e Comunicações desmente que o Porto de Nacala esteja a ser concessionado ao Malawi. A instituição esclarece que se trata de um processo que permite ao país vizinho ter um local a 15 quilómetros do Porto para o condicionamento de carga.
O Ministério dos Transportes e Comunicações diz estar preocupado com as informações, segundo as quais, o país está a concessionar o Porto de Nacala ao vizinho Malawi.
O Secretário Permanente do Ministério dos Transportes e Comunicações esclarece que não se trata de nenhuma concessão.
“O Ministério dos Transportes e Comunicações está a trabalhar com o Malawi, sim, mas não no processo de concessão do porto de Nacala, mas num processo que permita ao Malawi ter um local, em Muchilipo, cerca de 15 quilómetros do porto de Nacala, para desenvolver um porto seco, com vista a condicionar a sua carga, de modo a garantir que maior carga de Malawi seja preparada naquele local e chegue ao porto sem custos, que acabam trazendo aquilo que é o desafio da logística no global”, esclareceu o Secretário Permanente do Ministério dos Transportes e Comunicações, Cláudio Zunguza.
E tudo isto só poderá acontecer depois de um estudo de pré-viabilidade.
“Há uma discussão que nos traz sobre as cargas líquidas, tendo em conta que, colocar um sistema tubular do porto de Nacala até ao porto seco num percurso de 15 quilómetros pode trazer um desafio. Está em discussão. Neste estudo, terá que se mostrar quais são as cargas que o Malawi pretende trazer com maior demanda. Aquelas cargas secas estarão acondicionadas no porto seco e, quanto às cargas líquidas poderá se trabalhar para ver se é possível colocar um tanque próximo do porto, no qual poderá permitir que Malawi possa garantir o acondicionamento da sua carga para que, através do seu sistema ferroviário ou rodoviário, seja demandado para o país vizinho, Malawi”, detalhou Cláudio Zunguza.
O dirigente falava num evento que debatia o desenvolvimento de infra-estruturas e o seu papel para impulsionar a economia nacional e regional.
“Tanto o corredor de Nacala, da Beira, como de Maputo estão a garantir um grande desenvolvimento, olhando em termos de infra-estruturas que é o primeiro pilar que estamos a trabalhar nele. Não estamos totalmente satisfeitos porque precisamos que o tempo de retorno dos navios não seja mais longo como tem sido hoje, queremos garantir que os nossos corredores continuem a ser mais competitivos e eficientes para responder à demanda nacional e regional”, avançou o Secretário Permanente.
O debate teve lugar, esta quinta-feira, no pavilhão dos corredores de desenvolvimento, na FACIM 2024, que decorre no distrito de Marracuene, província de Maputo.