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MISAU confirma mais seis casos positivos de COVID-19

Houve registo de mais seis infectados pela COVID-19 este domingo, o que eleva o número para 76. Todos os novos casos são relacionados à investigação que decorre em Cabo Delgado. E, pela primeira vez, Moçambique conta com uma criança infectada

Moçambique já soma 76 casos oficiais de COVID-19, com Cabo Delgado a liderar nos números. Dados do Ministério da Saúde indicam que 54 estão naquele ponto. Entretanto, o total de infectados relacionados à investigação que decorre em Cabo Delgado é ainda maior: são 66. Sucede que alguns encontram-se na cidade de Maputo e outros na província com o mesmo nome.

Dos novos seis casos ontem anunciados, há uma menor de idade. Tem menos de 14 anos e está em Pemba. É filha de alguém com COVID-19.

“É a primeira criança que nós diagnosticamos e notificamos. Trata-se de uma criança do sexo feminino na faixa dos cinco aos 14 anos de idade e encontra-se em isolamento domiciliar na cidade de Pemba. É filha de um caso positivo relacionado com um outro caso em Afungi”, explicou Rosa Marlene, directora Nacional de Saúde Público, referindo que os novos casos resultam de 69 testes feitas entre sábado e domingo. No global, Moçambique já testou 1644 pessoas.

Da investigação que decorre em Cabo Delgado, há um total de 66 infectados, cujo ponto de partida é um cidadão que esteve naquele ponto a trabalho. Mas este já está recuperado.

“Continuamos com nove recuperados e até ao momento não há nenhum óbito relacionado com a infecção”, refere.

Em termos de localização, Cabo Delgado continua a albergar o maior número de casos positivos, com 54 pessoas, das 66 infectadas a partir do cidadão que esteve em Afungi. Cidade de Maputo está com 17 casos, das quais duas saíram da Matola para a capital em ambulâncias, não por estarem graves, mas para serem acompanhados e estão isoladas. Já a cidade da Matola conta actualmente com cinco casos.

Em Moçambique, as pessoas ficam infectadas e até agora, há casos recuperados, mas no mundo fora se está a morrer.

“O mundo notificou um total cumulativo de quase três milhões de meticais, sendo que cerca de 90 mil nas últimas 24 horas. Em termos de óbitos, em todo o mundo temos um cumulativo de mais de 200 mil óbitos, com registo de seis mil nas últimas 24 horas”, detalha Marlene, que acrescenta que “temos que realçar que o número de pessoas que vão se recuperando também tem registado alguma melhoria. Temos um total cumulativo de pessoas previamente infectadas que agora estão recuperadas de mais de 800 mil em todo o mundo”.

Refira-se que África, pese embora seja o continente mais poupado pelo mortífero novo Coronavírus, os números são igualmente crescentes. Há 30 mil casos notificados, dos quais 1276 casos foram detectados nas últimas 24 horas. Dos 76 casos de COVID-19 no país, oito são importados e 68 de transmissão local.

 

SEMANA RECORDE

A última semana foi a que mais casos de COVID-19 registou e todos estão ligados à investigação em Cabo Delgado, disse o Ministério da Saúde. Dada à gravidade, Eduardo Samo Gudo, director-geral Adjunto do Instituto de Saúde vai àquela província reforçar a equipa de investigação.

Foram registados 35 casos de COVID-19 no país nos últimos sete dias, quase metade do número total de infectados. O número é o dobro do registado na semana anterior.

“A semana epidemiológica começa no domingo e termina no sábado. Nas cinco semanas que nós temos em relação a COVID-19, o número de casos tem uma tendência crescente”, refere o director-geral do Instituto Nacional de Saúde (INS), Ilesh Jani.

Cabo Delgado é o centro das atenções, com o maior número de casos positivos. Se antes, se buscava os contactos dos infectados para o cumprimento da quarentena e testes, havendo possíveis sintomatologias, agora, o Ministério da Saúde decidiu que vai submeter todos que estão no acampamento de Afungi a testes. São cerca de 800 pessoas que estão naquele ponto do país.

“É muito provável que a transmissão no acampamento esteja a decorrer em várias cadeias de transmissão. Nossa estratégia agora é de testagem massiva dentro do acampamento”, argumentou o responsºavel do INS.

Na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Moçambique continua entre os países com um crescimento reduzido de casos. África do Sul está na linha da frente, com 73 por cento dos infectados da região.

“Moçambique é um dos países da região que tem o menor número de infectados por milhão de habitante. Tem aproximadamente 1,3 casos por milhão de habitante e os países que tem por milhão de habitantes menos casos que nós são Malawi e Angola”.

Dos 76 infectados em Moçambique, pelo menos 31 são de nacionalidades estrangeiras.

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