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Governo esclarece sobre vinda de tropas do Ruanda 

O Ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume, explica que o envio de forças ruandesas para Cabo Delgado não é colocação de novas tropas no Teatro Operacional Norte, mas faz parte da rotatividade de militares no combate ao terrorismo. 

O ministro disse, esta quarta-feira, que não confirma a informação veiculada pela imprensa nacional e estrangeira, semana passada, sobre o envio de novas tropas ruandesas em Cabo Delgado.

“Não confirmo a vinda de mais efectivo das forças de segurança do Ruanda. Confirmo sim que os efectivos que estiveram cá, no início da missão daquele país em Moçambique, sempre tiveram momento de troca, tal como os nossos que estão no terreno, que fazem o refrescamento. Então, esses momentos acontecem de tempo a tempo”, explicou o governante, que negou também ter havido qualquer contacto de Maputo e Kigale com este teor.

Chume respondia às perguntas da imprensa após orientar a cerimónia de empossamento do novo director do Centro de Análise Estratégica da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CAE/CPLP). E disse que a situação de demanda a entrega de todos.

“O combate ao terrorismo é um processo que acontece sem datas, e acreditamos que poderá levar seu tempo, apesar dos esforços internos conjuntamente com os nossos parceiros em acabar com o mal. O que podemos assegurar é que as Forças de Defesa Nacional e a inteligência estão a trabalhar, facto confirmado pela ocorrência de quase todos os eventos políticos e sociais nos últimos dias, com destaque para o processo eleitoral, disse Chume.

O governante que deu a conhecer a situação de ordem e segurança em Cabo Delgado, afirmou ser de tranquilidade, apesar de confirmar a ocorrência de alguns ataques e sequestros de menores de idade. 

“Poderão ocorrer situações que têm vindo a ser contabilizados em algumas regiões, de rapto de rapazes e raparigas, casos de decapitação de cidadãos indefesos e nem sempre as Forças e Defesas estarão por perto para responder a altura e cortarem a ocorrência destes actos. Mas, de modo geral, a situação de Cabo Delgado é de estabilidade comparativamente ao mesmo período do ano passado”, explicou.

Falando em Maputo, à margem de um evento da CPLP, Chume reagiu também sobre a situação dos Naparamas que plantam desordem na província da Zambézia. Questionado pela imprensa sobre a estratégia de controlo do grupo, Chume disse ser da competência do Ministério do Interior e que a intervenção militar será o último recurso caso se justifique.

A situação dos Naparamas é uma situação de segurança pública que gostava de deixar ao cargo do ministério do interior, embora, possa dizer o seguinte se a situação dos Naparamas continuar a perigar tal como está a acontecer a integridade física dos cidadãos e sociedade, é nosso papel como Força de Segurança assegurar a ordem”, concretizou.

Cristóvão Chume conduziu esta quarta-feira a cerimónia da tomada de posse do novo director do Centro de Análise Estratégica da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, que passa a ser dirigido pelo Capitão-de-Mar-e-Guerra João Carlos Pires, da Guiné-Bissau, que vai dirigir o centro nos próximos três anos.

A este, o governante exortou a implementação de melhores estratégias de cooperação para o combate aos males no contexto global.

Melhorias no combate e prevenção a violência de rua

Cristóvão Chume, diz que  a violência durante as últimas manifestações deu liberdade a actos que, caso não sejam estudados, podem, no futuro, abrir espaço para a expansão do terrorismo no país.

No empossamento do novo director do CAE/CPLP, Chume apelou para a melhoria das formas de combate e prevenção a violência de rua. 

Segundo Cristóvão Chume, as manifestações chamaram atenção para a necessidade de melhorar, não só no âmbito da Política de Defesa e Segurança, mas também do Sector de Segurança, de forma a acompanhar a evolução da sociedade. 

“Hoje, não restam dúvidas que estamos bastante expostos ao sufrágio popular. Contudo, não deve prevalecer o discurso de Eu e Eles quando se trata de segurança colectiva”, disse o governante.

O ministro da Defesa Nacional reconhece que os “actos violência”, que ocorrerem no país nos últimos meses, não são uma novidade na comunidade, por isso apela ao CAE/CPLP para a melhoria dos mecanismos de prevenção e combate a violência de rua. 

“Neste contexto, o CAE/CPLP deve combinar as diferentes leituras dos riscos e ameaças dessa natureza, que propiciam os Serviços de Segurança Interna, Segurança de Estado e Forças Armadas a aprenderem entre elas sobre as melhores formas de prevenir, conter e até combater violência de rua e nas redes sociais, resultante de eventos políticos e sociais, nefastas à Unidade do Estado”, concluiu.

 

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