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Médicos continuam em greve por mais 21 dias

Foto: O País

Arrancou, hoje, a prorrogação da segunda fase da terceira greve dos médicos. Em todo o país, cerca de dois mil médicos aderiram à greve, pelo facto de ainda não se ter chegado a nenhum consenso com o Governo.

No Hospital Geral José Macamo, na Cidade de Maputo, fala-se de exaustão dos profissionais de saúde que estão a trabalhar, para garantir os serviços mínimos.

Segundo o director clínico, Luís Walle, o hospital conta com 48 médicos, sendo oito clínicos gerais, 12 médicos em pós-graduação e os restantes especialistas. Dos clínicos gerais, apenas dois estão a trabalhar, e dos que estão a fazer especialidade, todos aderiram à greve.

Já os especialistas, estão todos a trabalhar, apesar de um e outro não se fazer presente com regularidade ao hospital, mas dos 28 existentes, o hospital conta com pelo menos 26 médicos.

Apesar de a grande parte estar presente, a situação não é das melhores para os que estão a trabalhar.

“Estamos sobrecarregados, e com esta prorrogação, a sobrecarga continua e cada vez mais os poucos médicos com os quais contamos estão exaustos, e assim, é difícil prestar os serviços mínimos aos nossos pacientes”, lamentou.

Neste momento, contam com o apoio dos médicos militares. Segundo Walle, os pacientes também estão a sofrer, por causa da falta de atendimento nos serviços externos.

Agora só funcionam o banco de socorros, o serviço de urgência de ginecologia, os serviços de parto e algumas operações de emergência, mas, conforme disse, com alguma morosidade.

O médico disse que, devido à carga de trabalho, não têm tempo para descansar, para lazer e estão apertados.

“Passamos a fazer 12 horas de trabalho e ainda apoiamos os outros colegas que entram nas 12 horas seguintes. No passado, o nosso tempo de trabalho era de oito horas, o que significa que havia três pessoas a trabalhar ao longo do dia e era muito mais prático e, agora, com as 12 horas, estamos apertados e as duas ou três horas da madrugada temos de vir ao hospital para socorrer a uma emergência que precisa de uma assistência mais especializada”, explicou Walle.

Esta segunda fase da greve terá a duração de 21 dias prorrogáveis, dependendo do consenso alcançado nas negociações com o Governo.

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