Até meados do próximo ano, o distrito de Marracuene, na Província de Maputo, terá uma casa de apoio a crianças com cancro. O empreendimento, cuja primeira pedra foi lançada hoje, é da Associação de Pais e Amigos da Criança.
As crianças com cancro têm, a partir deste domingo, um muro de esperança para minimizar o sofrimento que a doença as acomete. Usa-se a expressão “esperança” por vários motivos. Mas todos eles resumem-se nas dificuldades que estes petizes enfrentam no país para poder ter o tratamento desta doença.
“Moçambique só tem uma enfermaria para tratar doentes com cancro pediátrico do Rovuma ao Maputo, que está no Hospital Central. O número de médicos ainda é exíguo, o que significa que a esperança que uma criança com cancro tem em Moçambique, se estiver no distrito, é vir a Maputo. O outro problema é que, conhecendo a realidade social dos nossos compatriotas, há dificuldades de se sustentar em Maputo. A acomodação, a alimentação, a medicação e o transporte são caros”, elucidou Frederico Congolo, presidente da Associação de Pais e Amigos da Criança.
A ideia é reverter o cenário. O primeiro passo para isso é a construção de uma casa de apoio a crianças com cancro, cuja primeira pedra foi lançada este domingo, em Marracuene, Província de Maputo.
“Esta é uma casa de esperança. Esta é uma casa onde as pessoas vão poder vir e concentrar-se no tratamento médico enquanto Moçambique, no seu todo, representado por aqueles que aqui estão e os demais, tentam dar suporte noutras questões”, afirmou o presidente da Associação de Pais e Amigos da Criança.
O projecto, que vai começar em Janeiro e com o término previsto para Junho de 2023, consiste na construção de quartos para as crianças e seus acompanhantes, bem como zonas de convívio.
“A ideia é começar lá para o dia 15 de Janeiro e, se tudo correr bem, o interesse e o desejo é que, em Junho de 2023, haja a inauguração das primeiras unidades. Cada habitação com quatro quartos no mínimo ou oito andará na casa dos cinco milhões de Meticais, mas eu diria que, neste momento, há empresas interessadas em ajudar”, detalhou João Alberty, da empresa de construção Mozago, parceiro da iniciativa.
O Governo distrital de Marracuene, local onde será implantada a infra-estrutura, acredita que o projecto tem pernas para andar, por isso vai dar todo o apoio necessário.
“Eu, particularmente, vou empenhar-me, também, na procura de parceiros e apoio para que este projecto seja uma realidade a breve espaço de tempo. O nosso amigo já disse que, em Junho, vamos poder ter alguma coisa, mas vamos correr e eu tenho muitos parceiros a nível do distrito que vão apoiar este projecto. Aliás, já temos algum apoio guardado para este projecto”, garantiu Shafee Sidat, administrador de Marracuene.
A Comunidade Maometana é um dos parceiros da iniciativa e, além de apoiar com a construção da casa de apoio a crianças com cancro, ajudará com medicamentos e alimentação.