Mário Macilau encontra-se, neste momento, a caminho de Málaga, Espanha aonde irá participar na primeira edição da Bienal Africana de Fotografia, denominada Ozangé. Ozangé é uma bela expressão emprestada de Omyènè, a língua materna da directora artística Owanto.
“O termo tem como significado ‘luz’. Transmitindo através da Bienal uma vontade de abrir caminho para a luz, onde o Sul da Europa, Málaga, se torna essa ponte, esse ponto de encontro iluminado por uma multiplicidade de perspectivas que levantam as questões que devemos olhar juntos. Esta primeira edição convida artistas de diferentes nacionalidades africanas e da diáspora a apresentarem as suas propostas únicas no Centro Cultural La Malagueta, La Térmica, A Universidade e as ruas de Málaga – particularmente Calle Alameda Principal. Os quatro diferentes espaços prometem uma Bienal perspicaz e envolvente neste ambiente cultural e vibrante na cidade de andaluza”, lê-se na nota de imprensa.
Segundo Macilau, o evento é definido como um espaço de encontro onde há liberdade para criar diálogos sobre os existentes medos, desejos, fracassos, realizações e o futuro do mundo. Pretende-se reunir cidadãos de todos os cantos de África em torno de uma estação. Isso significa seguir simbolicamente as rotas milenares migratórias e continentais para reconstruir o palco da vazante e do fluxo de ideias, culturas e do conhecimento.
Como prelúdio da selecção de criação contemporânea, a Bienal deseja homenagear alguns dos mais relevantes festivais de fotografia que é organizada na África desde a década de 1990, com o objectivo de apresentar obras emblemáticas da história da fotografia africana.
Este ano, o foco será no Lagos Photo Festival, onde o fotógrafo Mário Macilau foi um dos principais pioneiros como artista principal nas primeiras quatro edições que tiveram lugar na Nigéria, onde Macilau desenvolveu palestras e diversos programas educativos.
Macilau foi seleccionado para apresentar uma parte do seu trabalho e junto a uma palestra e oficina fotográfica que irão decorrer no espaço La Termica, em Málaga e durante o Festival. “Mário Macilau foi eleito a participação desta edição pelo seu compromisso consistente com a arte fotográfica e ele é uma pessoa firme no que faz, há anos que percorre uma longa jornada com o objectivo de dar uma roupagem a distinta a fotografia, ele sempre trabalha no seu país e nas suas fotografias tenta representar o seu povo e a sua cultura, principalmente quando se trata de pesquisas sobre o temas que têm explorado, ele tem uma forma única e sensível de retratar seus temas. Ele tem-se concentrado na forma como o tempo desloca as coisas e separa certas estruturas vitais como a tradição de convivência e a inclusão social em todas as actividades”, afirmou o director de Lagos Photo, curador actual desta Bienal, citado na nota de imprensa.
O trabalho de Macilau tem sido presença assídua em exposições individuais e colectivas, tanto no seu país natal como no estrangeiro. São disso exemplos a Bienal de Dakar, em colaboração com a Fundação Dapper, em 2022. Foi seleccionado pelo Instituto Inclusartiz, no Rio de Janeiro, para um projecto no Rio de Janeiro, em colaboração com a curadora Ana Beatriz Almeida, tendo, posteriormente apresentado o seu trabalho na ArPa, com a Ed Cross Fine Art, em São Paulo, Brasil (também incluído no programa Prism).
Macilau expôs também o seu trabalho na Feira de Arte da Cidade do Cabo (2022), na Art Madrid (2022), The Philips, em Londres (2022) e apresentou uma exposição individual na La Terrasse, em Nanterre (2021). Colaborou com o curador, escritor e jornalista Ekow Eshun, no âmbito da Sombras do Tempo (Shadows of Time), uma exposição individual na Galeria Movart, em Lisboa, Portugal (2021). Em 2020, integrou uma exposição com trabalhos de vários artistas com actividade em Moçambique, Cinco Fotógrafos Africanos Contemporâneos (Five Contemporary African Photographers), com curadoria de Julie Bonzon.
Em 2019, expôs também na Ar.co Lisboa e, em 2018, na Feira de Arte 1:54, em Londres, no Reino Unido (2018), bem como na Art Marbella, Espanha (2018); Terceira Bienal de Fotografia de Pequim, Pequim, China (2018); no Unseen, Amesterdão, Holanda (2018); Feira de Arte FNB de
Joanesburgo, África do Sul (2018); Cimeira Mundial do Clima, São Francisco, EUA (2018); no High Museum of Art em Atlanta, Geórgia, EUA (2018); no Festival IPhoton, em Valência, Espanha (2017).