O Museu Nacional de Arte, na cidade de Maputo, tem várias obras de Mankew, Makamo e Noel Langa patentes na exposição Tempos e percursos em 3D, aberta ao público até Fevereiro do próximo ano.
Os três artistas plásticos têm uma longa experiência nas artes plásticas. Já no período colonial, exerciam a actividade e, tantas décadas depois de se descobrirem artistas, continuam a fazer o que gostam. Assim sendo, a exposição colectiva patente no Museu Nacional de Arte, na cidade de Maputo, não poderia ter um outro título, se não Tempos e percursos em 3D.
Inaugurada há dias, a colectiva traz uma mensagem concreta de Mankew, Makamo e Noel Langa: “Com esta exposição, nós quisemos dizer que ainda estamos aqui. Ainda estamos vivos e com a nossa arte. A exposição é para lembrarmos aos amantes da nossa arte, aos que nos apoiam, aos nossos governantes que continuamos com talento forte e cada vez mais forte, em relação ao que fizemos no passado”, afirmou Mankew.
Tempos e percursos em 3D é uma mistura de telas e esculturas (antigas e novas). Em algumas obras, no entanto, Mankew confessa que não conseguiu atingir a perfeição que desejava, pois a vista já não dá para tanto por causa da velhice. Ainda assim, ficaram muitas telas pintadas fora da exposição colectiva, que, próximo ano, irão integrar uma individual do pintor.
Num encontro promovido pelo Museu Nacional de Arte, na cidade de Maputo, Mankew partilhou suas histórias e percursos. Aí os mais jovens ficaram a saber que o artista de Marracuene, distrito de Maputo, começou a pintar com tinta de china, em 1960. Já em 1971, fez uma exposição colectiva na Associação Africana de Lourenço Marques, no Alto Maé, hoje Matchedje.
Mankew nasceu 1 de Janeiro de 1934, em Marracuene. Com 20 anos de idade, emigrou para trabalhar nas minas da África do Sul. Algum tempo depois, voltou a Moçambique e aí começou a pintar na área da construção civil. Lá esteve cinco anos. Quando se fartou, preferiu investir na agricultura, no seu distrito natal. A partir de 71, sim, as coisas mudam e Mankew passa a investir nas artes plásticas, o que lhe garantiu muitas oportunidades, como exposições e intercâmbio artístico em vários países, como Zimbabwe, África do Sul, Egipto, Tanzânia, Alemanha, Áustria, Rússia, Ucrânia, Geórgia, Itália, Cuba, Nigéria e Portugal. E ainda ofereceu uma obra à União Africana.
A promover a exposição em forma de conversa, no Museu Nacional de Arte, também esteve Noel Langa. Nas telas do artista que “pinta olhando para o mundo”, como é habitual, não faltam pássaros, cajus e senhoras.
A exposição colectiva de Mankew, Makamo e Noel Langa está patente no Museu Nacional de Arte até 7 de Fevereiro, podendo ser visitada de terça a domingo, incluindo feriados.