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Mambas fazem história no CHAN com a primeira vitória

A selecção nacional de futebol venceu, pela primeira vez, numa fase final de um Campeonato Africano das Nações, com particular destaque para o CHAN. A vítima foi a Líbia, em jogo da segunda jornada da fase de grupos. Melque, Nené e Lau King apontaram os golos dos Mambas, num espaço de 10 minutos. Chico, com o primeiro na própria baliza, e Anis Saltou, na ponta final, fizeram os golos dos líbios. Um empate na última jornada diante da Argélia coloca os Mambas na fase a eliminar, pela primeira vez.

Argélia está a ser o talismã para os Mambas. Alcançaram o primeiro empate e o primeiro ponto numa fase final do CHAN na primeira jornada, frente à Etiópia, e hoje somaram a primeira vitória, diante da Líbia, e podem assegurar um lugar na fase a eliminar, quartos-de-final, de uma fase final de um Campeonato Africano das Nações.

Nunca antes os Mambas tinham feito o que estão a fazer nesta edição do CHAN. A história está a ser feita com pés, cabeças e luvas de ouro pelos bravos Mambas comandados pelo antigo Mamba, Chiquinho Conde.

 

MUDANÇAS NO “ONZE” E ENTRADA TREMIDA DOS MAMBAS

O seleccionador nacional, Chiquinho Conde, cumpriu a promessa de fazer três alterações ao “onze” que defrontou a Etiópia na primeira jornada e tirou Kito, Telinho e Lau King, fazendo entrar para os seus lugares João Bonde, Melven Ling e Isac de Carvalho, que ostentou a braçadeira de capitão.

Ou seja, os restantes oito jogadores mantiveram-se na equipa inicial e o sistema táctico manteve-se.

E tal como no jogo inaugural, a defensiva entrou trémula a procurar errar o menos possível e, nessa procura da perfeição, os líbios sobressaíram-se bem e criaram algumas situações de golo.

Primeiro com a defensiva parada à espera de um pretenso fora-de-jogo, mas com a bola a transpor a linha do fundo antes do cruzamento, que até dava em pontapé de canto, e depois, aos nove minutos, num lance em que Saleh surge isolado na pequena área, mas a não ter frieza na hora de finalizar.

Os Mambas começaram a acordar e aos poucos já chegavam à baliza contrária. Infren combinou bem com João Bonde e foi a linha do fundo cruzar para a área, onde apareceu, em zona frontal Nelson Divrassone, a rematar rasteiro para uma defesa a dois tempos de Allafi.

O jogo estava equilibrado na zona do meio campo para frente do ataque dos Mambas, porque, na zona defensiva, continuavam as tremedeiras. Os líbios continuavam a aproveitar essas tremedeiras e, aos 23 minutos, chegaram ao golo.

Falha de marcação no corredor esquerdo, onde apareceu Munir a galgar terreno até a quina da área a cruzar para o desvio de Chico para a própria baliza, numa altura em que Victor já estava fora dos postes.

Um golo que abalou apenas Chico, que era o único jogador a falhar nos passes.

Mas o resto da equipa continuava viva. Mais vivo estava Isac de Carvalho, que até teve duas oportunidades de empatar. Primeiro aos 33 minutos, quando aparece à entrada da área a desferir um remate, mais em jeito do que em força, a proporcionar uma defesa para fotografia do guarda-redes Allafi, e seis minutos depois, pelo lado direito, a rematar rasteiro para mais uma defesa de Allafi para canto.

O intervalo chegou com os Mambas em desvantagem, mas depois de deixarem claro que o jogo ainda não estava terminado e o resultado seria discutido na segunda parte.

 

POTENCIAR O ATAQUE À PROCURA DO EMPATE

Na segunda parte entrou mais forte a Líbia à procura do golo da tranquilidade, mas Victor não permitiu os festejos de Khouja, que apareceu do lado direito para rematar rasteiro, para defesa do guarda-redes moçambicano.

Chiquinho Conde queria mais dos Mambas e fez substituições. Na primeira leva fez sair Danilo, Melven e João Bonde e fez entrar Bhéu, Lau King e Melque, com intenções claras de potenciar a frente de ataque.

Ou seja, do sistema inicial de 4x2x3x1, os Mambas passaram a jogar num 4x2x2x2, com Lau King e Isac na frente, Melque e Nelson a apoiarem o ataque.

Ainda assim, foi a Líbia a dispor de duas ocasiões para marcar – uma delas que foi rematada por cima e outra para defesa de Victor.

Depois dessas duas oportunidades, Conde fez sair os dois médios defensivos, Amadou e Shaquile, e, para os seus lugares, entraram Nené e Dário Melo.

Foram substituições que acabaram por surtir efeito, já que os Mambas estavam balançados ao ataque. Isac deu o aviso à navegação, com um remate para cima, à entrada da área, aos 72 minutos.

 

10 MINUTOS DA HISTÓRIA DOS MAMBAS

Dois minutos depois, a história começou a ser escrita. Melque, da mesma posição onde Isac atirou por cima, o avançado da Black Bulls mostrou como se faz: rematou rasteiro para o fundo das malhas. Allafi ficou pregado e viu a bola anichar-se no fundo das malhas. Era o empate.

Os líbios ainda procuravam erguer-se do golo sofrido, mas os Mambas estavam com tudo. Seis minutos depois, um canto da direita é cobrado com conta, peso e medida para a cabeça de Nené, que foi certeiro e revirou o resultado.

Era o melhor momento dos Mambas e com jogadas de dar inveja a qualquer um, tal como a que deu o terceiro golo. Nené lança Melque pela esquerda, que cruza centrado para o pé direito do Rei Lau que apenas encostou. Houve festa que nunca mais terminava.

No entanto, Victor, que tinha sido o melhor guarda-redes da primeira jornada, acabou por colocar a nódoa no pano branco, ao fazer mal o alívio, entregando a bola ao adversário, que, com frieza, reduziu, aos 93 minutos, a fazer recordar os fantasmas dos minutos finais.

Desta vez, os Mambas estavam bem avisados e Conde do Chiquinho acabou por fazer história.

Um empate na última jornada, diante da Argélia, coloca a cereja no topo do bolo.

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