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Mali acusa exército francês de espionagem e subversão

Foto: DW

A junta militar maliana acusou as Forças Armadas francesas de “espionagem” e “subversão”, após o Estado-Maior francês ter divulgado vídeos feitos por um ‘drone’ perto de uma base no centro do Mali, entregue pela França.

As autoridades “observaram desde o início do ano mais de cinquenta casos deliberados de violação do espaço aéreo maliano por aeronaves estrangeiras, em particular operadas por forças francesas”, refere Bamako num comunicado citado pela DW.

“Um dos casos mais recentes de violação do espaço aéreo maliano foi a presença ilegal de um ‘drone’ das forças francesas, em 20 de Abril de 2022, sobre a base de Gossi”, pode ler-se num comunicado divulgado pela força no poder em Bamako.

Segundo o Governo do Mali, além de espionagem, as forças francesas são culpadas de subversão ao publicar imagens falsas, fabricadas do zero, para acusar [os soldados malianos] de serem os autores dos assassinatos de civis.

A justiça militar do Mali anunciou também, esta terça-feira ,a abertura de uma investigação após a descoberta de uma vala comum em Gossi (centro), onde Paris acusa mercenários russos de terem enterrado corpos perto de uma ex-base militar francesa.

Segundo a DW, a investigação foi aberta pelo promotor público do tribunal militar de Bamako “por instruções do Ministério da Defesa”.

Segundo a nota, um procurador deslocou-se a Gossi em 23 de Abril, acompanhado por vários investigadores para esclarecer os factos e a opinião pública será regularmente informada do andamento da investigação, cujos resultados serão tornados públicos.

No dia 21 de Abril, dois dias depois de entregar a base de Gossi às Forças Armadas do Mali o exército francês comprometeu-se a combater o que descreveu como um ataque informativo e publicou um vídeo em que surgem o que Paris alega serem mercenários russos a enterrarem corpos perto da base.

As imagens, registadas por um aparelho aéreo não tripulado, mostram soldados a cobrirem corpos com areia e noutra sequência das imagens aparecem dois desses soldados a filmarem os corpos semienterrados.

O Estado-Maior francês garante que são soldados caucasianos e sugere que se trata de membros da empresa militar privada russa Wagner, que identificou em vídeos e fotos tiradas noutros locais.

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