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Maleiane diz que a sociedade está a dramatizar as palavras de Bernardino Rafael

Foto: O País

Para o Primeiro-ministro, o comandante-geral foi mal percebido. No seu entender, a mensagem do chefe da Polícia é a de que a população tem o direito à auto-defesa.

Pela primeira vez, Adriano Maleiane reagiu, hoje, à exortação do comandante-geral da PRM, Bernardino Rafael, que disse, em Cabo Delgado, que a população devia usar catanas, facas e azagaias para se defender dos terroristas. Para o Primeiro-ministro, a sociedade está a dramatizar o discurso.

“O comandante-geral tem a sua missão. Quando proferiu essas palavras, sabia o que estava a dizer. Estava a falar da auto-defesa. Em vez de estarmos a dramatizar, temos que perceber que todos temos direito à auto-defesa. Temos que criar essas iniciativas de vigilância. A vigilância pode não ser armada, mas pode ser feita através de facilitação de informação. Então, longe da polémica gerada, eu penso que o comandante-geral está a dizer que, na função de manutenção da paz e estabilidade, a Polícia está na dianteira, mas ela precisa da colaboração das comunidades para alcançar melhores resultados”, justificou o governante.

Noutro desenvolvimento, Maleiane defendeu que as eleições devem deixar de ser a causa de conflitos no país.

“No dia em que cada um souber respeitar o outro, tudo ficará mais claro. Se já se sabe que o processo de eleições tem sido a causa dos conflitos, então, vamos melhorar os processos. Se o problema está nas leis, vamos melhorar essas leis, mas não podemos estar a usar eternamente as eleições como um pretexto para tensões.”,

O governante referiu, ainda, que se deve trabalhar as mentes para travar a violência no país. “Os terroristas devem perceber que o mundo não cresce na violência. Tudo tem que ser feito num ambiente de paz. Como dizem os religiosos, temos que desarmar as mentes para que não cresça o ódio e a violência”, terminou.

O Primeiro-ministro falava esta terça-feira, na Cidade de Maputo, nas celebrações do dia da paz.

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