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Mais uma vez paralisadas obras da ponte sobre o rio Save

Foto: O País

A ponte sobre o rio Save foi construída em 1962, num modelo de ponte suspensa, com três vãos centrais de 210 metros cada uma e dois vãos laterais de 90 metros cada.

O projecto foi pensado para substituir a clássica viga de rigidez das pontes suspensas convencionais por dois cabos, pré-esforçados, constituído pelos pendurais inclinados e os cabos funiculares, tornando, assim, a estrutura altamente estável e pouco deformável.

No entanto, devido à falta de manutenção periódica, 60 anos depois, a ponte mostrou-se pouco segura para o transporte de pessoas e bens, por isso o Governo decidiu por fazer uma intervenção mais consistente, até porque aquela é a única ponte que faz a ligação entre o Sul e Centro de Moçambique.

Foi, na altura, elaborado um projecto de construção de uma ponte provisória para garantir o trânsito de pessoas enquanto se fazia a reabilitação da antiga ponte e ainda a construção de uma nova, mais moderna, mais segura e com menos custos de manutenção.

A empreitada custaria cerca de 98,3 milhões de dólares americanos, aproximadamente 5.867 milhões de Meticais, aos Governos de Moçambique e da China.

Sucede que, em 2019, um ano depois do início, as obras foram paralisadas devido à eclosão da COVID-19. Por um lado, muitos engenheiros da empreitada, que são de nacionalidade chinesa, ficaram retidos no seu país de origem onde estavam de férias, e, por outro lado, não havia a possibilidade de importar o material de construção da China, dado que tudo estava parado.

Em Outubro do mesmo ano, 2019, as obras retomaram, mas correram com interrupções devido à época chuvosa, uma vez que, nesse período, o rio quase sempre transborda.

Desta vez, as obras estão paralisadas desde Dezembro do ano passado, tudo porque, segundo o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, falta dinheiro por parte do Governo moçambicano para garantir a execução da obra.

Carlos Mesquita disse ao “O País” que o Governo tem conhecimento dos factos, mas, devido às dificuldades financeiras, não consegue fazer o acompanhamento em termos de execução financeira da empreitada, tendo garantido que as obras vão continuar, sem precisar datas.

As obras iniciaram em 2018 e deveriam ter estado prontas ano passado, contudo, devido à paralisação, que já levou ao incumprimento dos prazos, o orçamento inicial da obra sofrerá um reajuste.

Carlos Mesquita disse que o facto de o empreiteiro estar no terreno com equipamento e pessoal acarreta custos que não estavam previstos, pelo que agora precisam de cobertura orçamental.

Enquanto a nova ponte não é concluída, o tráfego de pessoas e bens é feito por uma ponte de estrutura metálica que pode suportar até 45 toneladas.

A construção da estrutura ficou a cargo da empresa chinesa China Roads and Bridges Corporation (CRBC), que construiu a ponte Maputo-KaTembe.

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