O Consórcio mais Integridade denunciou ilícitos eleitorais e enchimento de urnas em algumas mesas de voto. O presidente do Consórcio apelou que a Procuradoria Geral da República (PGR) olhasse para os vários ilícitos que marcaram as Eleições Gerais, para que sirvam de exemplo nas próximas eleições.
O Consórcio mais integridade falou, hoje, à imprensa, na cidade de Maputo, sobre os vários ilícitos que marcaram as sétimas Eleições Gerais. Edson Cortês, presidente do Consórcio, disse que os editais não reflectiram aquilo que foi a vontade do povo. Cortês acrescenta que a maior parte dos editais tem “resultados martelados”.
Cortês disse que tal constatação resulta de uma contagem paralela da votação que a Plataforma de Observação Eleitoral Mais Integridade realizou nas províncias de Nampula e Zambézia, os dois maiores círculos eleitorais do país, usando como amostra 29.900 e 28.500 votantes, respetivamente, dos pouco mais de 17,1 milhões de eleitores inscritos em todo o país.
“Perante esse cenário, é muito difícil o consórcio vir aqui à frente dizer que nós fizemos contagem baseada nos editais, porque a maior parte dos editais têm resultados ‘martelados’, para não dizer outra coisa”, disse Cortez.
O Mais Integridade apelou à PGR a concentrar nas várias ilegalidades que se foram registando durante as eleições, para que os responsáveis sejam devidamente penalizados.
Edson Cortez afirmou que Moçambique está a normalizar a vitória de pessoas ou grupos que não foram a escolha do povo. “Temos ‘magia’ em Moçambique, é uma ‘bênção’, porque aquilo que a gente viu a ser contado e aquilo que os editais diziam, no dia seguinte, eram coisas totalmente diferentes”, frisou.
O director do CIP denunciou ainda casos de enchimento de urnas, apontando a existência de mais de dois votos especiais em algumas mesas, o que, assinalou, contraria a lei.
“Temos mesas com mais de 50 votos especiais, isso implica que havia grupos de observadores privilegiados, que podem votar mais do que uma vez nas mesas que lhes apetecem e isso indica que houve enchimento de urnas, ninguém nos está a contar”, acusou Edson Cortez.