Dos nove milhões de alunos, destacam-se os do novo ingresso e os que têm vindo a frequentar o Sistema Nacional de Educação. O Presidente da República efectuou abertura oficial do ano lectivo no distrito de Molumbo, província da Zambézia. De acordo com Filipe Nyusi, o país tem vindo a registar dificuldades na aquisição de livros escolares de distribuição gratuita do ensino primário devido à COVID-19.
Arrancou hoje o ano lectivo 2023, numa altura em que o Governo recrutou um número de professores não previsto no rol das necessidades, de acordo com o Chefe do Estado que, na sequência, não avança números para justificar o défice. De acordo com Filipe Nyusi, o Estado regista alguma incapacidade financeira para cumprir os ordenados salariais.
“É verdade que reduzimos o número de professores que prevíamos, devido à incapacidade financeira, sabem muito bem que nós estamos precipitados com o fundo de salário, mas não só isso. Estão a dizer que se elevou o número de professores de ensino secundário em detrimento do ensino primário, devido à passagem da sétima classe para o secundário”, disse Filipe Nyusi, para quem a posição é real, mas apela os gestores das escolas para terem atenção em relação às horas extras para que não se faça nenhuma invenção.
Quanto à aquisição de livros escolares de distribuição gratuita, Nyusi diz que o país tem vindo a registar dificuldades na aquisição dos manuais, devido à pandemia da COVID-19, já que o número de entrada de navios reduziu no país e os poucos que dão entrada levam muito tempo para cá chegarem. Contudo, pelo menos 19 milhões de livros serão alocados este ano. Uma fonte do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano fez saber que parte dos manuais já está em Moçambique e vai seguir à distribuição pelas províncias, enquanto se aguarda o resto de livros para o mês de Março.
No seu discurso, o Chefe de Estado começou por fazer a radiografia daquilo que foi feito nos últimos três anos no sector da educação. Ao nível do ensino geral, diz que foram construídas 2700 novas salas de aula e 33 novas escolas, implementada a modalidade de ensino à distância e contratados cerca de 24 mil professores e mais 30 mil alfabetizadores. Para o mesmo período, foram distribuídos mais de 62 milhões de livros escolares do ensino primário.
Falou também da Política do Professor e Estratégia e Implementação 2023–2032. O documento orienta profissional e socialmente a vida do professor e a introdução da sexta classe como a última classe do ensino primário.
Em 2022, frequentaram o ensino secundário mais 719 mil rapariga, correspondente a 48% do universo de um milhão e quatrocentos alunos.
“Para motivar a rapariga na escola, nota-se a isenção das taxas de matrículas, distribuição gratuita de material como uniforme escolar e atribuição de bicicletas em alguns distritos, iniciativas levadas a cabo pelo Gabinete da Primeira-Dama e a Secretaria de Estado da Juventude e Emprego. A província da Zambézia tem vindo a dar exemplos sobre o assunto, de acordo com o Presidente da República.
Em relação à alfabetização e educação de adultos, o sector espera, no presente ano 2023, a inscrição de mais de 260 mil adultos, correspondente a um crescimento de 13,8%, assistidos por mais de 10 mil alfabetizadores, o que representa aderência ao processo de ensino-aprendizagem.
Ainda na Zambézia, o Chefe do Estado inaugurou a Escola Secundária de Molumbo, construída no âmbito do projecto Vila Sustentável de Molumbo, avaliado em 20,5 milhões de dólares. O financiamento é para várias áreas, como ciência, tecnologia e inovação. A escola, que tem a capacidade de albergar 1500 alunos, custou 71 milhões de Meticais, fundos do Banco Islâmico, e tem 11 salas de aula, bloco multiuso, entre outros.