O País – A verdade como notícia

Mais de mil afectadas em Búzi regressam às zonas de proveniência

Mais de mil pessoas  que foram afectadas pelo ciclone Idai e inundações no distrito do Búzi, em Sofala, começaram hoje a regressarem às suas zonas de proveniência, depois de terem recebido kits básicos de sobrevivência para os próximos 15 dias.

No princípio da tarde do passado dia 17 de Março, os caudais  do Búzi e Muda, rios localizados na província de Sofala, subiram bruscamente e as águas ganharam uma velocidade espantosa e inundaram extensas áreas dos distritos de Nhamatanda e Búzi.  

Centenas de famílias que residiam nas margens dos referidos rios e áreas circunvizinhas foram apanhadas de surpresa pelo fenómeno e recorreram às árvores e tectos das casas.

Devido a dificuldade de comunicação, pois o ciclone Idai que três dias antes havia atingido a mesma região, tinha danificado todos os sistemas,  o socorro só chegou aos afectados no princípio da noite e não foi possível evacuar todas as vítimas na mesma noite. O processo demorou três a quatro dias e face a isso mais de 500 pessoas não resistiram e caíram nas águas e foram arrastadas pela corrente, o que provocou a morte das mesmas.

Parte das vítimas foram acomodadas pelo INGC  na região de Guara-guara, uma região que dista há cerca de 20 quilómetros da vila sede do distrito do Búzi  e outras famílias, foram acomodadas na cidade da Beira.

Neste sábado, cerca de um mês depois as famílias afectadas começaram a regressar a sua proveniência. O processo iniciou com as vítimas que estão acomodadas no IFAPA e o mesmo está a ser orientado pelo governo, através do INGC e com o apoio da Agência da ONU para refugiados.

Importa salientar que os afectados regressam sim as suas zonas de origem mas numa primeira fase serão todos concentrados no centro de acomodação de Guara-guara.

De acordo com um inquérito, parte significativa das vítimas que residiam na vila sede do Búzi, já não pretendem retornar a residir no mesmo local.

A agência da ONU para refugiados, é que está a apoiar no retorno dos afectados as suas zonas de origem, no reassentamento e a refazerem as suas vidas depois dos efeitos combinado do ciclone e inundações terem devastado as suas vidas.

Na cidade da Beira havia 107 postos de acolhimentos. Cerca de 100 agentes da  polícia foram mobilizados por forma a evitar a ocorrência de crimes. O balanço da corporação, cerca de um mês depois é positivo.

O governador de Sofala,  que assistiu o regresso a proveniência dos afectados do Búzi, pediu aos mesmos para continuarem sempre solidários.

A esposa do governador de Sofala, que é natural do distrito do Búzi, confortou os afectados através da língua local e indicou que a solução para a rápida recuperação da vida passa por esforços individuais e colectivos de forma solidária.

É mais difícil reconstruir do que construir. Tal como o fizeram desde o início, ajudem-se a vocês mesmos e que os apoios venham complementar os vossos esforços. Só assim poderemos enfrentar com sucesso a desgraça que se abateu sobre as nossas vidas.

O processo de regresso destas famílias as suas zonas de origem poderá levar cerca de uma semana.
 

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos