O País – A verdade como notícia

Executivo chamado ao Parlamento para explicar sobre erros nos manuais escolares

Foto: O País

Governo foi convocado a dar esclarecimentos, esta quarta e quinta-feira, na Assembleia da República sobre as acções concretas no combate ao terrorismo, raptos, custo de vida, bem como sobre a correcção dos erros nos livros escolares da 6ª classe. Cada uma das bancadas formulou cinco perguntas.

É a terceira vez que o Governo vai à Casa do Povo, em sede da 6ª sessão ordinária, para responder às preocupações das três bancadas parlamentares, mas, desta vez, para a sessão de perguntas ao governo.

Ao todo são cinco perguntas por cada bancada, um total de 15, a que o Executivo, chefiado pelo Primeiro-ministro, deverá responder esta quarta e quinta-feira.

A insegurança na zona Norte, os assassinatos e raptos nas província de Maputo e Sofala, bem como o nível de prontidão das autoridades para responder aos efeitos da presente época chuvosa, são algumas das preocupações que as bancadas esperam ver esclarecidas

A bancada da Frelimo diz que esta é mais uma oportunidade para o Governo apresentar um relatório das actividades por si desenvolvidas, de acordo com as actividades eleitas, nomeadamente da saúde, educação, reconstrução dos distritos assolados pelo terrorismo, bem como as acções para o seu combate, preparação para próxima época chuvosa, bem como os custos de energia no país.

Sobre saúde, o porta- voz da bancada, Feliz Silva, diz que a sua bancada, no âmbito das acções de disponibilização e melhoramento dos serviços, quer saber do “ponto de situação da construção e entrada em funcionamento de novas unidades sanitárias, como por exemplo, a conclusão dos hospitais gerais de Nampula, beira, entre outros”.

Na educação, além da qualidade das infra-estruturas, a Frelimo diz que é crucial receber esclarecimento do Governo sobre o processo de correcção das falhas nos manuais escolares, com destaque para os da 6ª classe, bem como “as acções em curso para que tais falhas não voltem a acontecer”.

Aliando a este aspecto, Feliz Silva avançou que se pretende conhecer o nível de prontidão das estruturas para responder à época chuvosa 2022-2023.

A Renamo considera importante que o Governo explique o nível real de combate ao terrorismo no Norte do país, bem como a assistência humanitária aos mais de mil deslocados.

“Aliado a isto estão as políticas de segurança pública, para estancar e esclarecer tempestivamente os raptos e assassinatos no país, com maior destaque para as cidades de Maputo, Beira e Chimoio e ainda que mecanismos estão a ser desenvolvidos para que o nosso país não seja vulnerável a ataques cibernéticos”, explicou Fernando Bismarque, porta-voz da Bancada do MDM.

A bancada do “partido do galo” diz que o Governo criou determinados subsídios para os transportadores e usuários de modo a fazer face à subida dos preços dos combustíveis de forma selectiva, contudo não vê resultados palpáveis, pois ainda há transportadores não abrangidos. Daí que questiona “os prazos da abrangência destes subsídios à escala nacional e a sua sustentabilidade a médio e longo prazo”.

Da lista das preocupações vem ainda a insustentabilidade de algumas empresas com participação do Estado, tal os casos da LAM e a TMcel.

“É do domínio público que os trabalhadores da TMcel estão há meses sem salários. Nestes termos, a bancada parlamentar do MDM pretende saber da saúde financeira da TMcel e das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM)”, disse.

Já a Renamo entende ser urgente a aposta em acções mais arrojadas para o combate à corrupção, insegurança e mau funcionamento das unidades hospitalares.

“As Forças de Defesa e Segurança têm-se desdobrado a combater os insurgentes, entretanto chegam relatos preocupantes de contínua insegurança na zona e de que os insurgentes vão ganhando terreno. Qual o verdadeiro estágio do combate ao terrorismo na região Norte do país?”, questionou a bancada da Renamo.

Sobre crimes, a Renamo diz que o país está a registar uma escalada preocupante de níveis de criminalidade, havendo notícias de raptos e assassinatos nas cidades da Beira, Nampula e Maputo com uma actuação muito diferente do padrão habitual, por isso quer saber qual é a origem e a causa dessa natureza criminosa e o que está a ser feito para neutralizar os autores.

No que concerne à energia, a bancada questiona os preços praticados no país, enquanto Moçambique é grande produtor e exportador de energia eléctrica e gás.

Nesta quarta e quinta-feira, espera-se, na Assembleia da República, a presença dos ministros das da Defesa, Interior, Saúde, Educação, Economia e Recursos Minerais e Energia.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos