O Governo sul-africano decretou o Estado de Calamidade na província de KwaZulu-Natal, onde inundações, provocadas por chuvas torrenciais, causaram a morte de mais de 340 pessoas e a destruição generalizada na costa oriental do país.
Chuvas torrenciais caíram, esta semana, na África do Sul, e provocaram inundações, consideradas as piores da história de que se tem memória. Não é para menos, são milhares de pessoas dadas como mortas e destruições generalizadas. As chuvas provocaram o desabamento de estradas e pontes, varreram casas e provocaram deslizamentos de terras na costa oriental da África do Sul.
As inundações, segundo a RFI, já causaram 340 vítimas mortais, prevendo-se que o número continue a aumentar, à medida que as operações de busca e salvamento prosseguem. Ainda se desconhece o número de deslocados e desaparecidos, que as autoridades acreditam ser “exponencial”.
“Nossos pensamentos estão com o povo de KwaZulu-Natal, que está a ser afectado pelas graves inundações, que já levaram à perda de muitas vidas e destruíram casas, empresas e infra-estruturas públicas”, disse Cyril Ramaphosa, em comunicado.
O Presidente da África do Sul visitou as áreas mais afectadas na região da cidade portuária de Durban, e descreveu a situação como “uma catástrofe de enormes proporções” e relacionou-a directamente com as mudanças climáticas, tal como já o tinha feito o chefe do Governo da província de KwaZulu Natal, Sihle Zikalala.
“O momento e a gravidade da catástrofe das cheias indicam claramente que vivemos tempos de desequilíbrio ecológico, alterações climáticas e degradação ambiental”, reflectiu Sihle Zikalala, citado pela Lusa, depois de admitir que se trata de tempos de “desastre sem precedentes” para a região.
Por esta razão, as autoridades sul-africanas declararam o Estado de Calamidade em KwaZulu-Natal, o que permitirá à região aceder a recursos especiais do Governo para fazer face aos danos. O Chefe de Estado sul-africano garantiu que as restantes províncias do país estão a enviar ajuda humanitária, meios e pessoas para aquela província.
No entanto, em pontos como o bairro de Reservoir Hills, moradores que perderam tudo nestas cheias disseram à Lusa estar a ser ignorados pelas autoridades e fizeram protestos que tiveram de ser dispersados pela Polícia. Contingentes policiais foram mobilizados para lidar com tentativas de saques em algumas partes da província e o Exército tem tropas no terreno, para apoiar os esforços de resgate.
Por causa do mau tempo, “os helicópteros de resgate estão a enfrentar baixa visibilidade atrasando a retirada dos sobreviventes. A media local divulgou imagens do resgate de uma menina de 10 anos que perdeu a família inteira que desapareceu numa ponte inundada”, escreve o Notícias ao Minuto.
O porto de Durban, a zona de transporte de carga marítimo mais importante de todo o continente africano, teve de suspender as suas operações e os caminhos-de-ferro da zona também sofreram danos significativos.
Grandes fábricas, como a unidade de montagem que a Toyota tem em Durban, também foram completamente inundadas e tiveram que interromper as actividades.
Na sequência desta catástrofe natural, vários líderes mundiais e do continente africano manifestaram a sua solidariedade para com a África do Sul e enviaram mensagens de condolências. Em nota, o secretário-geral da ONU, por exemplo, diz que está triste com a perda de vidas e danos na província de KwaZulu-Natal.
António Guterres expressou solidariedade e disse que a ONU está pronta para apoiar no que for preciso. Ele afirmou que está triste com a perda de vidas e os danos à infra-estrutura da província.