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Mais de 300 alunas já desmaiaram este mês numa escola secundária na Zambézia

A situação dos desmaios é difícil de controlar, sendo que reina desespero nos alunos, na direcção da Escola Secundária 04 de Outubro e no seio dos pais e encarregados de educação. Alunas que desmaiam são imediatamente evacuadas ao hospital para receberem cuidados médicos urgentes. A comunidade escolar mostra-se ainda mais preocupada com os casos, por não haver resposta científica, muito menos tradicional sobre a situação.

A onda de desmaios na Escola Secundária 04 de Outubro, no distrito de Morrumabala, já afectou mais de 300 alunas, e a cada dia que passa surgem novos casos. Os desmaios estão a ser frequentes e preocupantes e afectam alunas com idades que variam entre 14 e 23 anos.

A direcção da escola já conversou com os pais e diversas lideranças tradicionais para encontrar saídas para pôr termo à situação. Aliás, na referida escola foi efectuada uma cerimónia tradicional de evocação de espíritos, como forma de procurar travar a situação.

Há relatos de que a referida escola pode ter sido construída por cima de um cemitério, mas há quem descarte esta hipótese e fale de fome no seio das alunas – tudo suposição.

O certo é que, mesmo depois dos trabalhos tradicionais, os desmaios não pararam e até se agudizaram. Trata-se, na verdade, de uma situação que está a ser difícil de controlar.

Quando o jornal O País chegou, na manhã desta quarta-feira, à Escola Secundária 4 de Outubro, foi possível ver muitas meninas a desmaiarem.

Arlete João, professora da Escola Secundária 4 de Outubro, diz que não tem explicação da situação, mas a preocupação é tanta no seio dos docentes. Outro professor que também se mostrou preocupado é Colaço Guinda, que também não sabe as reais causas da situação. “Não temos explicações nem científicas nem tradicionais; vemos as nossas alunas a caírem todos os dias, mas não temos resposta sobre este fenómeno.”

Quando uma aluna desmaia, solicita-se o seu encarregado de educação para ser evacuado a um hospital. Uma das encarregadas mostrou-se revoltada com a situação: “Isso está demais, as nossas filhas vão preferir faltar à escola desta maneira. Isso não se explica, alguém deve parar isso”, disse Beatriz, secundada por Sidónio Ferrão, um outro encarregado de educação, por sinal director pedagógico da escola: “Estou a levar a minha filha também ao hospital, sou igualmente um pai afectado”.

Alunos entrevistados pela nossa reportagem mostram-se igualmente preocupados com a situação.

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