Arrancou está terça-feira , na quarta secção do Tribunal Judicial da cidade de Nampula, o julgamento dos gestores de supostas empresas constituídas para importação de viaturas a partir do Japão.
Mais de trinta pessoas submeteram queixas aos órgãos da administração da justiça naquele ponto do país depois de terem assinado contratos e efectuarem os respectivos pagamentos para aquisição de viaturas que nunca receberam.
Algumas vítimas que aguardam resposta positiva desde 2017 e estiveram presentes no primeiro dia do julgamento descrevem como caíram nesta rede liderada por dois irmãos, um de 27 e o outro de 29 anos de idade respectivamente, sendo que um deles encontra-se em fuga e em parte incerta.
“Eu vi aquela empresa na Internet e levei o endereço e fui para lá. Mostraram-me os carros que mandam vir e eu escolhi um. Paguei metade do valor, mas até agora não tenho o carro. Passam dois anos, enquanto eles prometeram dois meses”, desabafou Mendes Bernardo, uma das vítimas.
“Eu vim de Cabo Delgado para comprar carro e paguei metade do valor como tinham dito no contrato, mas ainda não recebi. Ligo eles só me prometem”, reforçou Lacute Abujate, outro declarante.
O ministério público assegurou que o grupo dedicava-se a criação de empresas e publicitava seus serviços de importação de viaturas do Japão na internet. Através das suas contas bancárias, o grupo recebeu várias quantias monetárias que variavam em função da marca e modelo da viatura necessitada. O julgamento prossegue nos próximos dias com a audição de mais declarantes.
O tribunal refere estar na posse de mais de trinta processos sobre estes casos, mas acredita-se que hajam mais lesados uma vez que nem todos terão encaminhado as suas insatisfações as autoridades.