O maior lote de vacinas da Covid-19 que o país recebe desde a eclosão da pandemia desembarcou ontem no Aeroporto Internacional de Maputo. Adicionadas a doação feita pela China em Fevereiro, o país já recebeu 684 mil vacinas contra a pandemia.
Já estão entre nós. Chegaram ontem à capital moçambicana pela porta do Aeroporto Internacional de Maputo, sob olhar de membros do Governo e parceiros de cooperação. São 484 mil doses da Vacina contra COVID-19, que reforçam o lote das 200 mil que chegaram em Fevereiro doadas pela China.
Das agora recebidas, 384 mil doses são da vacina da AstraZeneca. Trata-se de uma vacina que é administrada em duas doses. De acordo com a OMS, tem uma eficácia que varia de 62% a 90% e vários estudos apontam-na como eficaz contra as variantes da Covid-19 com origem no Reino Unido e Brasil (nada foi ainda dito sobre a sua eficácia para a variante sul-africana após os sul-africanos terem a suspenso do seu processo de imunização da população. A vacina da AstraZeneca é conservada a temperaturas que variam de 2ºC à 8ºC graus e recomendada a pessoas com idade igual ou superior a 18 anos, incluindo pessoas com 65 anos ou mais.
Outras 100 mil doses resultam de uma doação da Índia. A vacina doada por Nova Deli carrega o nome de Covishield e é fabricada pela Serum Institute of India, o maior fabricante mundial de vacinas. É também administrada em duas doses, deve ser armazenada em temperaturas que variam de 2º C à à 8ºC graus célsius. Tem 76 por cento de eficácia.
A Índia e os parceiros de cooperação querem garantir maior acesso as vacinas e garantem continuar a apoiar o país. “A Índia sempre acreditou na inovação. Mas esta é a primeira que nos esforçamos no desenvolvimento de uma vacina em larga escala para combatermos esta pandemia da COVID-19”, disse Ankan Banerjee, Alto Comissário da Índia no país. “
“Nós como Nações Unidas estamos muito felizes por este esforço multilateral”, reconheceu Myrta Kaulard, Coordenadora residente da organização internacional, acrescentando que “estamos disponíveis a continuar a apoiar e gostariamos que sublinhar a participação de todos os parceiros e apelamos a toda a população a aderir à vacinação”.
No dia dia em que arrancou o processo de vacinação, o Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário assegurou transparência na administração das doses. “Esta vacina que acabamos de receber está a ser administrada em vários países do mundo, Europa, África e Ásia, com o objectivo de evitar formas graves e mortes pela pandemia”, assinalou o governante, dando garantias de que “essas doses de vacinas que acabamos de receber serão utilizadas de forma transparente e criteriosa, respeitando o Plano Nacional de Vacinação contra a COVID-19. Reiteramos que continuaremos a promover acções diplomáticas para assegurar mais vacinas”.
Até o final deste ano, Moçambique poderá receber cerca de dois milhões de doses da vacina contra COVID-19 no quadro da iniciativa COVAX Facility. Trata-se de uma iniciativa global que visa o acesso equitativo às vacinas COVID-19 liderada por GAVI, a Organização Mundial da Saúde, a Coalização para Inovações de Preparação para Epidemias e UNICEF. Visa coordenar recursos internacionais para permitir o acesso equitativo de diagnósticos COVID-19, tratamentos e vacinas. Mais de 30 doadores estão contribuindo para a COVAX, incluíndo os Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido, Japão, Canadá e Alemanhã.