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Macilau expõe “Sombras do Tempo” em Portugal

Foto: RFI

O artista multidisciplinar e activista, Mário Macilau, inaugura em finais do mês em curso, uma série diversificada de fotografias numa exposição intitulada “Sombras do Tempo”, um trabalho que faz parte do projecto “Ciclo de Memória” ambas exposições estarão patentes em dois diferentes espaços em Lisboa, Portugal.

A mostra é parte da série “Ciclo de Memória” é um projecto de pesquisa visual que reúne peças que retratam os edifícios coloniais abandonados e tornados legado ou património após a colonização, apesar de terem perdido as suas características de funcionalidade orgânica, cada fotografia localiza figuras, muitas vezes mulheres ou crianças, cuja imagem levita sobre difíceis encontros com as estruturas em ruínas que as envolvem. As fotografias evocam alguma melancolia, ao viver-se ao lado de despojos de uma zona devastada.

Com o “Ciclo de Memórias”, Mário Macilau faz a escolha do que é visível e do que deve estar oculto, ou por desvendar. “Aqui, os fantasmas não são as pessoas, mas o espelho de uma ideologia falhada – a ação moralmente defeituosa ou o colonialismo, com a proclamação da violência em nome do progresso”, diz o artista.

Macilau pesquisa a passagem do tempo, o espaço e a relação entre estes dois elementos com os seres vivos e como é que ambos se alteram com a passagem do tempo. Através do seu trabalho questiona também aspectos de identidade e das condições laborais ou ambientais.

No dia 30 de Setembro, Mário Macilau segue a inauguração da outra exposição individual ao centro de Lisboa, no Espaço Artroom, para apresentar “O Mundo Desmoronado”, que reflecte sobre a realidade actual através de uma pesquisa visual feita pelo artista em Moçambique.

O seu método artístico envolve um longo trabalho de pesquisa que passa pelo conhecimento cuidado das pessoas, imergindo em comunidades que documenta para compreender o lugar político do trabalho. As suas fotografias são deste modo um reflexo de processos e práticas socialmente orientadas que reconhecem o significado das imagens nas mudanças das atitudes sociais, mobilizando agenciamentos. O artista revela nesta exposição intervenções diárias das pessoas da classe trabalhadora e da comunidade em geral.

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