O ex-presidente do Brasil, Lula da Silva, acusa o Presidente Jair Bolsonaro de ter inventado sobre seu estado positivo de COVID-19, alegadamente para promover a Cloroquina, medicamento cuja eficácia contra o novo coronavírus tem sido, por alguns questionada e, por outros, acreditada.
“Acho que Bolsonaro inventou que estava contaminado para anunciar o remédio. Não sei se ele é um parceiro, mas ele se comporta como se fosse o dono da fábrica que faz o remédio”, disse Lula da Silva, durante uma conferência de imprensa virtual com correspondentes estrangeiros.
Lembrem-se que Bolsonaro anunciou em princípios de julho que havia contraído o coronavírus, doença que chegou a classificar de “gripezinha” e que já matou mais de 90 mil brasileiros.
No último sábado, o actual chefe de estado brasileiro disse que estava curado e deixou o isolamento social que cumpria dentro do Palácio da Alvorada, sua residência oficial.
Entretanto, além de colocar em causa a infecção do presidente brasileiro, Lula da Silva também apontou a “responsabilidade” de Bolsonaro sobre a situação séria da pandemia no Brasil, actualmente segundo país mais afectado pela doença no mundo.
“Se o Brasil tivesse feito o que o bom senso ordena, não estaríamos com 90.000 cadáveres, o que torna Bolsonaro um genocida“, afirmou o ex-presidente brasileiro.
Lula da Silva, de 74 anos também acusou Bolsonaro de “menosprezar” o “perigo” do coronavírus e ignorar as recomendações médicas, incluindo a obrigatoriedade de quarentenas.
“O Presidente não se esforça para agradar a ciência e ouvir os cientistas, ele faz uma política em que somente ele e os milicianos que lidera acreditam”, acusou da Silva.
Lula da Silva governou o Brasil entre 2003 e 2010. Foi preso em abril de 2018 após ser condenado em segunda instância por um Tribunal Regional, num processo sobre a posse de um apartamento que os procuradores alegam ter-lhe sido dado como suborno por uma construtora em troca de vantagens em contratos com a estatal petrolífera Petrobras.
O antigo chefe de estado cumpria pena em regime fechado, mas foi colocado em liberdade no dia 08 de novembro de 2019, após o Supremo Tribunal Federal decidir anular prisões em segunda instância.