O Governo japonês decidiu, esta quinta-feira, que vai realizar um funeral de Estado, no dia 27 de Setembro, para o antigo primeiro-ministro Shinzo Abe, escreve o Notícias ao Minuto.
Para o porta-voz do Governo japonês, Hirokazu Matsuno, um funeral de Estado é apropriado por causa das distintas contribuições de Abe como o primeiro-ministro nipónico que mais tempo se manteve no cargo.
Matsuno destacou ainda a excelente liderança e acções decisivas de Abe em amplas áreas, incluindo recuperação económica, promoção da diplomacia com os Estados Unidos e reconstrução após o tsunami de 2011.
Segundo o porta-voz, o funeral será uma cerimónia não religiosa, realizada no Nippon Budokan, uma arena originalmente construída para as Olimpíadas de Tóquio de 1964 e que desde então se tornou um local popular para eventos culturais e desportivos.
O funeral religioso privado de Abe realizou-se na semana passada, num templo em Tóquio, com a presença de cerca de mil pessoas, incluindo políticos e líderes empresariais. “Dirigentes estrangeiros serão convidados para o funeral de Estado de Abe”, disse Matsuno.
O líder do partido comunista japonês, Kazuo Shii, se opôs à ideia, dizendo que tais planos implicariam o “apoio total do Governo às opiniões políticas do Sr. Abe, que na realidade estão largamente divididas entre o público”.
A utilização dos impostos estatais para um funeral de Abe também não é consensual entre líderes de oposição. Dezenas de pessoas protestaram, ontem, junto ao gabinete do primeiro-ministro.
Um líder da oposição, Mizuho Fukushima, disse que a decisão não foi baseada num consenso público, não tem base legal e deve ser descartada.
Na quinta-feira, um grupo civil que se opõe aos planos para o funeral de Abe pediu ao Tribunal Distrital de Tóquio para suspender a decisão do Governo, dizendo que um funeral patrocinado pelo Estado, sem a aprovação do parlamento, viola a Constituição japonesa.
O ex-primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe morreu aos 67 anos após ter sido baleado no dia 08 de Julho durante um evento de campanha para eleições parlamentares.