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“Literatura, música e património”: as palavras-chave da 2ª edição da Feira do livro da Beira

Fotos: FLIB 2021

A segunda edição da Feira do Livro da Beira (FLIB 2022) inicia dia 24 deste mês, na Livraria Fundza, na Cidade da Beira. A iniciativa da Associação Kulemba termina dia 27 de Agosto e conta com a participação de Paulina Chiziane. “Literatura, música e património” é o tema do evento.

Em 2021, a Feira do Livro da Beira (FLIB) concentrou-se nos debates inerentes à economia do livro e ainda debateu sobre o espaço urbano como elemento literário. Nesta segunda edição, a Associação Kulemba pretende estabelecer um diálogo entre literatura e música. Por isso mesmo, a figura de cartaz é o Prémio Camões 2021. “Não podíamos ter uma figura ideal como Paulina. A escritora navega nos dois mundos. Ela tem muito a dizer-nos sobre esta relação literatura e música”, afirmou Dany Wambire, o Director da Feira do Livro da Beira.

Realmente, além dos vários livros publicados, Paulina Chiziane também é autora de um álbum discográfico constituído por 12 faixas, Cantos de esperança, lançado em 2019. Assim, logo no dia da abertura, 24 de Agosto, entre 17 horas e 18 horas, a escritora irá ministrar uma palestra subordinada ao tema “O lugar da música na literatura”. A sessão irá acontecer na nova Livraria Fundza, na Baixa da Cidade da Beira, que será inaugurada pela Secretária de Estado de Sofala, Stela Zeca, antes da intervenção da escritora.

A participação de Paulina Chiziane na FLIB 2022 inclui a assinatura de autógrafos, marcada para a Universidade Zambeze, a partir das 9h do dia 26. Mas, mais do que isso, a palestra que irá ministrar deverá inspirar um debate mais amplo sobre as obras de autores moçambicanos de referência, na Província de Sofala. Entre eles David Mazembe, Madala ou Isaú Meneses. “Nós pretendemos mostrar que a literatura não está isolada das outras artes”, disse Dany Wambire, reforçando que a FLIB 2022 insere-se numa estratégia iniciada ano passado. Logo, ainda que o tema das mesas redondas tenha alterado, há actividades que prevalecem. Por exemplo, o Concurso de Crónicas aberto a estudantes que frequentam um curso universitário no país. Ano passado foi assim e o resultado está à vista. No dia 26, a partir das 18h, a Editorial Fundza irá lançar dois livros. O primeiro é O dicionário da sobrevivência, de Francisco Raposo. Já o segundo é Água, dos vencedores do Concurso Literário FLIB 2021. Portanto, os vencedores do concurso desta edição serão publicados em livro próximo ano. Para o efeito, terão de escrever uma crónica sobre o tema “Paz e reconciliação”, até porque a 6 deste mês o país celebrou o terceiro aniversário do Acordo de Paz de Maputo, assinado entre o Governo e a Renamo. O propósito do concurso? Estimular a produção literária nos estudantes universitários.

Outra actividade que continua nesta edição da FLIB é o Concurso de Fotografia Eu na Livraria. Esta quinta-feira, Dany Wambire explicou qual é a motivação dessa iniciativa. “Num contexto em que as pessoas tendem a fotografar tudo, através de um celular, ocorreu-nos criar uma oportunidade para que se fotografassem com os livros e, assim, aproxima-las à livraria. Gostamos imenso dos resultados alcançados no ano passado e, por isso, continuamos com o concurso”.

O principal objectivo da FLIB 2022 continua sendo o de sempre: formar leitores. Assim sendo, ao contrário do ano passado, em que a feira se realizou apenas na antiga Livraria Fundza, este mês o evento terá lugar em vários outros espaços: UniLicungo, UniZambeze, UNISCED e Universidade Alberto Chipande, sempre na Cidade da Beira.

Segundo Dany Wambire, a FLIB irá expor cinco mil títulos de livros, de todas editoras nacionais e algumas estrangeiras.

 

MESAS REDONDAS

No dia da abertura irão intervir, na Livraria Fundza, a Secretária de Estado da Província de Sofala, Stela Zeca, o Presidente do Município da Beira, Albano Carige, e a escritora Paulina Chiziane. No entanto, a FLIB 2022 conta com outros convidados, que vão partilhar ideias e leituras. Assim, Joaquim Tesoura, Nídia Chamussora e Julião Carlos predispuseram-se a reflectir sobre o tema “O retrato da mulher na música e na literatura”. O encontro está marcado para 17 horas do dia 25 de Agosto, na Livraria Fundza.

Já na segunda e última mesa redonda, a iniciar às 17h do dia 26 de Agosto, igualmente na Livraria Fundza, Urbano José, Domingos Brasso e Pedrito Cambrão tratarão do tema “Ndoita lenhi: a música como património imaterial”. Ndoita lenhi é o título do mais recente álbum discográfico de Isaú Meneses, lançado em 2021.

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