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Lisboa envia equipa para saber que apoio Moçambique precisa em Cabo Delgado 

Na próxima semana chega a Moçambique uma delegação portuguesa que vai reunir com o Governo para se especificar o tipo de apoio que o país precisa no combate ao terrorismo em Cabo Delgado. Esta quinta-feira, o Parlamento Europeu discute, em Bruxelas, a situação da província assolada pela violência armada desde Outubro de 2017.

A informação foi revelada esta quarta-feira pela embaixadora de Portugal em Moçambique, Maria Amélia Paiva, que se encontra de visita de trabalho à província de Nampula, e marca um passo concreto, depois de semana passada o ministro português da Defesa ter garantido que Portugal está disposto a dar apoio militar a Moçambique na luta contra o terrorismo em Cabo Delgado.

“Estamos a aguardar esses contactos. Na próxima semana terá lugar uma reunião muito importante, com a vinda de uma delegação portuguesa. Por isso, estou certa que as solicitações mais específicas que estamos a aguardar chegarão certamente nos próximos dias, para a semana. Neste momento ainda não posso  [revelar quem fará parte]. Como compreenderá, há questões que precisam do seu tempo para serem anunciadas e serão anunciadas no seu tempo”, disse a diplomata lusa.

A situação de violência em Moçambique está a comover o mundo. Esta quinta-feira, o Parlamento Europeu vai discutir, em Bruxelas, exactamente esse ponto e Portugal tem lá eurodeputados.

“Vamos ter que aguardar. Os deputados portugueses dos diversos grupos parlamentares, como sabe, têm sido muito dinâmicos, na linha da frente, de chamar atenção para os problemas que estão a acontecer em Cabo Delgado, para a situação urgente humanitária que se vive na província, para a grande preocupação com que todos nós, que seguimos este assunto e temos uma relação muito especial com Moçambique”, disse Maria Amélia Paiva.

De acordo com a diplomata, Portugal acompanha “os actos de violência graves”, que resultam “de vários ataques terroristas que têm causado muita destruição, morte, que têm causado um número tão considerável, quase 500 mil deslocados internos. Por isso, há uma enorme solidariedade da parte dos deputados parlamentares europeus, portugueses no Parlamento Europeu, mas não só, são acompanhados por parlamentares de várias outras nacionalidades”.

No encontro de cortesia com o secretário de Estado na província de Nampula, Mety Gondola, Maria Amélia Paiva soube que esta província tem perto de 43 mil deslocados, 23 mil dos quais são crianças.

E sobre os petizes, a representante adjunta do Fundo das Nações Unidas para a Infância, UNICEF, está também em Nampula para ver de perto a situação e definir novas linhas de assistência humanitária.

“Vou a Corane para visitar o sítio de reassentamento e, também, ver as necessidades e a resposta que o UNICEF e parceiro estão a dar às famílias que estão lá”, bem como “para ver como podemos continuar os esforços mão a mão com o Governo” de modo a “responder esta situação muito importante”, disse Katarina Johansson, representante-adjunta do UNICEF em Moçambique.

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