Pelo menos 13 mil pessoas estão em risco de fome aguda, enquanto a seca extrema ameaça gado bovino no distrito de Massangena, na província de Gaza. De acordo com líderes comunitários, a situação é agravada pela falta do desembolso do subsídio social básico há 9 meses, bem como pela escassez de fontes de abastecimento de água nas zonas altas.
Os celeiros, que deviam ter milho e outros produtos, estão vazios, e as culturas nos campos estão secas, na sequência da chuva que cai de forma irregular no distrito de Massangena, na província de Gaza.
“Passamos fome porque ainda não choveu bem. Quando chove, produzimos mandioca e batata-doce. Este ano, conseguimos produzir mexoeira. As outras culturas foram arrasadas pelo calor”, disse Marcos Chitlumane, líder comunitário em Massangena.
A seca intensifica, pressiona e ameaça famílias, principalmente em Mavue, que, por estas alturas, segundo líderes comunitários, estão à beira da fome por conta da escassez de alimentos. Dos efeitos negativos da estiagem, também, não escapa o gado bovino, devido a distância que separa as fontes de água
“Devido à escassez de chuva, as lagoas secaram e, nestes últimos anos, o gado adoece e morre. Há registo de 10 a 20 cabeças de gado que morreram. Os reservatórios de água escavados estão secos, porque dependem da chuva para seu abastecimento”, avançou Jone Bendzane, também líder comunitário em Massangena.
O administrador de Massangena, Sancho Humbane confirma pelo menos 13 mil pessoas em situação crítica, das quais 4 mil já recebem assistência alimentar.
A situação do distrito é agravada pelo não pagamento do subsídio social básico, pois, só naquele distrito, mais de 28 líderes comunitários não têm assistência há 9 meses, o facto está a gerar descontentamento e revolta no seio do grupo.
O governo do distrito reconhece o atraso, e avança que recentemente foram liquidadas as dívidas de 2023 e 2024. E para já se aguarda disponibilização de fundos para pagamento dos meses em atraso, mas ainda não há datas concretas.