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Laura Nhavene “vive”, Figueiredo mostra créditos

Foto: O País

Laura Nhavene e Luca Figueiredo foram os grandes vencedores da edição 2023 do Maputo Open de Ténis, prova cujo pano caiu, sábado, nos “courts” do Jardim Tunduro. Nhavene derrotou, na final, a “teenager” Ilga João por 2-0 com parciais de 6/0 e 6/1. Já Luca Figueiredo levou a melhor sobre Feliciano dos Santos, a quem venceu por 2-1 com parciais de 6/3, 1/6 e 6/0.

Quinze anos depois, Laurinha, como carinhosamente é tratada pelos mais próximos, desafiou-se a voltar a competir ao mais alto nível nos “courts” do Jardim Tunduro, onde ela e a família escreveram com letras douradas uma das mais belas histórias da modalidade.

A campeã africana de juniores (em 1986, em Abidjan, Costa do Marfim), a desempenhar hoje o papel de formadora e forjadora de novos talentos com a criação de uma escola onde os mais novos aprendem o ABC de uma modalidade que conhece com a palma das mãos, mostrou que anda está viva nos “courts”.

Diante de uma adversária que, ano passado, foi afastada nas meias-finais no “game” com a ausente Ohmar Fernandes, Nhavene recorreu a toda a sua experiência para travar a ousadia de uma jovem promessa.

Com participações na Taça Fred e alguns circuitos regionais, Ilga João procurou obrigar Laura Nhavene a um enorme esforço, optando, para o efeito, por pancadas fortes e por colocar em prática o bom jogo no fundo dos courts. Com boa direita, Nhavene foi mais forte e venceu por 2-0 com parciais de 6/0 e 6/1/. Em alguns momentos, Laura Nhavene tirou vantagens de a “aces” e “smatches”.

Novo prodígio do ténis moçambicano, Luca Figueiredo tinha pela frente Feliciano “Ciano” Santos, tenista que já dominou nos “courts” no passado, quando duelava com dois Antónios, neste caso Sábado e Bulha. Outrossim, destaque-se Jossefa “Zito” Simão.

Na noite de sábado, e com o domingo a espreitar, Figueiredo, com mais tarimba internacional nos dias de hoje, explorou a sua capacidade de jogar no fundo e próximo da rede. Com um bom serviço, Luca Figueiredo esteve ainda mais concentrado e tirou partido do facto de optar por treinos nocturnos, quando comparado aos seus adversários.

Se no ano passado o atraso de 15 minutos por parte de Feliciano dos Santos (que perdeu por WO, ou seja, falta de comparência) travou o encontro entre os dois tenistas, desta vez quis o “draw” da prova e o seu percurso que se cruzassem no derradeiro jogo.

Na categoria de pares homens, Jossefa “Zito” Simão e Jaime Sigaúque foram mais fortes que o par Eric Sigaúque/Luca Figueiredo, com uma vitória por 6/2 e 6/5.

Já nos veteranos +65 anos, Frederico Rocutus terminou em 1º lugar, seguido de Luís Trigo de Morais. Por sua vez, Luís Almeida venceu a prova ao derrotar, na final, Manuel Xinavane por 2-0 com parciais de 6/1 e 6/1.

No que aos pares veteranos diz respeito, destaque para a dupla Alberto Nhacale/Luís Almeida, que terminou a prova na primeiríssima posição.

Por seu turno, Nuno Matias derrotou Arnaldo Simango por 2-0 com parciais de 6/0 e 6/1 na final de veteranos +45 anos.

Finalmente, na categoria de singulares raparigas sub-18, Letícia Zandamela derrotou, na final, Maya Edwana, por 2-0, sendo que os parciais foram de 6/4 e 7/5.

O Maputo Open de Ténis contou com a presença de muito público no Jardim Tunduro. Tal como no ano passado, a prova fechou em grande com a premiação dos vencedores, momento testemunhado pelo secretário de Estado de Desporto, Carlos Gilberto Mendes; Presidente do Comité Olímpico de Moçambique (COM), Aníbal Aurélio Manave; e Presidente da Federação Moçambicana de Ténis, Jonas Alberto.

A festa fechou com um festival de fogo-de-artifício que coloriu os céus da capital. Para o ano há mais…

 

LAURA NHAVENE, VENCEDORA SINGULARES MULHERES

 

“Sinto-me muito feliz”

Laura Nhavene foi a grande vencedora do Maputo Open de ténis, tendo, para o efeito, derrotado Ilga João, tenista com enorme potencial e muita margem de progressão. No fim, tal como não podia deixar de ser, Laura Nhavene mostrou-se orgulhosa pela conquista. “Sinto-me muito feliz. De facto, há mais de quinze anos que eu já não estava a competir. Eu sou ‘coah’, praticamente estou a dar aulas e a transmitir os meus conhecimentos para os mais novos. Eu tive o convite da minha parceira Ohmar Fernandes para participar em pares neste Maputo Open de ténis. Então, eu decidi que, no lugar de jogar apenas a prova de pares, podia participar em singulares. Não tive muito tempo de preparação. Preparei-me durante duas/três semanas.”

 

LUCA FIGUEIREDO, VENCEDOR SINGULARES HOMENS

“Estou habituado a jogar com luz artificial”

Bruno Figueiredo é um dos novos valores do ténis moçambicano. Figueiredo tem estado a participar em vários circuitos de sub-18, eventos que lhe têm conferido alguma tarimba internacional. O vencedor da prova de singulares homens do Maputo Open de ténis deu-se por satisfeito no fim da competição. “Primeiramente, acho que o ambiente me ajudou. Estávamos a jogar de noite e eu treino de noite. Todos aqui treinam de dia. Eu estou habituado a este ambiente de luzes artificiais. Eles têm muita experiência de torneios, mas também eu estou a crescer. Eu viajo muito para participar em provas. A minha experiência está a crescer, e é por isso que consegui vencer. Vou continuar a trabalhar para alcançar bons resultados.”

 

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