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Lançado projecto de combate à seca em Gaza e Maputo

A seca severa que afecta o país ainda tem rastros visíveis no distrito de Chigubo, na província de Gaza. A falta de chuvas em quase todas épocas do ano agrava a fome, por isso, o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), lançou, esta quarta-feira, o Projecto de recuperação à seca e resiliência agrícola.

A primeira pedra para a construção de infra-estruturas que vai acomodar o projecto foi lançada pela governadora da província de Gaza, Stela Zeca, que na ocasião agradeceu o esforço do Governo em minimizar o sofrimento das populações das zonas mais afectadas pela seca severa, resultantes das mudanças climáticas causadas pelo efeito “El Nino”.

“Devemos recordar que nos últimos dois anos tivemos problemas de seca severa na nossa província, onde as populações passaram mal por falta de água e culturas agrícolas devido as condições climáticas. Temos de referenciar que esse projecto é um grande esforço do Governo para que essas populações melhorem as suas vidas”, referiu.

A governadora referiu que umas das apostas desse projecto são os furos multifuncionais que têm a capacidade de responder a demanda necessária. Umas das observações positivas foi a construção de represas e várias infra-estruturas, o que segundo a dirigente, garante segurança alimentar para a população.

Trata-se de um projecto que consiste na criação de culturas resistentes a seca, aberturas de mais furos de água e criação de alternativas que se adaptam as mudanças climáticas, visto que a população das zonas mais afectadas pela seca nos anos passados dependem da agricultura para a sua subsistência.

Casimiro Abreu, director-geral adjunto do INGC referiu que a escolha do distrito de Chigubo para o lançamento da pedra deve-se ao facto deste distrito ter graves problemas com o lençol freático, o que impacta directamente na vida da população local.

“Esse projecto foi desenhado para abranger as duas províncias que foram severamente afectadas pela ‘’El Nino’’ nas anteriores campanhas. Não é que as outras não sejam prioridades, mas na primeira fase vamos trabalhar com as províncias de Maputo e Gaza’’, esclareceu.

O projecto, que conta com apoio do Banco Africano de Desenvolvimento, vai abranger quatro distritos das províncias de Gaza e Maputo, nomeadamente, Magude, Matutuíne, Chigubo e Chibuto e está orçado em 15 milhões de dólares.

“Nós investimos mais ou menos 15 milhões de dólares para responder às áreas referidas das duas províncias. O trabalho será feito em coordenação com os governos locais e o INGC’’, explicou Pietro Toigo, representante do Banco Africano de Desenvolvimento.

O Banco financiador do projecto trabalha em Moçambique em diversas áreas e uma das suas principais apostas é o desenvolvimento da agricultura. São no total 600 milhões de dólares disponíveis para o financiamento de diversos projectos.

A seca severa dos anos 2015 e 2016 afectou cerca de 200 mil pessoas na província de Gaza. E um global de mais de um milhão e 500 mil pessoas em todo o país.

Numa avaliação feita em 2017, alguns agregados familiares reportaram a morte de animais devido à seca nas províncias do Centro e Sul de Moçambique, com destaque para a província de Gaza com uma percentagem de cerca de 8%, seguido de Inhambane com 2,5% e Tete com 1,5% das famílias.

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