No próximo dia 28, o escritor moçambicano Ganhanguane Masseve, pseudónimo de Agostinho Inguane, lança a colectânea de contos intitulada A verruga de martelo, pela editora Kuvaninga Cartão d'Arte. A cerimónia de lançamento está marcada Akino Café, na cidade de Maputo, e vai iniciar às 18h00.
A função de apresentador da obra literária foi confiada a dois autores, nomeadamente, o escritor Marcelo Panguana e o artista plástico Circle Langa. O primeiro interlocutor irá debruçar-se sobre o conteúdo, e, o segundo, por sua vez, fará uma abordagem tendo em consideração os aspectos visuais do livro.
A sessão, terá Pedro Muiambo como mestre de cerimónias, irá contemplar um momento musical a ser protagonizado por Helena Rosa e a leitura de excertos do livro caberá a um grupo de actores sob orientação do encenador Venâncio Calisto.
Editada pela Kuvaninga cartão d´arte – editora moçambicana que publica livros de cartão reciclado – A verruga de martelo é, de acordo com aquela editora alternativa, uma colectânea de seis contos, profundos e com uma escrita cuidada que mergulha nos problemas sociais dos moçambicanos.
Segundo o autor, trata-se de uma obra que retrata as dificuldades, as lutas diárias, o sofrimento de cada moçambicano na busca de uma solução para as suas dores. No livro, o autor faz uma analogia entre este tipo de câncro de pele – verruga – com a vida do moçambicano, “porque a verruga é um sofrimento que abraça o indivíduo, acompanha-o por toda a vida, mas não mata repentinamente”, decifra.
Segundo Masseve, a verruga não é mais do que a dificuldade que o moçambicano passa para sobreviver.
No mesmo evento de lançamento de A verruga de martelo, haverá uma sessão de autógrafos da obra As três mulheres de Malunga, do mesmo autor, lançada em 2015, no âmbito do primeiro Festival Literário da Matola – Literatas. Um livro que, este ano, sai pela segunda vez sob a chancela da Kuvaninga, a mesma editora encarregue de publicar há quatro anos.
Ganhanguane Masseve é escritor e activista cultural. Venceu a edição de 2012 do Prémio Literário do Banco de Moçambique, com o livro As três mulheres de Malunga, e o Prémio Literário As Línguas em Português do Instituto Camões, Pólo da Beira, com a obra No reino do Asfalto, em 2013. Foi Menção Honrosa com o livro A verruga de Martelo, no Prémio Literário 10 de Novembro, em 2015. Foi Vice-Presidente do Movimento Literário Kuphaluxa, com sede no Centro Cultural Brasil – Moçambique.
A ARTE DA KUVANINGA
A Kuvaninga cartão d’arte é uma editora moçambicana, sem fins lucrativos, criada a 10 de Maio de 2012, na cidade de Maputo, e a 27 de Julho do mesmo ano lança as suas primeiras duas obras.
A editora usa capas de cartão (papelão reciclado, retalhos de tecido e outros) para cobrir o miolo através de uma linha, um processo feito manualmente.
Durante os sete anos de existência, a editora já publicou 24 títulos, entre poesia, contos, romance, drama, crónicas e ensaios de autores moçambicanos e estrangeiros.
Trata-se de um processo que para além de estimular novos escritores através da oportunidade dos autores emergentes participarem, leva à consciência da preservação do meio-ambiente, através do reaproveitamento do papelão, como também ensina a amar o belo e a estética através da pintura do papelão e a promoção da actividade artesanal.