O Museu da História Natural, na Cidade de Maputo, acolhe a exposição fotográfica “Africa Blues. Moçambique em 2100: projecções da crise climática nas faces daqueles que a vivem todos os dias”. A mostra inaugurada esta quinta-feira apresenta imagens tiradas em Moçambique por Giulia Piermartiri e Edoardo Delille para África Blues, em colaboração com a WeWorld-GVC.
Segundo uma nota de imprensa, trata-se de fotografias criadas utilizando uma técnica inovadora, que mergulha o visitante num futuro possível. Num jogo de sobreposições, de facto, pode-se observar cenas da vida quotidiana misturadas com dispositivos que mostram esses mesmos lugares drasticamente alterados pela crise climática, ou seja, uma imagem que projecta um futuro que já não parece tão distante. Secas, inundações e tempestades repentinas são episódios que se repetem todos os anos em Moçambique, afectando e destruindo aldeias inteiras e comprometendo a colheita agrícola. São especialmente as comunidades mais pobres e mais vulneráveis, que vivem da agricultura, que pagam o preço mais elevado.
A exposição “Africa Blues” insere-se no lançamento do projecto “Clima de Mudanças: Caminho para Criação e Reforço de uma Geração Ambiental Consciente em Moçambique. “Trata-se de um projecto que visa promover a consolidação da boa governação ambiental em Moçambique, envolvendo os jovens no debate político, na tomada de decisões e na gestão sustentável dos recursos naturais”, lê-se na nota de imprensa.
A intervenção visa desenvolver a consciência dos jovens, organizações da sociedade civil, autoridades públicas e cidadãos sobre as mudanças climáticas e as suas consequências, sobre o seu papel e a responsabilidade de agirem como agentes de mudança e como melhorar em conjunto a gestão dos recursos naturais nas áreas provinciais de Cabo Delgado, Nampula, Zambézia e Maputo.
Os grupos que se estima beneficiarem directamente da acção serão 80 organizações da sociedade civil moçambicana, 50 membros das autoridades públicas, 300.000 jovens cidadãos e oito comunidades locais.
O projecto será implementado por um consórcio de organizações internacionais e nacionais, constituído por WeWorld-GVC, Instituto de Cooperação Económica Internacional (ICEI), Centro Terra Viva (CTV) e o Conselho Nacional do Voluntariado (CNV) e co-financiado pela União Europeia.