Kathleen Fitzgerald é Vice-President para África Austral e do Este da African Wildlife Foundation. Na sua intervenção na Conferência Internacional do Turismo Baseado na Natureza, no seu segundo dia, em Maputo, defendeu a necessidade de se combinar energias com estrutura de forma que o turismo melhor a vida dos moçambicanos. Nesse sentido, segundo Fitzgerald, também é pontual trazer especialistas de toda África para partilharem experiências no país, mesmo no actual quadro em que Moçambique está a fazer bom trabalho na implementação de mecanismo de conservação natural.
No painel subordinado ao tema “Criando um ambiente de negócios através de concessões de turismo”, Kathleen Fitzgerald sublinhou que se a vida animal e as florestas não forem conservadas não haverá sucesso nesta área do turismo em discussão. Para Fitzgerald, os financiamentos são igualmente importantes, quando são racionais e realistas. “Os programas de conservação e de turismo devem ter em conta aumento da receita, alocação adequada e gestão de desempenho. Além disso, precisamos de segurança e criação de um ambiente favorável na atracção turística, combinando turismo internacional e doméstico”, disse.
Sue Snyman, da WCPA TAPAS, outra oradora, defendeu o desenvolvimento das capacidades das pessoas nas zonas de conservação, com investimentos claros. Na óptica de Snyman, a inovação é um factor de sucesso e as pessoas devem compreender os benefícios da conservação da vida animal, daí a importância de conferências como esta que se realiza pela primeira vez em moçambique.
A moderadora do painel, Michelle Souto, da IFC, também partilhou sua experiência, esta tarde. A começar, foi pragmática ao dizer que não se alcança receitas para conservação por via do turismo da noite para o dia: “Deve-se fazer com que o turismo seja sustentável, considerando que os investidores valorizam muito certezas legais. Os processos bem-sucedidos são aqueles que dependem de planos de concessão robusto, por isso os planos de conservação devem estar bem detalhados. Devemos usar procedimentos de aquisição transparentes e empregar concorrentes competitivos, com equipa tecnicamente competente para gerir os concursos. As concessões devem proteger os interesses das partes envolvidas, com contratos equitativos, monitoria e avaliação dos projectos, pois, de contrário, não teremos como medir o sucesso, o qual precisa de ferramentas de monitoria e avaliação.
A conferência termina amanhã.