O presidente da Federação Moçambicana de Atletismo (FMA), Kamal Badrú submeteu, esta segunda-feira, uma queixa à Procuradoria-geral da República contra o secretário-geral do Comité Olímpico de Moçambique (COM), Penalva César, que o acusa de ter desviado dinheiro destinado ao pagamento de ajudas de custo e vistos de três atletas, que em Dezembro do ano passado participaram numa meia maratona, em Macau.
A novela sobre a troca de acusações entre o secretário-geral do Comité Olímpico de Moçambique e o presidente da Federação Moçambicana de Atletismo ganhou, esta segunda-feira, mais um capítulo.
Após a “guerra” dos áudios e comunicados, entre distanciamentos e esclarecimentos, falando em exclusivo ao “O País”, Kamal Badrú acrescentou mais dados à história. O dirigente recusa as acusações de que foi algo por parte do secretário-geral do Comité Olímpico de Moçambique segundo as quais desviou dinheiro alocado à FMA. Nega ainda ser reincidente em matérias de desvio de dinheiro disponibilizado pelo COM , tal como Penalva César fez referência no áudio que circulou nas redes sociais.
“Neste aspecto de eu ser reincidente, vou submeter uma queixa à Procuradoria-geral da República para ele provar as suas acusações”, refere Kamal Badrú, explicando que a submissão da queixa à PGR é uma questão pessoal.
“Ele deve provar por que é que sou bandido. Se analisarmos bem o significado da palavra bandido vamos perceber que é pesado. Eu nunca raptei ninguém, nunca matei ninguém, nunca assaltei a casa de ninguém e nunca violei ninguém. Por isso, reitero que ele deve explicar porque é que sou bandido”, questiona Badrú.
Badrú explica que todo o expediente relacionado com a viagem dos três atletas para Macau foi tratado dentro das normas.
“Temos toda a documentação que indica de forma clara que não houve algo anormal. Nós pagamos os vistos, porque ninguém poderia viajar para a China sem observar esse requisito. O senhor Penalva César diz que o Comité Olímpico de Macau lhe abordou sobre o não pagamento dos vistos, o que não constitui a verdade”, explica.
Em relação ao pagamento das ajudas de custo dos três atletas, Kamal Badrú reitera que a federação irá pagar assim que tiver disponibilidade de dinheiro.
“Devo esclarecer que nós pagamos uma parte aos atletas. Ou seja, dos 10.000 meticais que eles tinham direito pagamos dois mil. Não foi possível pagar todo o valor porque tivemos contratempos no processo de câmbio”, promete o dirigente.
Ainda sobre as acusações de Penalva, Kamal Badrú só encontra uma explicação.
“Acredito que quando o senhor Penalva César gravou aquele áudio estava a sair duma barraca e sob efeito de álcool. Suponho que tenha feito aquelas declarações no calor da emoção e das festas, tendo abordado assuntos sem o devido conhecimento”, defende o dirigente.
O Presidente da Federação Moçambicana de Atletismo entende, por isso, que há falta de comunicação no Comité Olímpico de Moçambique e reitera que a instituição que dirige continuará aberta para colaborar. Em contacto com “O País” para reagir sobre o assunto, Penalva césar disse não estar disponível para o feito.
“Não acho prudente emitir qualquer opinião ou posição neste momento”, disse Penalva César.