O académico José Castiano propõe a institucionalização do diálogo, como mecanismo para uma verdadeira reconciliação nacional. O vice-reitor da Universidade Pedagógica (UP) de Maputo entende que é papel determinante da academia neste processo, mas atribui a grande responsabilidade, aos políticos.
O filósofo falou ao “O País” a margem da conferência internacional, que reúne em Maputo, académicos oriundos de países africanos de língua portuguesa, com vista a discutir sobre os nacionalismos na era de Eduardo Mondlane.
Sobre as re-significações do “Lutar por Moçambique hoje”, no contexto em que o desafio é a paz efectiva, Castiano fala da necessidade do diálogo ser institucionalizado.
“É preciso institucionalizar o diálogo para uma verdadeira reconciliação. Como é que isto se faz? Depende da nossa imaginação. Mas a academia tem um papel nisto” Disse o vice-reitor da UP Maputo.
“Vamos ver as instituições que saírem destas eleições como é que vão tratar a questão da reconciliação” acrescentou.
Para o académico, essa institucionalização seria a implantação do diálogo como uma cultura, em qualquer circunstância que seja. Nesse âmbito, a academia tem o papel determinante, mas é aos políticos, a quem Castiano imputa a maior responsabilidade.
Algo que é atestado por Filomeno Lopes, jornalista e filósofo da Guiné-Bissau. Um país que igualmente tem atravessado contextos adversos na sua política.
A decorrer entre esta quinta e sexta-feira, na UP Maputo, a conferência internacional sobre nacionalismos na era de Eduardo Mondlane, decorre em homenagem ao arquitecto da unidade nacional.