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Irão quer “novas condições” para negociações nucleares com os EUA

O Irão manifestou disponibilidade para retomar negociações nucleares com os Estados Unidos, mas “sob novas condições”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abás Araqchí. Segundo ele, a guerra de 12 dias com Israel alterou o contexto, tornando necessário redefinir os termos do diálogo.

Araqchí declarou que o país mantém trocas de mensagens com Washington por intermédio de terceiros e retomará as conversações assim que os americanos estiverem preparados para negociar com base em interesses comuns e respeito mútuo. Ele destacou que as negociações continuam na agenda, mas agora com novas dimensões.

O ministro sublinhou que o Irão está disposto a dialogar, mas exige respeito pela sua soberania e o levantamento das sanções como pré-condições essenciais. “Não cederemos a pressões nem chantagens”, afirmou, em aparente resposta à exigência americana de suspender o enriquecimento de urânio, considerada inaceitável pelo país persa.

Desde janeiro, o Irão e os EUA realizaram cinco rondas de negociações, com uma sexta reunião prevista, que não ocorreu devido ao conflito com Israel. Washington também participou de ataques contra três instalações nucleares iranianas em junho, antes da trégua de 24 de junho.

Araqchí abordou ainda as negociações em curso com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), garantindo que as partes estão próximas de um novo acordo de cooperação, que considerará as preocupações de Teerão, suspenso após legislação aprovada pelo parlamento pós-conflito.

No final de agosto, Reino Unido, França e Alemanha ativaram o mecanismo de restauração automática das sanções da ONU contra o Irão. Os três países europeus pedem que Teerão retome negociações com os EUA, coopere com a agência nuclear da ONU e informe sobre 400 kg de urânio enriquecido a 60%, evitando assim a reativação das sanções internacionais.

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