Oito jovens estão a responder criminalmente no distrito de Pebane, na Zambézia, por crimes de extorsão, danos, roubos, incêndio e violação de domicílio. Os indivíduos em causa terão invadido as instalações da mineradora Tazeta Resources.
A invasão ocorreu no dia 11 de Dezembro passado, tendo causado à mineradora prejuízos acima de 20 milhões de dólares. A situação levou brigadas da Secretaria de Estado, do Conselho Executivo e da Justiça a sentarem-se à mesma mesa, junto da mineradora, para produzir protocolos de responsabilidade social, exigidos pela população.
O director-adjunto da empresa, Romesh da Silva, disse que a situação constituiu uma surpresa para a empresa, que, alegadamente, tem cumprido as suas obrigações.
“Temos levado a cabo obrigações, no âmbito da responsabilidade social, para a melhoria de vida das comunidades. Fomos surpreendidos pela população furiosa, que, ao chegar às nossas instalações, começou a arremessar pedras para as janelas e viaturas. De seguida, partiu para a vandalização do nosso armazém, de onde retirou quantidades de bens alimentares e não alimentares, numa acção criminosa para um Estado de Direito que se pretende que acarinhe o investimento público e privado”, disse.
O comandante distrital da PRM, Nolito Ualuto, fez saber que a população, antes de partir para a vandalização, solicitou a permissão para marchar, alegando não estar a conseguir dialogar com a firma. Entretanto, Ualuto diz que as comunidades já tinham dialogado e que faltava apenas fechar alguns detalhes.
“Aquele grupo que organizou a marcha que culminou com o saque foi advertido para não sair à rua para o bem da estabilidade do distrito. Saíram desobedecendo as autoridades e foram retirar bens da mineradora. Para além de partir vidros das instalações e viaturas, roubaram 15 motorizadas, bens alimentícios, entre outros”, disse o comandante, adiantando que estão a ser responsabilizados criminalmente na justiça.
Edgar Reis, procurador distrital de Pebane, fez saber que, ao nível da justiça, correm oito processos-crime contra os autores dos roubos e danos.
“Houve registo de crimes, como de roubo, danos, violação de domicílio, fogo posto, que culminaram com a queima de algumas propriedades e instigação ao crime”, disse o procurador, adiantando que algumas pessoas queriam exigir dinheiro de forma ilegal, no valor de um milhão de Meticais, para não se avançar com a marcha.
Uma equipa multissectorial, composta pelo Conselho de Representação de Estado e Conselho Executivo Provincial esteve em reunião com actores da comunidade local e a empresa para compreender as causas da invasão. No final, a empresa e a comunidade produziram e assinaram protocolo de responsabilidade social, para o restabelecimento da harmonia entre as partes.
Tazetta Resources opera no distrito de Pebane, na província da Zambézia, com capitais na ordem de 16 milhões de dólares, e vai explorar anualmente 150 mil toneladas até 2041. Só em 2023, contribuiu em impostos a favor do Estado no valor de cerca de 176 milhões de Meticais. Trata-se da maior empregadora e contribuinte fiscal da província. Tem maior investimento de plano de responsabilidade social acima de dois milhões de dólares.