O País – A verdade como notícia

O grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23) declarou que vai observar um cessar-fogo humanitário, no leste da República Democrática do Congo (RDC), a partir desta terça-feira. O anúncio ocorre uma semana depois de o M23 ter tomado a cidade estratégica de Goma, após dias de intensos combates com o exército democrático-congolês.

“Em resposta à crise humanitária provocada pelo regime de Kinshasa, declara um cessar-fogo a partir de 04 de Fevereiro de 2025, por razões humanitárias”, afirmou a Aliança do Rio Congo (AFC-M23, na sigla em francês), a coligação político-militar da RDC, que inclui o M23, através de um comunicado. 

Depois de ter conquistado Goma, capital da província do Kivu Norte, o AFC-M23 garantiu que o grupo rebelde não tem intenção de tomar Bukavu, capital da vizinha província do Kivu Sul, na direção da qual avançou na semana passada.

Pelo menos 900 corpos foram recuperados após dias de combates na cidade de Goma, segundo as Nações Unidas.

De acordo com os peritos da ONU, o M23 é apoiado por cerca de quatro mil soldados do Ruanda, muito mais do que em 2012, quando capturaram Goma pela primeira vez.

O movimento rebelde é o mais poderoso dos mais de 100 grupos armados que disputam o controlo do leste da RDCongo, país vizinho de Angola rico em minerais, que possui vastos depósitos essenciais para grande parte da tecnologia mundial.

 

Os Presidentes da República Democrática do Congo (RDCongo) e do Ruanda participam sábado numa cimeira conjunta promovida por países da África Oriental e Austral, para discutir o conflito armado no leste da RDCongo, anunciou hoje a Presidência queniana.

A cimeira, que decorrerá em Dar es Salaam, na Tanzânia, e é organizada pela Comunidade da África Oriental (EAC, na sigla em inglês) e pela Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC, na sigla em inglês), juntará os presidentes dos dois países envolvidos no conflito que se agrava no leste da RDC.

O encontro ao mais alto nível vai decorrer num contexto de fortes tensões entre Kinshasa e Kigali, depois de o grupo armado M23 e os seus aliados das forças ruandesas terem tomado Goma, a principal cidade do leste da RDCongo, e continuado a avançar na região.

Antes da cimeira que juntará os chefes de Estado ou de Governo realiza-se, na sexta-feira, uma conferência de ministros dos Negócios Estrangeiros.

O Presidente do Quénia, William Ruto, divulgou nas redes sociais que tanto Tshisekedi como Kagame confirmaram a sua presença, depois de ambos terem nos últimos días evitado encontrar-se.

A agência EFE noticia que na cimeira participam também os Presidentes da Tanzânia, da África do Sul, do Uganda e da Somália, numa tentativa de reforçar o empenhamento regional para tentar desanuviar as tensões entre a RDCongo e o Ruanda.

A União Africana mandatou o Presidente de Angola, João Lourenço, para mediar o Ruanda e a RDCongo nos esforços de pacificação do leste da RDCongo, mas o conflito intensificou-se nas últimas semanas.

Uma ofensiva na semana passada do M23 – um grupo armado constituído maioritariamente por tutsis, a etnia vítima do genocídio ruandês de 1994 – aumentou as tensões com o vizinho Ruanda, com o Governo democrático-congolês a acusá-lo de apoiar os rebeldes, uma alegação confirmada pela ONU.

Desde 1998, o leste da RDCongo tem estado mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão de manutenção da paz da ONU (Monusco).

O ministro dos Recursos Minerais da África do Sul, Gwede Mantashe, declarou, esta segunda-feira, que não serão enviados mais recursos naturais para os Estados Unidos, caso Trump cesse o financiamento à nação africana, numa resposta ao Presidente norte-americano.

 “Se não nos dão dinheiro, não lhes damos minerais”, declarou o ministro sul-africano, após as declarações de Donald Trump, de que o financiamento ao país será cortado até que seja concluída uma investigação sobre as alegadas expropriações em curso.

“No continente, não podemos temer tudo, se não, vamos colapsar. África é um continente rico em recursos, temos de ter noção disso e usufruir dessa realidade”, cita Lusa.

Donald Trump afirmou no domingo que a África do Sul “está a confiscar terras e a tratar muito mal certas classes de pessoas” e a “esquerda radical não quer que se saiba”.

Também o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, explicou, na rede social X, que a Lei da Expropriação não é um instrumento de confisco.

“A Lei da Expropriação, recentemente adoptada, não é um instrumento de confisco, mas sim um processo legal, mandatado pela Constituição, que assegura o acesso público à terra de uma forma equitativa e justa”, indicou o chefe de Estado sul-africano.

A África do Sul, tal como os Estados Unidos, sempre teve leis de expropriação que equilibram a necessidade de utilização pública da terra e a proteção dos direitos dos proprietários, prosseguiu Ramaphosa.

“O Governo sul-africano não confiscou qualquer terra”, assegurou.

“Aguardamos, com expectativa, o diálogo com a administração Trump sobre a nossa política de reforma agrária e sobre questões de interesse bilateral. Estamos certos de que, a partir desses contactos, partilharemos um entendimento melhor e comum sobre estas questões”, indicou. 

Segundo o chefe de Estado, os EUA “continuam a ser um parceiro político e comercial estratégico fundamental para a África do Sul”.

O Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, acusou a África do Sul de estar a tratar muito mal certas classes de pessoas e anunciou um corte de futuros financiamentos ao país.

Na rede social Truth Social, detida pelo próprio, Donald Trump escreveu no domingo que a África do Sul “está a confiscar terras e a tratar muito mal certas classes de pessoas” e que a “esquerda radical não quer que se saiba”.

Sem adiantar detalhes, o Presidente norte-americano disse, citado pela Lusa, que os Estados Unidos não vão tolerar aquela atitude do país africano e que o financiamento ao país será cortado até que seja concluída uma investigação.

A África do Sul junta-se assim a um rol de países, nomeadamente Colômbia, México, China ou Canadá, que têm sido alvo de críticas e ameaças pelo Presidente norte-americano, que assumiu um segundo mandato a 20 de Janeiro passado.

A África do Sul faz parte do grupo BRICS, um grupo de economias maioritariamente emergentes, composto também pelo Brasil, Rússia, Índia e China, a quem Trump ameaçou impor tarifas pesadas se criarem uma moeda rival do dólar americano.

Lembre-se que, quando Donald Trump tomou posse, os Presidentes da África do Sul e do Burundi foram os únicos líderes africanos a felicitar o republicano.

Os hospitais em Goma estão a ter dificuldades para lidar com os violentos combates com rebeldes do grupo M23, que deixaram centenas de pessoas mortas.

Segundo escreve a Africannews, no Hospital Kyeshero, as camas estão cheias de pacientes com ferimentos traumáticos. 

Embora o M23 tenha consolidado o controle de Goma na última semana, os rebeldes continuaram a avançar para a província vizinha de Kivu do Sul e estavam a aproximar-se de sua capital, Bukavu, na sexta-feira.

Goma tem servido há muito tempo como um centro de ajuda humanitária na região problemática, e milhões de pessoas estão em risco com as operações humanitárias paralisadas devido aos conflitos.

Por enquanto, alimentos e suprimentos médicos têm poucas condições de chegar a Goma.

O M23 é o mais poderoso dos mais de 100 grupos armados que disputam o controle do leste do Congo, rico em minerais, que detém vastos depósitos essenciais para grande parte da tecnologia mundial.

Eles são apoiados por cerca de 4.000 tropas da vizinha Ruanda, de acordo com a ONU, muito mais do que em 2012, quando capturaram Goma pela primeira vez e a mantiveram por dias um conflito motivado por queixas étnicas. 

O Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, assinou no sábado a ordem executiva para a aplicação de taxas aduaneiras aos produtos provenientes do Canadá, do México e da China, dando início a uma guerra comercial que poderá prejudicar o crescimento global e reacender a inflação. 

A agência France Press escreve que o decreto presidencial sobre a importação de produtos canadianos entra em vigor na terça-feira, 4 de Fevereiro.

De acordo com a Casa Branca, a ordem de Donald Trump também inclui um mecanismo para aumentar as taxas aduaneiras em caso de retaliação destes países, três principais parceiros comerciais dos Estados Unidos e que no total representam mais de 40% das importações do país.

O primeiro-ministro canadiano já anunciou uma retaliação. Justin Trudeau disse no sábado que taxas sobre 30 mil milhões de dólares de frutas e bebidas alcoólicas norte-americanas entrarão em vigor na terça-feira, no mesmo dia em que as tarifas dos EUA entram em vigor, escreve a RTP Notícias.

O dirigente garantiu também que o Canadá irá gradualmente impor taxas alfandegárias de 25% sobre os produtos americanos, totalizando 155 mil milhões de dólares canadianos.

Por sua vez, a Presidente do México, Claudia Sheinbaum, já ordenou a imposição de taxas aduaneiras aos produtos vindos dos Estados Unidos, em retaliação pelas tarifas de 25% anunciadas pelo presidente norte-americano.

“Rejeitamos categoricamente a calúnia da Casa Branca de que o Governo mexicano tem alianças com organizações criminosas, bem como qualquer intenção de interferir no nosso território”, escreveu a chefe de Estado, numa publicação na rede social X.

Também a China já prometeu retaliar contra as novas tarifas dos Estados Unidos sobre os produtos chineses, reafirmando que as guerras comerciais não têm vencedores.

“A China está fortemente insatisfeita e firmemente contra” as tarifas, disse o Ministério chinês do Comércio em comunicado, anunciando “medidas correspondentes para proteger resolutamente os direitos e interesses” chineses, acrescentando que “não há vencedores numa guerra comercial ou tarifária”.

Pequim anunciou, ainda, que vai apresentar uma queixa contra Washington junto da Organização Mundial do Comércio (OMC) pelo que chamou de “imposição unilateral de taxas alfandegárias em grave violação das regras da OMC”.

Poderosas nações árabes rejeitaram no sábado a sugestão do Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, de realocar palestinos de Gaza para os vizinhos Egipto e Jordânia.

Trump propôs a ideia no mês passado, afirmando que pediria aos líderes da Jordânia e do Egipto que acomodassem a população de Gaza, agora em grande parte deslocada.

Ele sugeriu que o reassentamento da maioria dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza poderia ser temporário ou permanente.

Em uma declaração, os países árabes alertaram que tais planos poderiam “ameaçar a estabilidade da região, arriscar a escalada do conflito e minar as perspectivas de paz e coexistência entre seus povos”, escreve a Africannews.

A declaração ocorreu após uma reunião no Cairo de diplomatas seniores, incluindo Hussein al-Sheikh, um alto funcionário palestino que atua como principal contato com Israel, e o chefe da Liga Árabe, Ahmed Aboul-Gheit.

Egipto e Jordânia, assim como os palestinos, estão preocupados que Israel nunca permitirá que eles retornem a Gaza depois que eles partirem.

Pelo menos 40 pessoas morreram, hoje, num bombardeamento atribuído aos paramilitares sudaneses, contra um mercado em Omdurman,  na capital, Cartum, revelou uma médica à AFP. 

A fonte do hospital Al-Nao, que falou sob anonimato, acrescentou que os feridos “ainda estão a ser levados para o hospital”, depois do ataque, que atribuiu às Forças de Apoio Rápido do Sudão (RSF). 

Desde Abril de 2023, que as RSF estão em guerra aberta com o exército governamental, um conflito que já matou dezenas de milhares de pessoas e desalojou mais de 12 milhões.

Após meses de aparente impasse na capital, o exército lançou uma ofensiva em Janeiro e retomou bases importantes, incluindo o seu quartel-general em Cartum, que estava cercado pelos paramilitares desde o início do conflito.

As RSF foram expulsas de muitos dos seus redutos. Testemunhas do ataque deste sábado, o mais recente a atingir civis em mercados, disseram à AFP que o fogo de artilharia veio do oeste de Omdurman, que ainda é controlado pelos paramilitares.

Este ataque ocorre um dia depois de o líder destas forças paramilitares, Mohamed Hamdane Daglo, ter prometido expulsar o exército da capital, reconhecendo assim, indiretamente, pela primeira vez, reveses contra o exército sudanês em Cartum.

A guerra no Sudão começou em 15 de Abril de 2023, depois do fracasso das negociações para integrar os paramilitares ao exército, no contexto de uma transição política no país, após o derrubar da ditadura do então Presidente, Omar al-Bashir, em 2019.

O conflito no Sudão entre o exército e as RSF já matou dezenas de milhares de pessoas e desalojou mais de 12 milhões.

A fome obriga as famílias a sobreviver de erva e forragem, sobretudo no oeste e no sul do país.

Desabamento de uma mina provoca a morte de um número não especificado de mineradores artesanais, maioritariamente composto por mulheres, na região de Koulikoro, no Mali.

Um deslizamento de terra atingiu um grupo de mineradores artesanais, na sua maioria mulheres, que procuravam ouro. O incidente provocou a morte de um número não especificado deles, sobretudo mulheres, tal como informou o gabinete do governador da região de Koulikoro. 

Em uma declaração transmitida pela televisão nacional do Mali, o governador desta região, Lamine Kapory Sanogo, disse que a escavação foi cercada por um dique que cedeu e a água entrou com a lama e engoliu as mulheres .

Esta não é a primeira vez que tais acidentes ocorrem em uma mina de ouro no Mali, que é conhecido como um dos três países produtores de ouro na África. Em Janeiro do ano passado, uma mina de ouro não regulamentada desabou no Mali, matando mais de 70 pessoas perto da capital Bamako .

Nos últimos anos, tem havido preocupações de que os lucros da mineração não regulamentada no norte do Mali possam beneficiar extremistas que operam naquela parte do país. A região onde ocorreu esse último colapso, no entanto, fica muito mais ao sul e mais perto de Bamako.

Estima-se que a mineração artesanal de ouro produza cerca de 30 toneladas de ouro por ano e seja responsável por 6% da produção anual de ouro do Mali. Mais de 2 milhões de pessoas, ou mais de 10% da população do Mali, dependem do setor de mineração para sua renda.

+ LIDAS

Siga nos