O ministro dos Recursos Minerais da África do Sul, Gwede Mantashe, declarou, esta segunda-feira, que não serão enviados mais recursos naturais para os Estados Unidos, caso Trump cesse o financiamento à nação africana, numa resposta ao Presidente norte-americano.
“Se não nos dão dinheiro, não lhes damos minerais”, declarou o ministro sul-africano, após as declarações de Donald Trump, de que o financiamento ao país será cortado até que seja concluída uma investigação sobre as alegadas expropriações em curso.
“No continente, não podemos temer tudo, se não, vamos colapsar. África é um continente rico em recursos, temos de ter noção disso e usufruir dessa realidade”, cita Lusa.
Donald Trump afirmou no domingo que a África do Sul “está a confiscar terras e a tratar muito mal certas classes de pessoas” e a “esquerda radical não quer que se saiba”.
Também o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, explicou, na rede social X, que a Lei da Expropriação não é um instrumento de confisco.
“A Lei da Expropriação, recentemente adoptada, não é um instrumento de confisco, mas sim um processo legal, mandatado pela Constituição, que assegura o acesso público à terra de uma forma equitativa e justa”, indicou o chefe de Estado sul-africano.
A África do Sul, tal como os Estados Unidos, sempre teve leis de expropriação que equilibram a necessidade de utilização pública da terra e a proteção dos direitos dos proprietários, prosseguiu Ramaphosa.
“O Governo sul-africano não confiscou qualquer terra”, assegurou.
“Aguardamos, com expectativa, o diálogo com a administração Trump sobre a nossa política de reforma agrária e sobre questões de interesse bilateral. Estamos certos de que, a partir desses contactos, partilharemos um entendimento melhor e comum sobre estas questões”, indicou.
Segundo o chefe de Estado, os EUA “continuam a ser um parceiro político e comercial estratégico fundamental para a África do Sul”.