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A Rússia lançou 117 drones contra a Ucrânia, na noite passada, incluindo aparelhos reais e réplicas, que as forças russas usam para confundir as defesas inimigas, segundo comunicado da Força Aérea ucraniana.

As defesas aéreas ucranianas abateram 56 drones de ataque Shahed e outros modelos de aparelhos aéreos não tripulados de ataque, durante a noite, no norte, sul, leste e centro da Ucrânia, de acordo com a nota da Força Aérea, citada por Lusa.

Outros 48 drones, sem cargas explosivas, réplicas dos aparelhos aéreos não tripulados Shahed, caíram sem causar danos.

O ataque causou danos nas regiões de Sumi (nordeste), Dnipropetrovsk, Kirovohrad e Cherkasy (centro).

Este mais recente ataque com drones ocorreu depois de a Rússia e a Ucrânia terem garantido aos EUA, na terça-feira, que iriam trabalhar para o estabelecimento de uma trégua aos ataques no Mar Negro e às infraestruturas energéticas, sem estabelecer condições concretas ou calendários para este cessar-fogo parcial.

A guerra na Ucrânia começou em 2014 com a anexação da península ucraniana da Crimeia pela Rússia e, posteriormente, em 24 de fevereiro de 2022 as tropas russas invadiram o território ucraniano.

Pelo menos 54 pessoas foram mortas em um ataque aéreo militar, num mercado local na região ocidental do Sudão, segundo relataram grupos de ajuda na terça-feira.

O ataque à vila de Tora na segunda-feira causou um incêndio enorme. Os militares sudaneses negaram ter como alvo civis, chamando as alegações de “incorretas”. No entanto, grupos de direitos humanos condenaram o ataque, chamando-o de “crime de guerra” devido ao seu impacto em áreas densamente povoadas. Mais da metade das vítimas eram mulheres, e pelo menos 23 outras ficaram feridas.

O conflito em andamento, que começou em abril de 2023, deixou mais de 28.000 mortos, com milhões de deslocados. A situação em Darfur continua terrível, pois ambos os lados continuam a aumentar a violência.

A Rússia exigiu, hoje, uma ordem dos Estados Unidos à Ucrânia, para um acordo sobre a navegação comercial no Mar Negro, e apelou ao levantamento das restrições ao comércio de cereais e fertilizantes russos.

“A nossa posição é simples: não podemos confiar na palavra dessa pessoa”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, a uma televisão russa, referindo-se ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, segundo a agência espanhola EFE, citada por Lusa. 

Lavrov insistiu que a Rússia precisa de garantias claras sobre o comércio no Mar Negro, e exigiu que a Rússia deixasse de ser excluída do mercado mundial de fertilizantes e cereais, devido às sanções ocidentais,  por ter invadido a Ucrânia em Fevereiro de 2022.

O ministro disse que a Rússia é “a favor da retoma da iniciativa do Mar Negro sob uma forma mais aceitável para todos”.

Referiu que a questão foi debatida como uma prioridade nas conversações com representantes dos Estados Unidos que decorreram na segunda-feira na Arábia Saudita.

Lavrov afirmou que Moscovo quer que “o mercado dos cereais e o mercado dos fertilizantes sejam previsíveis” para que ninguém tente retirar a Rússia destes mercados.

Segundo Lavrov, a Rússia está preocupada com a situação alimentar em África e noutros países do Sul global que disse terem sofrido com “os jogos do Ocidente”, de acordo com a agência russa TASS.

A chamada Iniciativa do Mar Negro esteve em vigor entre 2022 e 2023, permitindo  exportação de cereais ucranianos, vitais para o abastecimento alimentar mundial, que estavam retidos nos portos do país cercados pela Rússia.

A Rússia retirou-se do acordo ao fim de um ano, queixando-se de que o Ocidente não estava a honrar os compromissos de aliviar as sanções sobre as exportações russas de produtos agrícolas e fertilizantes.

O acordo teve mediação do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e da Turquia, país onde funcionou uma comissão conjunta de inspeção dos navios envolvidos no transporte dos cereais ucranianos por Moscovo recear que transportassem armas para Kiev.

Durante a vigência do acordo, saíram da Ucrânia cerca de 33 milhões de toneladas de cereais e outros produtos agrícolas, o que afastou o cenário de insegurança alimentar mundial.

O Governo norte-americano, liderado por Donald Trump, pediu, hoje, ao Supremo Tribunal, que suspendesse a decisão que determina a readmissão de milhares de funcionários federais, dispensados em despedimentos em massa, com o objetivo de reduzir drasticamente a despesa. O recurso de emergência defende que o juiz não pode obrigar o poder executivo a recontratar mais de 16 mil funcionários em período probatório.

O juiz da Califórnia concluiu que as demissões não seguiram a lei federal, e ordenou que as ofertas de reintegração fossem enviadas enquanto o processo se desenrola.

O apelo pede ainda que a mais alta instância judicial nos Estados Unidos, de maioria conservadora, controle o número crescente de juízes federais que têm vindo a atrasar a agenda abrangente do presidente Donald Trump.

“Só este Tribunal pode pôr fim à usurpação de poder entre os ramos”, pode ler-se no recurso, citado pela agência Associated Press (AP).

O sistema judicial federal do país tornou-se o ponto zero da resistência a Trump, com o Congresso liderado pelos republicanos a apoiar ou amplamente silenciado. Os juízes decidiram contra a administração Trump mais de três dezenas de vezes, depois de terem encontrado violações da lei federal.

As decisões abrangem desde mudanças na cidadania por direito de nascença até despesas federais e direitos transgénero.

O juiz distrital dos EUA, William Alsup, em São Francisco, decidiu que os despedimentos foram indevidamente orientados pelo Gabinete de Gestão de Pessoal e pelo seu diretor interino.

A decisão do juiz surgiu após uma ação judicial interposta por uma coligação de sindicatos e organizações sem fins lucrativos que argumentaram que seriam afetados pela redução de mão-de-obra.

Alsup, que foi nomeado pelo presidente democrata Bill Clinton, expressou frustração com o que chamou de tentativa do governo de contornar as leis e regulamentos, despedindo trabalhadores em período probatório com menos proteções legais.

O advogado Norm Eisen, um dos advogados que representa os queixosos, prometeu defender a decisão do juiz. “A nossa coligação continua empenhada em garantir que a justiça prevaleça para todos os trabalhadores em período probatório afetados”.

O governo federal, por outro lado, disse que a ordem abrangente que exige que os funcionários sejam recontratados vai além da autoridade legal do juiz.

O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa pediu, através de seu boletim informativo,  aos sul-africanos que “rejeitem as políticas de divisão”, que estão a surgir globalmente. 

Cyril Ramaphosa usou seu boletim informativo de segunda-feira para reflectir sobre o Dia dos Direitos Humanos, comemorado na sexta-feira, em homenagem aos 69 manifestantes desarmados que foram mortos pela polícia do apartheid em Sharpeville em 21 de Março de 1960.

“Como sul-africanos, devemos, portanto, rejeitar a política de divisão que está a surgir em muitas partes do mundo. Em particular, devemos desafiar a narrativa completamente falsa de que nosso país é um lugar em que pessoas de uma certa raça ou cultura estão sendo alvos de perseguição”, disse ele.

O Chefe do Estado sul africano acrescentou ainda que a África do Sul não deve permitir que eventos além de suas fronteiras os dividam ou os coloquem uns contra os outros. 

A mensagem é publicada um dia após o ex-embaixador da África do Sul nos EUA desembarcar na cidade do Cabo, depois de ter sido expulso dos EUA. 

O embaixador sul-africano, que foi expulso dos Estados Unidos e declarado “persona non grata” pela administração Trump, foi recebido, domingo, no aeroporto Internacional da Cidade do Cabo por centenas de apoiantes, que cantaram canções de louvor.

Segundo a agência de notícias Associated Press, citada por Lusa, a multidão cercou Ebrahim Rasool e a sua mulher Rosieda, quando apareceram no terminal de chegadas do aeroporto da Cidade do Cabo, tendo sido necessária uma escolta policial para os ajudar a percorrer o edifício.

“A declaração de ‘persona non grata’ destina-se a humilhar-vos. Mas quando voltarem para multidões como esta, com este calor humano, então usarei a minha ‘persona non grata’ como um distintivo de dignidade”, disse Rasool aos apoiantes.

O diplomata declarou que não foi sua escolha regressar a casa, mas que regressa sem arrependimentos.

O embaixador foi expulso devido a comentários que fez na Internet, num webinar, que incluía a afirmação de que o movimento “Make America Great Again” era, em parte, uma resposta a “um instinto supremacista”.

Rasool acrescentou durante o seu discurso à chegada ao aeroporto, que era importante para a África do Sul corrigir a sua relação com os EUA, depois de Donald Trump ter castigado o país e o ter acusado de adoptar uma postura antiamericana, mesmo antes da decisão de o expulsar.

O presidente dos EUA, Donald Trump, emitiu uma ordem executiva em Fevereiro, cortando o financiamento total para a África do Sul, alegando que o Governo estava a apoiar o grupo militante palestino Hamas e o Irão.

“Não viemos aqui para dizer que somos antiamericanos. Não estamos aqui para vos pedir que deitem fora os nossos interesses com os Estados Unidos”, disse Rasool à multidão.

Foram os primeiros comentários públicos do ex-embaixador desde que o Governo de Trump o declarou “persona non grata”, há mais de uma semana e lhe retirou a imunidade e privilégio diplomáticos.

Rasool foi declarado “persona non grata” pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, numa publicação na rede social X em 14 de Março.

Rubio disse que Rasool era um “político que se aproveita da raça” e que odeia os EUA e Trump.

Embora Rubio não tenha citado directamente uma razão, a sua publicação estaria relacionada com uma história do sítio de notícias conservador Breitbart, no qual se relatava uma palestra que Rasool deu num ´webinar´ organizado por um grupo de reflexão sul-africano.

Na sua palestra, o diplomata falou em linguagem académica sobre a repressão da administração Trump aos programas de diversidade e equidade e à imigração e mencionou a possibilidade de os brancos nos EUA deixarem de ser, em breve, a maioria.

Este domingo, o embaixador disse que mantinha os seus comentários e caracterizou-os como um mero alerta aos intelectuais e líderes políticos da África do Sul, para o facto de os EUA e da sua política terem mudado.

Estão a circular, novos vídeos estão que mostram civis a serem escoltados por indivíduos armados, para um destino desconhecido. Idosos e crianças incapazes de acompanhar são ameaçados com facas. Outras filmagens revelam corpos sem vida de civis, supostamente de um massacre em Gayeri, uma cidade no leste de Burkina Faso.

Em resposta, o Governo condenou a disseminação de vídeos “enganosos”, que, segundo ele, retratam falsamente “massacres étnicos”. Uma declaração do Governo descreve isso como parte de uma “campanha político-midiática” mais ampla, que visa manchar a imagem do país.

De acordo com o porta-voz, o objetivo é agitar “tensões comunitárias” e provocar conflitos interétnicos. Ele tranquilizou os cidadãos, e assegurou  que Burkina Faso continua comprometido com a paz e os direitos de todos os burkinabès de viver livremente e com dignidade, em suas terras ancestrais.

Em um desenvolvimento relacionado, o promotor Blaise Bazié confirmou a abertura de uma investigação sobre mensagens de incitação ao “extermínio” de pessoas de um grupo étnico específico, frequentemente visando os fulanis.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou hoje aos aliados da Ucrânia para pressionarem Moscovo a pôr fim à guerra, depois de novos ataques russos que causaram pelo menos três mortos e dez feridos em Kiev.

“São necessárias novas decisões e novas pressões sobre Moscovo para pôr fim a estes ataques e a esta guerra”, afirmou Zelensky nas redes sociais, antes das conversações na Arábia Saudita, na segunda-feira.

Inicialmente previstas para terem lugar simultaneamente na segunda-feira entre ucranianos e americanos, por um lado, e russos e americanos, por outro, estas discussões poderão ter lugar uma após a outra.

Zelensky mencionou no sábado, sem dar pormenores, uma reunião já hoje entre as delegações de Kiev e de Washington.

Paralelamente às conversações diplomáticas destinadas a pôr termo à guerra, desencadeada pela invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, o exército de Moscovo continua a bombardear cidades e aldeias ucranianas.

A capital Kiev foi alvo durante a noite de um ataque em grande escala de ‘drones’, segundo as autoridades locais.

Na sequência do ataque, Zelensky pediu novamente “mais sistemas de defesa aérea e um verdadeiro apoio” por parte do Ocidente.

Três pessoas morreram, incluindo um pai e a filha, e 10 ficaram feridas, entre as quais um bebé com menos de um ano, segundo a administração militar de Kiev.

Vários bairros de Kiev foram alvo de ataques, que atingiram sobretudo blocos de apartamentos e provocaram grandes incêndios, de acordo com imagens publicadas nas redes sociais.

A administração da região de Kiev informou que duas pessoas ficaram feridas em Bucha, perto da capital.

Duas outras pessoas ficaram igualmente feridas em Kherson, no sul, segundo o chefe local, Roman Mrotchko.

“O terror sistemático e deliberado da Rússia contra civis contradiz as suas próprias declarações sobre a paz e mina os esforços de paz dos Estados Unidos e de outros parceiros”, denunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andrii Sybiga.

Em resposta aos bombardeamentos russos, a Ucrânia está a tentar perturbar a logística das forças de Moscovo, atacando alvos militares ou energéticos diretamente em solo russo.

O Ministério da Defesa russo afirmou ter repelido 59 ‘drones’ ucranianos durante a noite.

Na região sul de Rostov, um homem morreu num ataque de ‘drones’ ao carro que conduzia, de acordo com o governador regional russo, Yuri Sliusar.

No terreno, onde está a fazer progressos contra um exército ucraniano em dificuldades, o exército russo disse no domingo que tinha retomado a cidade de Sribne, no leste da Ucrânia.

As informações sobre o curso da guerra divulgadas pelas duas partes não podem ser confirmadas de imediato de forma independente.

O Papa Francisco disse, hoje, estar triste com os novos ataques israelitas em Gaza e pediu que as armas sejam silenciadas de “imediato”, e que se chegue a “um cessar-fogo definitivo”. As declarações foram feitas após a oração do Angelus.

“Entristece-me o recomeço dos pesados bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza, com muitos mortos e feridos. Apelo para o cessar imediato das armas e à coragem de retomar o diálogo, à libertação de todos os reféns e a um cessar-fogo definitivo”, disse o pontífice~, citado por Lusa.

“A situação humanitária na Faixa de Gaza é, mais uma vez, muito grave e exige o empenhamento urgente das partes beligerantes e da comunidade internacional”, acrescentou Francisco, de 88 anos, que deixou hoje o hospital Gemelli, em Roma, após 38 dias de internamento devido a graves problemas respiratórios.

O Papa manifestou ainda a sua satisfação por “a Arménia e o Azerbaijão terem chegado a um acordo sobre o texto final do Acordo de Paz”.

Jorge Mario Bergoglio pediu ainda aos fieis que rezassem “pelo fim das guerras e pela paz, especialmente na atormentada Ucrânia, na Palestina, em Israel, no Líbano, em Myanmar, no Sudão e na República Democrática do Congo”.

Depois de recordar a atenção que recebeu durante o internamento, concluiu a sua mensagem com uma palavra de agradecimento.

“Com tanta paciência e perseverança continuais a rezar por mim: muito obrigado. Eu também rezo por vós. E juntos rezamos pelo fim das guerras e pela paz”, disse.

O Papa Francisco teve hoje alta, deixando o Hospital Gemeli, em Roma, depois de 38 dias de internamento.

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