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Centenas de crianças separadas das suas famílias fogem para o campo de Tawila, no Sudão, em meio à violência no Darfur Ocidental. O Conselho Norueguês para os Refugiados aponta para mais de 400 menores que chegaram ao campo no mês passado.

O campo de refugiados de Tawila, no Sudão, tornou-se uma tábua de salvação para centenas de crianças separadas das suas famílias enquanto fogem da escalada da violência no Darfur Ocidental. 

Segundo o Conselho Norueguês para os Refugiados, mais de 400 menores chegaram ao campo apenas no último mês.

De acordo com autoridades citadas pela imprensa internacional, a situação continua crítica, pois crianças  cuidam de outras crianças porque os pais desapareceram, porque os pais foram detidos. 

O aumento do deslocamento segue uma ofensiva brutal em El-Fasher, onde as Forças de Apoio Rápido deixaram centenas de mortos no que tinha sido a última grande fortaleza do exército sudanês em Darfur. 

O conflito entre as  Forças de Apoio Rápido e os militares tem-se desenrolado desde 2023, devastando comunidades e empurrando civis para campos já sobrelotados como Tawila, onde  os trabalhadores humanitários dizem estar a realizar trabalho crítico e salvar vidas.

Muitas crianças chegaram ao campo acompanhadas por familiares, vizinhos ou até estranhos que se recusaram a abandoná-las no deserto ou no devastado El-Fasher.

O Presidente da Guiné-Bissau deposto no golpe militar de quarta-feira, Umaro Sissoco Embaló, viajou para o Congo, depois de ter procurado inicialmente refúgio no Senegal, noticia a imprensa internacional.

Vários órgãos de comunicação social estão a noticiar que o presidente deposto na Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, já se encontra no Congo, tendo chegado à capital do país, Brazzaville, na noite de sexta-feira.

Umaro Sissoco Embaló rumou ao Congo, a bordo de um avião fretado pela presidência congolesa, segundo escreveu sábado a Jeune Afrique. A publicação recorda que Sissoco Embaló havia inicialmente buscado refúgio em Dakar, no Senegal, depois de os militares terem tomado o poder em Bissau, na quarta-feira. 

A Jeune Afrique divulgou neste domingo um artigo em que o próprio Umaro Sissoco Embaló confirmava à publicação que tinha sido deposto e detido pelos militares. Neste sábado, a mesma publicação dá conta de que apurou “junto a uma fonte confiável próxima do Presidente deposto” que Embaló “deixou Dakar, Senegal, rumo ao Congo”.

A mesma informação está a ser veiculada pela SeneNews, uma publicação senegalesa, que cita o Confidentiel Afrique, um jornal digital pan-africano. O jornal escreve que “após orquestrar um golpe de Estado e negociar com alguns oficiais militares próximos, incluindo o General Horta Inta-A, o novo homem em Bissau, pouco antes do tão aguardado anúncio dos resultados das eleições gerais de 23 de Novembro, o Presidente deposto buscou refúgio na capital senegalesa na última quinta-feira”.

Entretanto, segundo o artigo, Embaló já foi para o Congo, a pedido do próprio, que terá insistido “deixar Dakar após uma noite turbulenta”. O jornal escreve que “as declarações contundentes do Primeiro-Ministro, Ousmane Sonko, perante o Parlamento senegalês, na sexta-feira, a respeito da situação política na Guiné-Bissau, que ele descreveu como ‘esquemas clandestinos’, apenas agravaram o cenário”.

Lê-se ainda que Embaló terá pedido ao Presidente congolês para o retirar do Senegal, onde estaria a enfrentar “forte pressão de todos os lados”, e informado o Presidente senegalês, Bassirou Diomaye Faye, da decisão de sair do Senegal.

 

Governo de Transição

O Governo de transição da Guiné-Bissau nomeado este sábado integra seis militares titulares das pastas relacionadas com a Defesa, Ordem Pública e Saúde, segundo o decreto presidencial, a que a Lusa teve acesso.

Por decisão do Presidente da República de Transição, o general Horta Inta-A, entram para o Governo Mamasaliu Embalo, como ministro do Interior e Ordem Interna, Steve Lassana Mansaly, ministro da Defesa Nacional, Quinhin Nantote, ministro da Saúde, Salvador Soares, secretário de Estado da Ordem Pública e Carlos Mandungal, secretário de Estado dos Combatentes. 

O novo ministro do Interior, Mamasaliu Embalo, era até aqui comandante do batalhão dos Comandos, Lassana Mansaly inspector-geral do Ministério da Defesa, Quinhin Nantote, director da Medicina Militar.

 

Líder da oposição continua detido e incontactável

O líder do maior partido da Guiné-Bissau, PAIGC, Domingos Simões Pereira, continua detido pelos militares que tomaram o poder, na quarta-feira, 26.

Temendo o pior, familiares, amigos e colegas do partido continuam sem informações sobre o paradeiro e o estado de saúde de Domingos Simões Pereira e outros membros da direcção do PAIGC. A família fez um apelo público à intervenção da comunidade internacional.

As eleições decorreram sem incidentes, mas realizaram-se sem o principal partido da oposição, o PAIGC, e sem o seu candidato, Domingos Simões Pereira, excluídos da corrida e que tinham declarado apoio ao candidato opositor Fernando Dias da Costa, líder de uma das alas do PRS, o Partido de Renovação Social, que se tinha dividido em dois blocos, um que continua fiel a Dias e outro que apoia o Presidente cessante, Umaro Sissoco Embaló.

Simões Pereira foi detido, entretanto, a oposição denuncia a tomada de poder pelos militares como uma manobra para impedir a divulgação dos resultados eleitorais. Fernando Dias reclamou vitória na primeira volta sobre Embaló, um dia depois das eleições.

A divulgação oficial dos resultados estava marcada para quinta-feira, 27 de Novembro, e um dia antes os militares tomaram o poder e anunciaram que o Presidente tinha sido deposto e detido.

Sábado, o PAIGC denunciou que um grupo de homens armados e encapuçados invadiu a sua sede em Bissau, agredindo dirigentes e colaboradores. Segundo relatos, a situação representa uma “séria ameaça” à integridade física dos seus membros e constitui “um atentado à estabilidade, à democracia e ao Estado de Direito”.

A delegação da CEDEAO, cuja chegada a Bissau estava prevista para este sábado, adiou a deslocação para hoje, segunda-feira. O país aguarda a chegada da missão de alto nível ao país, composta pelos Presidentes do Senegal, Cabo Verde e Serra Leoa e Togo, para encontrarem uma solução para a crise política que se vive no país.

Centenas de crianças separadas das suas famílias fogem para o campo de Tawila, no Sudão, em meio à violência no Darfur Ocidental. O Conselho Norueguês para os Refugiados aponta para mais de 400 menores que chegaram ao campo no mês passado.

O campo de refugiados de Tawila, no Sudão, tornou-se uma tábua de salvação para centenas de crianças separadas das suas famílias enquanto fogem da escalada da violência no Darfur Ocidental. 

Segundo o Conselho Norueguês para os Refugiados, mais de 400 menores chegaram ao campo apenas no último mês.

De acordo com autoridades citadas pela imprensa internacional, a situação continua crítica, pois crianças  cuidam de outras crianças porque os pais desapareceram, porque os pais foram detidos. 

O aumento do deslocamento segue uma ofensiva brutal em El-Fasher, onde as Forças de Apoio Rápido deixaram centenas de mortos no que tinha sido a última grande fortaleza do exército sudanês em Darfur. 

O conflito entre as  Forças de Apoio Rápido e os militares tem-se desenrolado desde 2023, devastando comunidades e empurrando civis para campos já sobrelotados como Tawila, onde  os trabalhadores humanitários dizem estar a realizar trabalho crítico e salvar vidas.

Muitas crianças chegaram ao campo acompanhadas por familiares, vizinhos ou até estranhos que se recusaram a abandoná-las no deserto ou no devastado El-Fasher.

O Presidente de Transição da Guiné-Bissau, general Horta Inta-A, nomeou um Governo composto por 23 ministros e cinco secretários de Estado, entre eles seis militares que assumem áreas-chave como Interior, Defesa, Saúde, Ordem Pública e Combatentes.

Vários membros do executivo anterior foram mantidos, incluindo titulares das pastas da Justiça, Obras Públicas e Cooperação Internacional. O novo ministro dos Negócios Estrangeiros é João Bernardo Vieira, antigo candidato presidencial apoiado por dissidentes do PAIGC.

O Governo integra seis mulheres em ministérios como Desporto e Cultura, Mulher e Solidariedade Social, Turismo e Artesanato, Administração Pública, Pescas e Cooperação Internacional.

A nova equipa foi empossada pelos militares que assumiram o poder a 26 de novembro, destituindo Umaro Sissoco Embaló e suspendendo a divulgação dos resultados das eleições de 23 de novembro. O general Horta Inta-A fixou um período de transição de até um ano e nomeou Ilídio Vieira Té como primeiro-ministro e ministro das Finanças.

A oposição denuncia a intervenção militar como uma forma de travar a divulgação dos resultados eleitorais, num pleito em que o PAIGC e o seu líder, Domingos Simões Pereira, foram excluídos.

O Presidente deposto da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, está, desde hoje, exilado no Senegal. A sua retirada foi negociada e facilitada pelo governo senegalês e os militares indicaram Ilídio Vieira Té, director de campanha de Sissoko para primeiro-Ministro e ministro das Finanças. Quem continua detido é o Presidente da Assembleia Nacional e do PAIGC Domingos Simões Pereira.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, CEDEAO, da qual faz parte o Guiné-Bissau realizou esta quinta-feira uma cimeira extraordinária virtual para discutir a situação do país membros. E uma das decisões foi negociar com os militares a soltura do presidente deposto Umaro Sissoko Embaló e a consequente autorização para que fosse ao exílio.

Na manhã desta Sexta-feira, o Senegal conseguiu a sua soltura e enviou uma aeronave fretada que retirou Embaló de Bissau e que neste momento encontra são e salvo em Dakar, segundo uma nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Senegal.

O Governo de transição escolheu o diretor de campanha e ex-ministro das Finanças do Governo de Sissoco como primeiro-ministro e ministro das Finanças. Ilídio Vieira Té era homem de confiança do Presidente cessante.

O CEDEAO adotou, durante a cimeira, a firme condenação da tentativa de tomada do poder pela força, o apelo à restauração da ordem constitucional e à libertação imediata do Presidente Umaro Sissoco Embaló e de todos os detidos.

“Os chefes de Estado decidiram ainda criar um pequeno comité de mediação, do qual o Senegal é membro, que se deslocará em breve a Bissau para acompanhar a implementação destas medidas”, pode ler-se na nota da diplomacia senegalesa.

O Senegal sublinhou ainda que desde o início da crise tem mantido uma comunicação direta com todos os intervenientes relevantes na Guiné-Bissau, em discussões centradas na libertação de Embaló e de alguns dos seus acompanhantes, bem como de todas as outras figuras políticas detidas.

As conversações têm sido focadas também na reabertura das fronteiras para facilitar a retirada de pessoas, incluindo membros das diversas missões de observação eleitoral.

Continua detido e em parte incerta Domingos Simões Pereira, Presidente do parlamento dissolvido por Embaló há um ano, e impedido de concorrer ao escrutínio juntamente com o partigo que dirige o PAIGC.

Os Estados Unidos anunciaram a exclusão da África do Sul do G20 em 2026 e a suspensão de toda a ajuda ao país. A decisão, comunicada por Donald Trump, gerou forte reacção do Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, que acusa Washington de agir com base em informações falsas.

Trump alega que Pretória se recusou a entregar a presidência rotativa do grupo a um representante norte-americano depois da cúpula de Joanesburgo, encontro do qual os Estados Unidos decidiram não participar.

O líder norte-americano invocou ainda alegações de perseguição e desapropriação de agricultores africânderes brancos como um dos motivos da decisão, acusações que o governo sul-africano classifica como infundadas e distorcidas.

O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa considerou as declarações de Trump “lamentáveis” e baseadas em “informações falsas”, garantindo que a transição da presidência do G20 foi feita de forma oficial para um funcionário norte-americano, apesar da ausência dos EUA na cúpula. 

Ramaphosa destacou que a África do Sul continuará a defender o multilateralismo e a participar activamente no grupo.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) suspendeu a adesão da Guiné-Bissau horas depois de um general do exército ter tomado posse como presidente do país.

A decisão foi tomada em uma sessão virtual do Conselho de Mediação e Segurança (CMS) da CEDEAO, presidida pelo presidente de Serra Leoa, Julius Maada Bio, na noite de quinta-feira.

A reunião, segundo a imprensa internacional, contou com a presença de líderes de Cabo Verde, Gana, Libéria, Nigéria, Senegal e Benim, entre outros.

O texto condena a tomada do poder pelos militares como um “aborto ilegal do processo democrático” que busca subverter a vontade popular.

O golpe ocorreu enquanto a Guiné-Bissau contabilizava os votos após uma eleição presidencial decisiva.

A África Ocidental tem sido abalada por golpes de Estado cometidos por oficiais do exército, com pelo menos seis tentativas desde 2020.

A polícia federal norte-americana (FBI) anunciou ontem que está a investigar como um “acto de terrorismo” o ataque ocorrido na quarta-feira perto da Casa Branca, em Washington, no qual dois militares da Guarda Nacional foram baleados.

“Trata-se de uma investigação em curso por acto de terrorismo”, afirmou o chefe do FBI, Kash Patel, numa conferência de imprensa.

As autoridades norte-americanas já identificaram o suspeito do ataque: um cidadão afegão de 29 anos que colaborou com as forças armadas norte-americanas e a Agência Central de Informações (CIA) no Afeganistão, que foi posteriormente transferido para os Estados Unidos.

O ataque ocorre num contexto de elevada tensão política em torno da presença militar na capital federal norte-americana.

As investigações prosseguem, não havendo até ao momento indícios de potenciais cúmplices.

O FBI e a presidente da câmara de Washington, Muriel Bowser, informaram que os militares foram hospitalizados em estado crítico, tendo sido submetidos a cirurgia, enquanto o suspeito, também ferido por disparos, permanece em custódia.

A Procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, afirmou que as acusações dependerão do prognóstico das vítimas e admitiu a possibilidade de ser pedida a pena de morte, descrevendo o agressor como um “monstro”.

O suspeito, identificado como Rahmanullah Lakanwal, entrou nos Estados Unidos em 2021 ao abrigo da Operação Allies Welcome, programa de retirada de afegãos que colaboraram com as forças internacionais após a saída das tropas norte-americanas do Afeganistão, e residia no estado de Washington com a família.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, classificou o tiroteio como “um crime contra toda a nação” e apelou à reabertura dos processos de todos os refugiados afegãos admitidos durante a administração anterior, liderada pelo democrata Joe Biden.

Na sequência do ataque, o Governo ordenou o envio de mais 500 membros da Guarda Nacional para Washington, elevando para cerca de 2.200 o número de militares destacados na cidade.

Pelo menos 75 pessoas morreram na sequência do incêndio que atingiu edifícios habitacionais em Hong Kong na noite de quarta-feira, segundo um novo balanço anunciado pelo porta-voz do Governo daquela região administrativa especial (RAEHK).

Até ao princípio da noite desta quinta-feira, 75 pessoas tinham morrido no incêndio de Hong Kong, declarou à agência France-Presse um porta-voz do Governo da região, acrescentando que os bombeiros tinham tratado até então 76 feridos, 11 deles bombeiros.

Num balanço anterior, o porta-voz do corpo de bombeiros de Hong Kong disse que 51 pessoas foram encontradas já sem vida no local, enquanto outras quatro foram declaradas mortas no hospital.

Ainda esta quinta-feira o Governo de Hong Kong criou um fundo com 300 milhões de dólares locais para as vítimas do incêndio mais mortífero na cidade em mais de um século.

Numa conferência de imprensa, adiada por duas vezes, o chefe do executivo, John Lee Ka-chiu, disse que o fundo, criado no banco estatal Banco da China, começará a aceitar donativos a partir desta quinta-feira.

Na mesma ocasião, John Lee anunciou ainda que o Governo começou a distribuir 10 mil dólares de Hong Kong (cerca de 85 mil meticais) a cada família afectada pelo incêndio no complexo de habitação social Wang Fuk Court.

John Lee disse que os mais de 700 bombeiros envolvidos na operação já conseguiram controlar as chamas nas sete torres atingidas pelo incêndio, que deflagrou na quarta-feira à noite.

Este é já o incêndio mais mortífero desde 1918, quando Hong Kong ainda era uma colónia britânica. Nesse ano, um incêndio causou o colapso da bancada principal do hipódromo de Happy Valley, causando mais de 600 mortos.

A polícia deteve três homens por suspeita de homicídio involuntário, após a descoberta de materiais inflamáveis deixados durante trabalhos de manutenção que levaram o fogo a propagar-se rapidamente pelos andares de bambu.

A Comissão Independente Contra a Corrupção de Hong Kong criou “um grupo de trabalho para iniciar uma investigação completa sobre a possível corrupção no grande projecto de renovação do Wang Fuk Court em Tai Po”.

O incêndio levou a que 900 residentes do Wang Fuk Court fossem realojados em abrigos temporários, assim como os habitantes do vizinho Kwong Fuk Estate, retirados pelas autoridades por precaução.

John Lee disse que o Departamento de Assuntos Internos e da Juventude reservou mil apartamentos em pousadas da juventude e hotéis, onde os residentes afectados poderão ficar por um período máximo de duas semanas.

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