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O presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu esta quinta-feira, em Abidjan (Costa do Marfim), que África deve ter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU e uma representação justa nas instituições financeiras internacionais. Costa alertou que, sem reformas, aumentará a frustração global e diminuirá a legitimidade das instituições internacionais.

Ao receber o Prémio da Paz Félix Houphouet-Boigny da UNESCO, Costa sublinhou a importância de uma parceria sólida entre África e Europa e apelou à promoção conjunta dos valores da paz, dos direitos humanos e da justiça.

Criticou ainda as violações de direitos humanos em Gaza, a agressão armada na Ucrânia e os conflitos no Sudão e na República Democrática do Congo, defendendo o diálogo e soluções duradouras para a paz.

Durante a cerimónia, anunciou a doação de 150 mil dólares ao Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, em apoio ao trabalho desenvolvido com pessoas deslocadas e refugiadas em todo o mundo.

O sentimento na África do Sul antes do encontro de seu líder com o presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca, na quarta-feira, era de medo e apreensão. “Na boca do inferno de Trump” foi como uma manchete de jornal descreveu sua missão, mas Ramaphosa diz que a reunião não foi dramática. 

Segundo a AP News,   os sul-africanos estavam preocupados que o presidente Cyril Ramaphosa estivesse se expondo ao mesmo tipo de agressão pública que Trump e o vice-presidente JD Vance aplicaram ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, diante da mídia mundial, há três meses.

No entanto, depois de ser confrontado por Trump com alegações de assassinatos generalizados de fazendeiros brancos, na África do Sul, Ramaphosa disse acreditar que a reunião no Salão Oval não foi tão dramática.

“Vocês queriam ver drama e que algo grandioso acontecesse”, disse Ramaphosa aos repórteres depois. “Sinto muito por  vos termos decepcionado um pouco.”

Ramaphosa é conhecido em seu país de origem como um político calmo e comedido, que raramente é emotivo. Destacou-se em algumas das negociações políticas mais difíceis e de alto nível que seu país já enfrentou. 

Ramaphosa foi o principal negociador do Partido do Congresso Nacional Africano, durante as negociações no início da década de 1990 que puseram fim ao sistema de Apartheid, governado pela minoria branca, que impôs a segregação racial aos sul-africanos por quase meio século.

Ramaphosa procurou o encontro com Trump em uma tentativa de corrigir o que disse serem interpretações errôneas da África do Sul pelos EUA, e para negociar novos acordos comerciais.

Segundo a AP News, muitos sul-africanos não queriam que ele fosse à sede de um governo que fez alegações sérias e falsas contra seu país, incluindo a de que o governo de Ramaphosa está a permitir que fazendeiros brancos sejam rotineiramente mortos. 

O porta-voz de Ramaphosa disse que o vídeo, os recortes de jornal de assassinatos em fazendas, produzidas por Trump, e o confronto geral no Salão Oval criaram “um show orquestrado para as câmeras”, e o verdadeiro assunto foi a reunião a portas fechadas que se seguiu.

Ramaphosa disse que ficou satisfeito após a reunião e listou o que considerou sucessos para levar para casa.

O Presidente sul-africano disse acreditar ter persuadido Trump a participar da cúpula do G20 na África do Sul, em Novembro, após o Governo Trump anunciar que boicotaria a reunião. A África do Sul entregará a presidência rotativa do G20 aos EUA no próximo ano. 

Ramaphosa disse acreditar ter começado a mudar a opinião de Trump sobre a África do Sul, embora tenha admitido que isso provavelmente seria “um processo”.

Cyril Ramaphosa disse que as negociações começaram em diversas áreas de comércio e cooperação. E também disse que a delegação sul-africana recebeu lembranças para marcar sua visita à Casa Branca, e que os dois trocaram presentes. Eles deram um livro um ao outro.

“Então isso foi bom”, disse Ramaphosa.

O presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, conversam com a imprensa numa reunião no Salão Oval, no quadro da visita presidencial do estadista sul-africano. Trump acusou África do Sul de genocídio, que fez com que fazendeiros brancos fugissem da África do Sul, mas Ramaphosa negou qualquer perseguição a sul-africanos.

O encontro acalorado de quarta-feira marca o mais recente de uma série de encontros excepcionalmente tensos no Salão Oval com líderes estrangeiros.

O que começou como um primeiro encontro amigável entre o presidente Donald Trump e o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa rapidamente se desfez depois que um repórter questionou Trump sobre a decisão dos EUA de admitir dezenas de sul-africanos brancos como refugiados.

Trump alegou que houve um genocídio contra pessoas brancas na África do Sul.

“Nós temos muitas pessoas que acham que estão sendo perseguidas e que estão a vir para os Estados Unidos. Então, nós levamos eles de muitos lugares, e sentimos que há perseguição ou genocídio acontecendo, e nós tivemos muitas pessoas. Eu devo dizer, Sr. Presidente, nós tivemos um número tremendo de pessoas, especialmente desde que eles viram isso. Geralmente, eles são agricultores brancos, e eles estão a fugir da África do Sul, e é uma coisa muito triste de ver”, disse o Presidente norte americano. 

Trump fez uma pausa para exibir uma montagem de clipes numa televisão na sala que, segundo disse, corroboravam suas alegações.

“Temos milhares de histórias que falam sobre isso. Temos documentários, histórias de notícias. E Natalie está aqui? Alguém está aqui para mudar isso? Eu posso te mostrar algumas coisas. Tem que ser respondido. Deixe-me ver os artigos, por favor, se puder. Desculpe-me, desligue as luzes. Desligue as luzes. E coloque isso aqui, está bem atrás de você”.

Ramaphosa respondeu à montagem, que incluía vídeos de pessoas que falavam em cortes de gargantas e atirar em pessoas brancas, afirmando que: “Isso levará o Presidente Trump a ouvir as vozes dos sul-africanos, alguns deles são os seus bons amigos, como aqueles que estão aqui. Eu não vou repetir o que eu disse. Eu diria que se houvesse um genocídio africano contra fazendeiros, eu posso convencê-lo, esses três senhores não estariam aqui, incluindo o meu Ministro da Agricultura. Ele não estaria comigo. Então, isso levará o Presidente Trump a ouvir as suas histórias, as suas perspectivas. Essa é a resposta para a sua pergunta”.

Recorde-se que Donald Trump e seu aliado próximo, Elon Musk, nascido na África do Sul, disseram anteriormente que há um genocídio de fazendeiros brancos na África do Sul, para justificar a chegada de 59 fazendeiros refugiados naquele país.

Durante o encontro entre Trump e Ramaphosa foram discutidos assuntos relacionados com economia, agricultura, criminalidade e outros, com o presidente sul-africano a convidar o presidente norte-americano a participar da reunião do G-20, marcado para este ano em Pretória.

Pelo menos 85 civis morreram vítimas de ataques israelitas esta terça-feira na faixa de Gaza, segundo informações da Proteção Civil do território palestiniano. A escalada dos ataques continua a dificultar o acesso à ajuda humanitária, uma situação a qual o Papa Leão XIV apela maior cooperação. 

Entre os ataques mais letais, destacam-se dois bombardeamentos no norte de Gaza que atingiram uma casa de família e uma escola transformada em abrigo para deslocados, resultando na morte de 22 pessoas, mais da metade das quais mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Outros ataques em Deir al-Balah, no centro da Faixa, e no campo de refugiados de Nuseirat, causaram 13 e 15 mortes, respetivamente. Em Khan Younis, dois ataques mataram 10 pessoas. 

O exército israelita afirmou que os alvos eram centros de comando do Hamas e que alertou os civis com antecedência. Israel justificou os ataques alegando que o Hamas opera em áreas densamente povoadas, o que, segundo Telavive, contribui para as mortes de civis. 

A situação na Faixa de Gaza permanece crítica, com a população a enfrentar escassez de alimentos, água potável e cuidados médicos, agravada pelo bloqueio imposto por Israel e pela contínua ofensiva militar, o que deixa mais de 2 milhões de pessoas a enfrentar fome.

Esta quarta-feira, o Papa Leão XIV apelou à maior colaboração das partes para permitir o acesso à ajuda humanitária, com vista a aliviar a vida da população. 

O Papa Leão XIV falava na Praça de São Pedro, no Vaticano, onde presidiu a sua primeira Audiência Geral. O evento contou com a presença de aproximadamente 40 mil fieis e peregrinos de diversas partes do mundo.

O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, vai à Casa Branca, na quarta-feira, em uma missão para persuadir o presidente dos EUA, Donald Trump, a fazer acordos com seu país, em vez de o repreender, como tem feito desde o início de seu segundo mandato. 

Ao atacar a lei de reforma agrária da África do Sul, que visa reparar as injustiças do apartheid e seu processo judicial de genocídio contra Israel, Trump cancelou a ajuda ao país, expulsou seu embaixador e ofereceu refúgio à minoria branca africâner com base em alegações de discriminação racial que Pretória diz serem infundadas.

“A visita se concentrará especificamente na reformulação das relações bilaterais, econômicas e comerciais”, disse o gabinete de Ramaphosa, citado por Reuters.

Os Estados Unidos são seu segundo maior parceiro comercial da África do Sul, depois da China, e o corte na ajuda já resultou em uma queda nos testes para pacientes com HIV, sendo mulheres grávidas, jovens e bebês os mais afectados.

“Gostemos ou não, estamos unidos e precisamos conversar com eles”, disse Ramaphosa na televisão estatal sul-africana antes de voar para Washington.

Segundo a Reuters, o Presidente sul-africano vai oferecer à Trump um amplo acordo comercial, e planeja discutir oportunidades de negócios para a Tesla e a Starlink, empresas de propriedade do aliado bilionário de Trump, Elon Musk.

Segundo a lei sul-africana, empresas acima de um determinado porte devem ter 30% de participação acionária detida por grupos desfavorecidos, incluindo sul-africanos negros. Alternativamente, as empresas podem investir um valor equivalente em treinamento ou outras iniciativas.

Qualquer mudança nas leis pode ser uma batalha difícil para Ramaphosa, já que elas são vistas como alinhadas aos princípios de restauração da justiça racial pelos quais seu partido lutou.

As discussões podem incluir tarifas favoráveis ​​para as importações da Tesla na África do Sul em troca da construção de estações de carregamento de veículos elétricos e licenciamento para a Starlink, disse o porta-voz de Ramaphosa.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reiterou que o seu país está pronto para um cessar-fogo total e para negociações directas com Moscovo. Zelensky defendeu ainda sanções sobre a Rússia, de forma a pressionar o país para uma “paz efectiva”. As declarações surgem em reação ao telefonema de segunda-feira entre o presidente norte-americano, Donald Trump, e o homólogo russo, Vladimir Putin.

“Se os russos não estão dispostos a pôr fim às mortes, devem ser aplicadas sanções mais severas. A pressão sobre a Rússia irá empurrá-la para uma paz efectiva”, defendeu Volodymyr Zelensky, acrescentando que “se Putin apresentar exigências irrealistas, isso significará que a Rússia continua a arrastar a guerra e merece que a Europa, a América e o mundo actuem em conformidade, incluindo com mais sanções”.

Zelensky rejeitou ainda as exigências russas para que a Ucrânia retire as suas tropas das regiões de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhia, que Moscovo afirma ter anexado mas que ainda não controla totalmente.

“Ninguém vai retirar as nossas tropas dos nossos territórios, afirmou o líder ucraniano aos jornalistas.

Por fim, Zelensky instou os Estados Unidos a não se “afastarem das conversações e da procura da paz”, já que “o único que beneficiaria com isso seria Putin”.

O Presidente angolano, João Lourenço, felicitou, ontem, Luís Montenegro, pela vitória do seu partido nas eleições legislativas, realizadas em Portugal, no domingo, considerando que vai permitir novas perspectivas sobre a cooperação bilateral.

Na sua mensagem de felicitações partilhada na conta de Facebook da presidência angolana, João Lourenço destacou a importância da continuidade de Luís Montenegro à frente do Governo português para o fortalecimento das relações bilaterais, que permitirá “no quadro do estreitamento dos laços de amizade que unem Angola e Portugal, delinear novas perspectivas sobre a cooperação bilateral.”

O Presidente angolano concluiu a mensagem augurando a Montenegro “muitos êxitos” no desempenho das suas funções.

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, garantiu que a Rússia e a Ucrânia vão começar imediatamente negociações para um cessar-fogo para acabar com a guerra. Donald Trump afirmou que a chamada de duas horas com o homólogo russo correu muito bem.

“Acabei de terminar a minha chamada de duas horas com o presidente Vladimir Putin, da Rússia. Penso que correu muito bem. A Rússia e a Ucrânia vão começar imediatamente negociações para um cessar-fogo para acabar com a guerra. As condições para isso serão negociadas entre as duas partes, como só pode ser, porque elas conhecem pormenores da negociação que mais ninguém conhece”, revelou Trump na sua rede social, a Truth Social.

O norte-americano afirmou que o “tom e o espírito da conversa foram excelentes”, mas garantiu que só fará “comércio de grande escala” com a Rússia quando o “catastrófico banho de sangue terminar”.

Trump disse também já ter informado Zelensky e os líderes europeus de que as negociações para o cessar-fogo vão começar imediatamente.

O ex-presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, foi diagnosticado com câncer de próstata, de acordo com um comunicado de seu gabinete. O homem de 82 anos procurou atendimento médico após apresentar sintomas que levaram à descoberta de um nódulo na próstata.

Exames confirmaram a presença de câncer na sexta-feira, e novos exames revelaram que ele já havia se espalhado para os ossos. Os médicos descrevem o câncer como agressivo, com um escore de Gleason de 9, próximo ao topo da escala usada para medir a gravidade.

Apesar de sua disseminação, o câncer é sensível a hormônios, um factor que abre caminho para opções de tratamento que podem ajudar a controlar a doença, mas não curá-la. O câncer de próstata com metástase é significativamente mais difícil de tratar do que quando localizado. No entanto, a terapia hormonal pode retardar a progressão e melhorar a qualidade de vida. Especialistas afirmam que homens nessa situação geralmente são tratados com medicamentos, em vez de cirurgia ou radioterapia.

A saúde de Biden tem sido um tema de preocupação pública há muito tempo, especialmente durante os últimos anos de sua presidência. Embora ele tenha lutado contra um câncer de pele e tenha removido um pólipo pré-canceroso durante seu mandato, este diagnóstico marca seu maior desafio de saúde até o momento.

Biden fez da pesquisa do câncer uma pedra angular de seu legado político — principalmente por meio da iniciativa “Cancer Moonshot”, inspirada em parte pela morte de seu filho Beau, vítima de câncer no cérebro em 2015.

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