O País – A verdade como notícia

O Egipto negou, nesta quarta-feira, ter chegado a qualquer acordo com Israel para abrir a passagem fronteiriça de Rafah apenas para a saída de palestinianos de Gaza, insistindo que o movimento de pessoas deve ser bidireccional.

Num comunicado divulgado pelos meios de comunicação estatais, um responsável egípcio afirmou que a passagem “só será aberta nos dois sentidos, para entrada e saída da Faixa de Gaza”, afastando a possibilidade de um funcionamento limitado, de acordo com o que estava estabelecido no plano de paz do Presidente norte-americano, Donald Trump.

O impasse surge no contexto do cessar-fogo apoiado pelos Estados Unidos, que prevê a abertura de Rafah para evacuações médicas e deslocações essenciais. A Organização Mundial de Saúde estima que mais de 16 500 pessoas doentes ou feridas necessitam de sair de Gaza para receber cuidados. Israel tinha indicado que c omeçaria a permitir a saída de palestinianos pela passagem de Rafah, mas pretendia mantê-la fechada a entradas, condição que o Egipto rejeitou.

O ministro da Defesa da Nigéria, Badaru Abubakar, renunciou ao cargo no meio de uma crise de segurança no país, após uma série de sequestros em massa recentes, anunciou o gabinete presidencial.

Num comunicado divulgado na noite de segunda-feira à noite, Bayo Onanuga, porta-voz do Presidente nigeriano, Bola Ahmed Tinubu, explicou que Abubakar “renunciou ao cargo com efeito imediato”.

“Em uma carta datada de 1 de Dezembro, enviada ao presidente Bola Tinubu, Abubakar informou que renunciava por motivos de saúde”, afirmou Onanuga, esclarecendo que o Presidente “aceitou a renúncia” e agradeceu “pelos serviços prestados à nação”. 

O Presidente nigeriano deverá informar o Senado (a câmara alta do Parlamento) ainda esta semana sobre o sucessor de Badaru Abubakar, de 63 anos, que ocupava a pasta da Defesa desde Agosto de 2023. “A renúncia ocorre no meio da declaração de estado de emergência nacional pelo presidente Tinubu, cujo alcance será detalhado oportunamente”, acrescentou o porta-voz. 

O Presidente declarou o estado de emergência em 26 de Novembro devido à onda de sequestros em massa que abalou o país, o mais populoso da África (quase 230 milhões de habitantes), nas últimas semanas.

O sequestro com mais impacte ocorreu no dia 21 de Novembro, quando 303 estudantes e 12 professores foram sequestrados por homens armados na Escola Secundária Católica de Santa Maria, no estado de Níger (região centro-oeste). 

Cinquenta estudantes conseguiram escapar posteriormente.

A Guiné-Bissau, agora dirigida por militares, pode deixar a presidência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). A organização está a preparar uma cimeira extraordinária para resolver a questão.

A investigadora guineense Antonieta Rosa Gomes defende que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) deve accionar imediatamente os mecanismos determinados pelos seus estatutos face à violação da ordem constitucional na Guiné-Bissau, país que detém a presidência rotativa da organização no período de 2025-2027.

“Os outros Estados devem proceder a consulta e depois saber qual é a posição que devem tomar para a reposição da ordem constitucional. Eu acho que este mecanismo deve ser imediatamente, num primeiro momento, acionado pela CPLP”, disse em entrevista à DW.

Antonieta Gomes, a primeira e única mulher a concorrer às eleições presidenciais na Guiné-Bissau, por três vezes, também refere que qualquer posição do Conselho de Ministros da organização “tem de ser consensual” e imediata relativamente ao que está a acontecer no país membro, para “ajudar à reposição da Constituição e ver, dentro do quadro das diligências entre os líderes (da CPLP), qual a posição relativamente a esta questão” que considera “urgente”.

Rosa Gomes, que antes assumiu o cargo de ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional, lamenta a violação dos princípios democráticos no seu país natal, que põe em causa a escolha dos guineenses, nas eleições gerais de 23 de Novembro.

“Como pioneira da democracia na Guiné-Bissau, eu lamento este estado de coisas porque a acontecer esta situação, naturalmente, vai contra os princípios da democracia. Tudo o que queríamos depois das primeiras eleições de 1994 é que já estivéssemos na fase de consolidação da democracia. Mas agora parece que estamos sempre no retrocesso”, disse à DW.

Estatutos da CPLP são claros

O activista guineense Yussef, um dos jovens que protestaram na semana passada frente à sede da CPLP contra o golpe de Estado militar, lembra que os estatutos da organização lusófona são claros, nomeadamente o artigo sétimo que delibera sobre medidas sancionatórias.

“Ou seja, perante uma grave violação da ordem constitucional num Estado membro, o Conselho de Ministros, deverá com caráter de urgência [adoptar] medidas sancionatórias a aplicar no sentido de afastar totalmente da participação nas actividades da CPLP o Estado que enverede por essa via”, defende.

Yussef recorda ainda, em tom de crítica, que durante o regime de Umaro Sissoco Embaló, a CPLP não condenou os vários atentados às liberdades democráticas na Guiné-Bissau e tão pouco condenou a prorrogação do seu mandato, que não tinha qualquer respaldo constitucional.

Perante os factos, o activista pergunta: “A presidência da CPLP está neste momento entregue aos golpistas na Guiné-Bissau do denominado Alto Comando Militar para a Restauração da Segurança Nacional e Ordem Pública?”

A DW insistiu junto à organização com sede em Lisboa para obter uma reacção, mas a secretária executiva, a angolana Fátima Jardim, não quis prestar declarações a propósito.

Cimeira extraordinária

De acordo com a agência de notícias Lusa, o Presidente são-tomense deu conta que a CPLP “vai abrir diligências” junto dos Estados-membros para a realização de uma cimeira extraordinária a fim de ultrapassar a vacatura na presidência da organização liderada pela Guiné-Bissau. Carlos Vila Nova admitiu que “é possível” que a solução passe pelo retorno da presidência da CPLP a São Tomé e Príncipe, embora tenha frisado que “há uma sequência a seguir”.

Israel condiciona o cumprimento da segunda fase da trégua na Faixa de Gaza e diz que só avança caso o grupo islamita Hamas decida se desarmar, numa altura em que o movimento islamita anunciou a entrega do corpo de novo refém.

Fonte da segurança egípcia próxima das conversações, em declarações feitas no Cairo à agência noticiosa espanhola EFE, indicou que a recusa de Israel surge num momento de máxima tensão nas negociações para pôr fim à guerra.

A fonte, que pediu anonimato devido à sensibilidade do dossiê, afirmou que o Egipto está a acelerar os esforços diplomáticos para alcançar “uma fórmula de consenso” que permita avançar para a segunda fase, que prevê precisamente a desmilitarização do enclave e o desarmamento do Hamas.

Contudo, admitiu os “importantes obstáculos” do processo resultantes da intransigência israelita e da recusa de Telavive em começar a implementar a segunda fase do acordo antes de o Hamas se desarmar e de ficar resolvida a situação dos combatentes palestinianos cercados no norte e no centro da Faixa de Gaza.

Até ao momento, as conversações permanecem estagnadas, apesar da visita, no domingo passado, ao Cairo do chefe do serviço de segurança interna israelita, o Shin Bet, David Zini, que, segundo a mesma fonte, se manteve “nas posições tradicionais” de Israel, impedindo qualquer avanço tangível nas negociações.

Também não foram frutíferas as conversações com a delegação do Hamas que visitou a capital egípcia na quinta-feira passada, com o objetivo de avançar para “acordos de cessar-fogo mais amplos” previstos na segunda fase, numa altura em que o Egipto está a pressionar para iniciar um dos seus pontos: a reconstrução do enclave.

A segunda fase prevê ainda um modelo de governação transitória para a Faixa de Gaza ou a formação de uma força internacional que administre a segurança na zona, mas a falta de “mecanismos” para desarmar o Hamas e as restantes fações palestinianas constitui um dos principais entraves para os mediadores.

“O Egito está a tomar medidas, enquanto outras partes estão a impor condições ou a atrasar a implementação”, afirmou a fonte, recordando que o Cairo está a formar novos agentes da polícia palestiniana juntamente com a Jordânia e a preparar uma conferência internacional para a reconstrução de Gaza.

As tropas israelitas continuam a controlar mais de 50% do território de Gaza, embora o acordo de cessar-fogo assinado por Israel e pelo Hamas em Outubro preveja a sua retirada total na segunda fase.

Desde que Israel iniciou a sua ofensiva em Gaza, como represália pelos ataques do Hamas em Outubro de 2023, pelo menos 70.112 palestinianos foram mortos em ataques israelitas e mais de 170.986 ficaram feridos, muitos com amputações e lesões permanentes, segundo dados do Ministério da Saúde do enclave palestiniano.

Entretanto, num comunicado, as Brigadas al-Qassam, braço armado do Hamas, anunciaram que entregaram a Israel, através da mediação do Comité Internacional da Cruz Vermelha, os restos mortais de um novo refém, no âmbito do acordo de cessar-fogo.

No comunicado, a milícia palestiniana afirma que os restos foram encontrados no norte da Faixa de Gaza.

Esta nova entrega ocorre depois de Israel ter confirmado na manhã de ontem que o corpo entregue na noite anterior pelo grupo palestiniano não pertencia a nenhum dos dois reféns que ainda permanecem no enclave.

O Presidente russo, Vladimir Putin, acusou a Europa de não ter uma “agenda de paz” e de “interferir” nas propostas dos Estados Unidos para acabar com a guerra na Ucrânia, fazendo exigências “inaceitáveis” a Moscovo.

Momentos antes de se reunir com os enviados especiais dos Estados Unidos, nesta terça-feira, o Presidente russo deixou uma provocação: “Se a Europa quiser guerra, estamos prontos”.

Vladimir Putin falava num fórum de investimento em Moscovo pouco antes da hora agendada para o encontro com Steve Witkoff e Jared Kushner, que voaram até à capital russa para apresentar à delegação russa a nova versão do acordo de paz para a Ucrânia.

Durante esse discurso, Putin frisou que não está a planear entrar em guerra com a Europa: “Já o disse cem vezes”.

“Não temos a intenção de fazer guerra à Europa, mas se a Europa o desejar e começar, estamos prontos imediatamente”, afirmou Putin aos jornalistas, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

No entanto, acusou os líderes europeus de “interferirem” nas propostas norte-americanas, insistindo que a Europa “não tem uma agenda de paz, estão do lado da guerra”, disse o líder russo.

“A Europa está a impedir a administração dos Estados Unidos de alcançarem a paz com a Ucrânia”, acrescentou, citado pelo The Guardian, atirando ainda que as “exigências da Europa são inaceitáveis para a Rússia”. Putin não elaborou quais são as exigências inaceitáveis de que falava.

Zelensky revela que plano de paz tem agora 20 pontos

As declarações do Presidente russo aconteceram pouco depois de o seu homólogo ucraniano ter falado numa conferência de imprensa em Dublin, na Irlanda, onde revelou que o plano de paz que foi levado a Moscovo tem agora 20 pontos, em vez dos 28 iniciais.

Apesar de não se sentir preparado para partilhar “todos os pontos do plano”, Zelensky confessou quais as “questões e desafios sensíveis e difíceis” do acordo: cedências territoriais, o uso dos activos russos congelados (uma decisão que, diz o presidente, precisa de envolver os dirigentes europeus) e a aliança de países que pretende apoiar um futuro acordo de paz na Ucrânia.

Durante o discurso, o presidente ucraniano mostrou-se confiante com a possibilidade de pôr um fim ao conflito, dizendo que “mais do que nunca há uma chance de acabar com esta guerra”. Confessou, no entanto, que este está a ser “um dos momentos mais desafiantes e, no entanto, ao mesmo tempo, optimistas” para a paz na Ucrânia.

Sobre o encontro entre Washington e Moscovo, Zelensky afirmou que espera ser contactado imediatamente após a reunião, afirmando que está “preparado para apoiar todos os sinais [que trouxerem o fim da guerra]” e para se “encontrar com o presidente Trump”.

Contudo, acrescentou que “tudo depende das conversas de hoje (ontem)”. Zelensky adiantou ainda que pretende reagir ainda esta terça-feira às negociações “de acordo com os resultados” que saírem da reunião.

“Nós temos de terminar com a guerra de tal maneira, que a Rússia não regresse, com a terceira invasão em dez anos”, acrescentou, frisando que é preciso um plano de paz “aberto e justo” e que não seja discutido “nas costas da Ucrânia”.

“O nosso objectivo comum é pôr fim à guerra, não apenas obter uma pausa nos combates. É necessária uma paz digna”, reiterou o presidente ucraniano.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou pela primeira vez alargar a utilização de uma classe de medicamentos usados na diabetes e perda de peso para tratar a obesidade, que afecta mil milhões de pessoas.

O primeiro guia da agência da ONU sobre terapias com péptidos semelhante ao glucagon-1 (GLP-1), em que se incluem medicamentos como o semaglutido, recomenda-as para adultos obesos, defendeu acesso equitativo e incluiu-as na lista de medicamentos essenciais.

Esta lista modelo da OMS inclui actualmente 532 terapias, que a organização considera indispensáveis para um sistema de saúde básico e universal.

A posição da OMS, tomada na segunda-feira, ajudará os sistemas de saúde a orientar suas políticas públicas, incentivando-os a melhorar o acesso a esses medicamentos.

A OMS defende que estes tratamentos, usados para tratar a diabetes e a obesidade, sejam universalmente e financeiramente acessíveis.

“As nossas novas directrizes reconhecem que a obesidade é uma doença crónica que pode ser tratada com cuidados abrangentes e ao longo da vida”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, director-geral da OMS, na conferência de imprensa em que anunciou o primeiro guia sobre o uso destas terapias para combater a obesidade.

O responsável sublinhou que, embora os medicamentos sozinhos não resolvam a crise global de saúde que a doença representa, “as terapias com GLP-1 podem ajudar milhões de pessoas a superar a obesidade e reduzir seus efeitos adversos”.

“Essas terapias fazem parte de uma estratégia holística baseada em três pilares. Primeiro, criar ambientes mais saudáveis através de políticas robustas; segundo, proteger indivíduos de alto risco promovendo a deteção e intervenção precoces; e terceiro, garantir o acesso a cuidados centrados na pessoa e ao longo da vida para aqueles que vivem com obesidade”, explicou o responsável da OMS.

As terapias com GLP-1, entre os quais se incluem o semaglutido, liraglutide e o dulaglutide, são usadas para tratar a diabetes tipo 2 e a obesidade, melhorando o controlo da glicose no sangue, suprimindo o apetite e promovendo a perda de peso.

A obesidade é uma pandemia global e esteve relacionada com 3,7 milhões de mortes em todo o mundo em 2024. O surgimento destes medicamentos foi revolucionário na forma como se enfrenta esta doença, uma revolução que agora conta com o apoio explícito da OMS.

Sem medidas eficazes, o número de pessoas que sofrem de obesidade em todo o mundo poderá duplicar até 2030.

“A obesidade é um dos desafios mais sérios da nossa época”, disse o director-geral da OMS, acrescentando: “Estes novos medicamentos são uma ferramenta clínica poderosa que oferece esperança a milhões de pessoas”.

As novas directrizes da OMS incluem uma recomendação, baseada em evidências “de certeza moderada”, para o uso de terapias com GLP-1 no tratamento de longo prazo (mais de seis meses) da obesidade em adultos, com excepção de mulheres grávidas.

Apesar da eficácia comprovada destes tratamentos, a recomendação é condicional, devido à falta de dados sobre o seu uso a longo prazo, manutenção e descontinuação, os seus custos actuais, preparação inadequada dos sistemas de saúde e potenciais implicações em termos de equidade.

Em Portugal, estas terapias apenas são comparticipadas pelo Serviço Nacional de Saúde se usadas para doentes diabéticos e, segundo dados do Infarmed, a classe terapêutica dos antidiabéticos foi a que registou o maior encargo para o SNS entre Janeiro e Setembro deste ano, com 354,6 milhões de euros.

Alguns fármacos comparticipados no caso da diabetes são muitas vezes usados por quem quer perder peso, o que já trouxe problemas de escassez no mercado para os doentes diabéticos.

Por isso, o Infarmed anunciou em Janeiro um “processo alargado” de auditorias e inspecções a todo o circuito de alguns fármacos para a diabetes.

O número de mortos pelas cheias que atingiram a ilha de Sumatra, no oeste da Indonésia, voltou a aumentar esta segunda-feira, atingindo 502, com mais de 500 pessoas desaparecidas, anunciou a agência de gestão de catástrofes.

Este último balanço eleva o número total de mortes nas recentes cheias que afectaram a Indonésia, a Tailândia, a Malásia e o Sri Lanka para mais de mil.

O número de mortos confirmados no incêndio que devastou um complexo residencial em Hong Kong na semana passada aumentou para 151 e o balanço pode ainda vir a aumentar, revelou nesta segunda-feira a polícia.

“O número de mortos aumentou para 151 às 16h00 (hora local). Não podemos excluir a possibilidade de o número de vítimas mortais vir ainda a aumentar”, disse à imprensa um representante da polícia, Tsang Shuk-yin.

Hong Kong cumpriu ontem o último dos três dias de luto pelo incêndio que consumiu o complexo residencial Wang Fuk Court, em Tai Po, no norte da cidade.

Entretanto, a polícia de Hong Kong informou que deteve, até ao momento, um total de 13 pessoas na investigação do incêndio.

Chan Tung, director da polícia criminal e de segurança de Hong Kong, disse à imprensa que uma “investigação aprofundada foi imediatamente aberta por homicídio culposo”, o que “levou à prisão de 13 pessoas, 12 homens e uma mulher”.

O incêndio deflagrou por volta das 15h00 de quarta-feira (09h00 em Maputo) no bloco Wang Cheong House e afectou sete dos oito edifícios. As investigações preliminares indicam que o fogo teve origem na rede de protecção dos andaimes nos pisos inferiores e se propagou rapidamente na vertical.

Placas de poliestireno expandido, altamente inflamáveis, utilizadas para vedar as aberturas e os caixilhos junto aos elevadores, bem como as lonas exteriores que violavam as normas de segurança contra incêndios, facilitaram a entrada das chamas nos apartamentos através dos corredores.

Desde quarta-feira à noite, milhares de cidadãos, grupos de vizinhos, sindicatos, igrejas e voluntários mobilizaram-se espontaneamente, angariando milhões de dólares de Hong Kong e distribuindo água, alimentos, vestuário e abrigos temporários.

O Governo anunciou um fundo inicial de 300 milhões de dólares de Hong Kong (33,4 milhões de euros) para ajudar as vítimas e as pessoas afectadas, que entretanto já alcançou 800 milhões de dólares de Hong Kong (88,6 milhões de euros).

A justiça do Bangladesh condenou hoje a ex-primeira-ministra do Bangladesh Sheikh Hasina, que está exilada na Índia, a cinco anos de prisão num caso de corrupção envolvendo um projecto de terras públicas.

Um tribunal da capital do Bangladesh condenou também a sobrinha de Hasina e deputada no Reino Unido, Tulip Siddiq, a dois anos de prisão, no mesmo caso de corrupção.

Rabiul Alam, juiz do Tribunal Especial de Daca, afirmou que Hasina abusou do seu poder enquanto primeira-ministra, enquanto Siddiq foi considerada culpada de influenciar a tia para ajudar a mãe e dois irmãos a obterem um terreno num projeto governamental.

A mãe de Siddiq, Sheikh Rehana, foi condenada a sete anos de prisão e foi considerada a principal mentora do caso. Há outros 14 suspeitos.

Siddiq, que representa as zonas de Hampstead e Highgate, em Londres, no parlamento britânico, tinha negado as acusações e dito que o julgamento era uma farsa baseada em “acusações fabricadas e motivada por uma clara vingança política”.

Em Janeiro, Siddiq demitiu-se do cargo de ministra do governo britânico sob pressão, devido aos laços com a tia.

Hasina foi condenada à morte em Novembro por crimes contra a humanidade relacionados com a repressão do levantamento popular que a afastou do poder em 2024, ao fim de 15 anos.

A ex-primeira-ministra vive exilada na Índia e foi julgada à revelia. Ela e os outros envolvidos no caso decidido hoje não nomearam advogados de defesa para os representar.

Rehana está fora do país e os dois irmãos de Siddiq também estão no estrangeiro, enfrentando outras acusações relacionadas com a revolta do ano passado.

Em três casos distintos envolvendo o mesmo projecto de loteamento, um tribunal diferente condenou Hasina a 21 anos de prisão a 27 de novembro. O filho e a filha de Hasina foram também condenados a cinco anos de prisão cada um pelo tribunal neste caso.

No domingo, uma comissão de inquérito acusou Hasina de ter também orquestrado uma sangrenta revolta em 2009, no seio dos Bangladesh Rifles, uma unidade responsável pela vigilância das fronteiras.

Algumas semanas após a posse do Governo de Hasina, insurgentes roubaram 2.500 armas e invadiram uma reunião anual de altos funcionários da unidade, matando pelo menos 57 oficiais.

No total, foram mortas 74 pessoas, inclusive com tortura e queimaduras. Fazlur Rahman, chefe da comissão de inquérito criada pelo Governo interino de Muhammad Yunus, disse que “o envolvimento de uma força estrangeira parece bastante evidente à luz da investigação”.

Numa conferência de imprensa, Rahman acusou a Índia de ter tentado desestabilizar o país e enfraquecer o exército do Bangladesh.

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