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Uma megaoperação coordenada pela Interpol em 14 países africanos resultou na prisão de 260 suspeitos, envolvidos em esquemas de cibercrimes que lesaram 1400 pessoas em mais de 2 milhões de dólares. Entre os crimes, golpes românticos e a chantagem sexual online foram mais recorrentes.

A investigação internacional, baptizada de Operação Contender 3.0,  revelou um esquema sofisticado que fazia uso de redes sociais, perfis falsos e manipulação emocional para enganar as vítimas. 

Com os 260 suspeitos foram apreendidos mais de 1.200 dispositivos eletrônicos e desmantelados 81 infra-estruturas digitais ligadas a golpes cibernéticos. Estima-se que mais de 1.400 pessoas tenham sido afectadas, com prejuízos que ultrapassam os 2,8 milhões de dólares.

Entre os crimes mais comuns, destacam-se os golpes românticos e a chantagem sexual online.

Gana, Senegal, Costa do Marfim e Angola estiveram entre os países com maior volume de prisões e apreensões. 

Segundo a Interpol, este caso reforça a urgência de combater o cibercrime com acções transnacionais, sobretudo diante da crescente sofisticação das fraudes virtuais no continente africano.

Os governos da República Democrática do Congo e Ruanda concordaram, ontem, em iniciar a implementação de medidas de segurança conjuntas para dar um passo crucial rumo à estabilidade regional, com apoio dos Estados Unidos da América.  

Na sequência de uma reunião em Washington, mediada pelos Estados Unidos, com apoio de Qatar, Togo e União Africana, espera-se que o acordo oficial entre a República Democrática do Congo e Ruanda seja assinado e entre em vigor em Outubro próximo.

A decisão é considerada estratégica para destravar o processo de paz, que ainda enfrenta desconfianças e impasses, sobretudo quanto à presença do grupo armado M23 no Congo, supostamente apoiado por Ruanda. 

A reunião em Washington foi marcada por divergências entre os governos sobre o M23, mas estes ponderam desmantelar o grupo rebelde e suspender as acções de Ruanda no território congolês.

O Mecanismo Conjunto de Coordenação de Segurança iniciou a troca de informações e planeamento de acções coordenadas em solo, com base em inteligência compartilhada para reduzir tensões e evitar confrontos directos, além de oferecer uma estrutura de monitoramento que possa garantir a execução do pacto.

O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, alertou que a Inteligência Artificial pode ser transformada em arma caso não sejam estabelecidas regras claras de controlo no mundo.

António Guterres alertou, nesta quarta-feira, num debate do Conselho de Segurança da ONU, que Inteligência Artificial pode ser transformada em arma e pede controlo.

Reconheceu que a questão, neste momento, já não é se a Inteligência Artificial influenciará a paz e a segurança internacionais, mas sim como será moldada essa influência.

Segundo o secretário-geral da ONU, a Inteligência Artificial pode ser transformada numa arma se não forem aplicadas barreiras, apelando aos Governos para que regulem esta tecnologia.

Guterres destacou que, embora a Inteligência Artificial  tenha o potencial de salvar vidas e melhorar a resposta a crises, também pode causar danos irreversíveis, como ciberataques a infra-estruturas críticas, manipulação de informações e uso militar não controlado. 

Para Guterres, o controle humano sobre a tecnologia deve ser uma prioridade, porque ela deve servir à humanidade e não ameaçá-la. A inovação deve servir a humanidade – não miná-la.

Sem barreiras, a Inteligência Artificial também pode ser transformada numa arma e os conflitos recentes tornaram-se campos de testes para a segmentação e autonomia com essa tecnologia. 

 

O presidente do Malawi, Lazarus Chakwera, reconheceu publicamente a derrota nas eleições presidenciais, ainda antes de a Comissão Eleitoral anunciar os resultados oficiais, que dão vitória ao antigo presidente Peter Mutharika .

Em um discurso na imprensa, apenas algumas horas antes do anúncio dos resultados finais, Chakwera disse que havia falado com Mutharika para parabenizá-lo. 

“Dos resultados oficiais, ficou claro que meu principal rival, do Partido Democrático Progressista, já havia consolidado uma vantagem intransponível e é o vencedor presumido da eleição presidencial. Por essa razão, há pouco tempo, liguei directamente para parabenizá-lo por sua vitória histórica e desejar-lhe sucesso em seu próximo mandato como o 7º Presidente da República do Malawi”, disse.

Os resultados parciais divulgados sugerem que Mutharika obteve cerca de 60% dos votos na eleição de 16 de setembro. Lazarus Chakwera cumpriu apenas um mandato após vencer a repetição das eleições em 2019, quando a primeira volta foi anulada pelo Conselho Constitucional por casos de fraude a favor do então presidente Peter Mutharika.

A Guiné-Conacri aprovou, em referendo, uma nova Constituição que pode abrir caminho para que o líder da junta militar concorra à Presidência. Segundo os resultados provisórios divulgados pela Direção-Geral das Eleições, mais de 90% dos eleitores votaram a favor da proposta.

De acordo com a responsável do órgão eleitoral, Djenabou Touré, a participação foi de 91,4% em mais de 80% das secções de voto. Deste universo, 90,06% optaram pelo “sim”, enquanto 9,04% rejeitaram o novo texto constitucional. O referendo exigia uma participação mínima de 50% para ser validado, tornando-se um passo essencial na transição do regime militar para um governo civil.

Críticos do processo consideram que a nova Constituição representa uma tentativa de prolongar o poder da junta. O general Mamadi Doumbouya, que liderou o golpe de Estado de 2021 ao depor o então Presidente Alpha Condé, é apontado como o principal beneficiário das mudanças. 

Embora tenha afirmado inicialmente que não disputaria a Presidência, o novo texto permite que membros da junta se candidatem a cargos públicos, amplia o mandato presidencial de cinco para sete anos, com possibilidade de duas reeleições, e estabelece um Senado, no qual um terço dos membros será indicado pelo Chefe de Estado.

O presidente Yoweri Museveni, que comanda Uganda há quase quatro décadas, foi confirmado como candidato à Presidência da República para um sétimo mandato consecutivo. 

Aos 81 anos e no poder desde 1986, o presidente do Uganda, Yoweri Museveni reafirma sua ambição política, apoiado por mais de dois milhões de assinaturas colectadas por seu partido, o Movimento de Resistência Nacional, durante um evento que reuniu apoiantes arredores da capital, Kampala.

Museveni disse que nesta candidatura para as eleições presidenciais de 2026, pretende “convencer o povo de Uganda de que os frutos do passado vão servir para o trabalho contínuo em prol dos ugandeses”. 

Rumo à presidência do Uganda, o principal adversário de Museveni continua a ser Bobi Wine, músico e activista que se tornou o rosto da juventude insatisfeita. Porém, é acusado pelo actual presidente de ser “agente de interesses estrangeiros”. 

Nas eleições de 2021, Bobi Wine tornou-se o oponente mais forte do presidente em décadas, tendo recebido 35% dos votos, enquanto Museveni teve 58%, o pior resultado de sua história de governação.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou nesta terça-feira a Organização das Nações Unidas de “fraude verde” por alegada sabotagem às economias nacionais. O governante acusa ainda a ONU de financiar ataques no ocidente. 

A Assembleia Geral das Nações Unidas foi palco de várias críticas à própria organização. Na ocasião, nesta terça-feira, o presidente norte-americano, Donald Trump classificou a mudança climática como “a maior fraude global já registada” e acusou a ONU de fomentar riscos ambientais em nome de uma agenda que, segundo ele, sabota economias nacionais.

Trump fez referência ainda à questão migratória, afirmando que os programas de ajuda da ONU estariam “financiando um ataque” às nações ocidentais. 

Para o presidente dos Estados Unidos da América, Europa vive sob a ameaça de um “monstro de duas cabeças”: energia renovável e imigração descontrolada.

Trump ainda reivindicou um Prémio Nobel da Paz, por se autointitular de ter encerrado sete conflitos armados. A afirmação, no entanto, causou reacções imediatas, como é o caso do líder francês, Emmanuel Macron, afirmando que Donald Trump só poderá ganhar o Prémio Nobel da Paz se acabar com a guerra entre Israel e o grupo Hamas.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, agradeceu ao homólogo norte-americano, Donald Trump, pela inflexão inesperada na posição sobre a eventual cedência de territórios à Rússia no âmbito do conflito entre os dois países.

“Acho que ele entende actualmente que não podemos simplesmente trocar territórios. Não é justo. Não é a realidade”, disse Zelensky, na terça-feira, durante uma entrevista à estação norte-americana de televisão Fox News.

O líder ucraniano reforçou com um “que Deus o abençoe” o agradecimento a Trump pela inflexão radical que o Presidente norte-americano protagonizou durante a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), ao exortar a Ucrânia a lutar até recuperar os territórios ocupados pela Rússia, numa aparente rutura com a linha de negociações de paz que tinha promovido durante agosto.

“[A Ucrânia] tem um grande espírito, cada vez mais forte. Poderá recuperar o país na sua forma original e, quem sabe, talvez até ir além! Putin e a Rússia estão com graves problemas económicos, e este é o momento para a Ucrânia agir”, escreveu Trump na plataforma que detém, a Truth Social.

Zelensky disse que a relação com Trump melhorou, que mantêm contactos telefónicos constantes e acrescentou que a mudança de postura de Trump se deve possivelmente ao facto de Putin “lhe ter mentido repetidamente”.

Uma das solicitações concretas que Zelensky fez a Trump foi de instar a Índia e a China a reafirmarem a posição de apoio à Ucrânia.

Durante a entrevista, Zelensky foi questionado sobre o estado das tropas do exército ucraniano após 43 meses de guerra e respondeu que estão numa “posição muito difícil”.

“Estamos a sobreviver, mas não podemos perder. Não podemos perder. Caso contrário, perderemos a nossa independência”, acrescentou.

Por fim, o líder ucraniano negou que não haja vontade de realizar eleições no país, algo de que tem sido acusado, mas reafirmou que esse processo não poderá ocorrer até que “haja um cessar-fogo”.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o seu homólogo da Ucrânia vão reunir-se hoje, em Nova Iorque, à margem da Conferência 80.ª Assembleia-Geral da NATO.

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou o encontro entre Trump e Zelensky, com vista a resolver o conflito na Ucrânia. O encontro será realizado nesta terça-feira, em Nova Iorque.

O Presidente Ucraniano já se encontra na cidade norte-americana, acompanhado da Primeira-Dama, e manifestou, através das suas redes sociais, a expectativa de novo apoio de parceiros internacionais.  

Segundo o New York Post, a reunião tem como foco principal discutir garantias de segurança para a Ucrânia e medidas adicionais contra a Rússia, incluindo possíveis sanções. 

É a quarta vez, neste ano, que os dois presidentes mantêm um encontro presencial. 

No último encontro entre os dois líderes, Trump tentou lançar esforços para um acordo entre Kiev e Moscovo, sem avanços até ao momento.

Além da reunião com Zelensky, Trump terá ainda encontros bilaterais com o secretário-geral da NATO, António Guterres, e com o presidente argentino, Javier Milei.

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